Portuguesa é condenada por ofensas racistas contra filhos de Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank

Sentença incluiu oito meses de prisão em liberdade, indenização de 14 mil euros e tratamento de alcoolismo

Instagram/Giovanna Ewbank

Condenação em caso histórico

Adélia Barros, cidadã portuguesa, foi condenada a oito meses de prisão em liberdade por injúria, após ofender de forma racista os filhos dos atores Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso. O incidente ocorreu em julho de 2022, enquanto a família estava de férias na Costa da Caparica, em Portugal. A sentença, divulgada nesta sexta-feira (15/11), também incluiu uma indenização de 14 mil euros (R$ 85 mil) para a família e 2.500 euros (R$ 15,2 mil) destinados à associação SOS Racismo.

De acordo com o jornal Público, a condenação aplicou uma “pena suspensa”, dispositivo da lei portuguesa que permite cumprimento da pena em liberdade caso o réu não cometa novos crimes durante o período estipulado, que neste caso é de quatro anos.

Decisão reforça combate ao racismo

O juiz responsável pelo caso destacou a gravidade das ofensas e determinou que Adélia Barros seja internada para tratar o alcoolismo, fator apontado pela defesa como motivador de suas ações. “Espero que perceba que estas situações não são aceitáveis e que as expressões são marcantes”, afirmou o magistrado.

A portuguesa foi absolvida da acusação de difamação, pois as ofensas foram proferidas diretamente, o que configura injúria segundo a legislação local.

Pronunciamento dos atores

Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank divulgaram um comunicado em que celebram a decisão e lembram a luta constante contra o racismo. “Há quase três meses celebrávamos uma vitória contra o racismo no Brasil. E, hoje, direto de Salvador, voltamos para propagar mais uma vitória, desta vez em Portugal”, disseram.

O casal ressaltou o privilégio de serem ouvidos devido à visibilidade e à condição de brancos. “Sabemos que somos mais ouvidos que quaisquer mãe ou pai negros que ainda são silenciados. […] É esse o nosso papel, é esse o papel da branquitude.”

Eles também recordaram o episódio que originou o processo, reforçando a importância da decisão judicial: “Sim, o racismo não dá férias, mas hoje parece dar uma trégua com mais uma condenação histórica. Esta é a primeira vez que a lei portuguesa condena uma pessoa em consequência do racismo.”

Compromisso com a vigilância

No comunicado, os atores agradeceram o apoio de seus advogados portugueses, Rui Patrício e Catarina Mourão, e enfatizaram a necessidade de seguir vigilantes: “Mais uma vez estamos emocionados, mais uma vez agradecemos a comoção pública e a imprensa brasileira e de nossos amigos portugueses. […] O racismo segue diminuindo, ferindo, matando. E não podemos esmorecer diante dele.”

A defesa de Adélia Barros anunciou que recorrerá da decisão.