Acidente doméstico
O cantor Agnaldo Rayol teve uma parada cardiorrespiratória e morreu na manhã desta segunda-feira (4/11) aos 86 anos. O artista estava internado desde a madrugada no Hospital HSANP, em Santana, na zona norte de São Paulo, após sofrer uma queda no banheiro de casa. A informação foi confirmada pela assessoria do artista em nota enviada à imprensa.
No momento do acidente, Rayol estava acompanhado de um cuidador da família em casa. Ele estava lúcido quando o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado. Entretanto, a assessoria informou que a ambulância demorou a chegar para levá-lo ao hospital. Ele tinha um corte na cabeça.
No comunicado, a família de Agnaldo Rayol agradeceu o suporte dos fãs. “Agnaldo Rayol deixa um legado inestimável para a música brasileira, com uma carreira que atravessou décadas e tocou os corações de milhões de fãs. A família agradece as manifestações de carinho e apoio”, disse em nota.
A Prefeitura de São Paulo lamentou a morte do artista e informou ao g1 que a Secretaria Municipal da Saúde vai investigar os detalhes do atendimento prestado pelo SAMU, que atrasou cerca de 40 minutos para atender Rayol.
Carreira de Agnaldo Rayol
Nascido no Rio, Agnaldo Coniglio Rayol começou a carreira de cantor na infância no programa “Papel Carbono”, da Rádio Nacional. Aos 10 anos, ele estreou como ator no filme “Também Somos Irmãos” (1949) e, pouco depois, esteve no elenco de “Maior que o Ódio” (1951).
O artista precisou interromper a carreira entre 1952 e 1954 por causa da mudanças hormonais da adolescência, que afetaram diretamente a sua voz. Mas ele retomou a profissão no fim dos anos 1950, quando passou a mostrar ao mundo sua voz adulta.
De volta aos trabalhos, Rayol despertou a atenção por seu estilo operístico com repertório romântico. Ele tinha uma voz de barítono e uma das principais marcas da carreira é a interpretação icônica de “Ave Maria”. Seu primeiro disco foi gravado em 1958.
Sucesso na TV
Mas o auge da carreira ocorreu nos anos 1960, depois que fez sucesso com a música “Acorrentados” (1963) e assumiu programas de televisão como “Agnaldo Rayol Show” e “Corte Rayol Show”, ao lado do humorista Renato Corte Real, na Record TV. Ele ainda foi uma das atrações de estreia da “Jovem Guarda”.
O artista ainda fez sucesso como ator nas telenovelas “Mãe” (1964), “O Caminho das Estrelas” (1965), “A Última Testemunha” (1968), na extinta TV Excelsior, além de “As Pupilas do Senhor Reitor” (1970), na Record TV, e “Os Imigrantes” (1981), na TV Bandeirantes. Já no cinema, Rayol protagonizou um filme com seu nome: “Agnaldo, Perigo à Vista” (1969).
Na Globo, Rayol ficou marcado por canções italianas que foram temas de novela como “Tormento d’Amore”, na abertura de “Terra Nostra” (1999). Ele ainda fez parceria com dupla sertaneja Chrystian & Ralf na canção “Mia Gioconda”, de “O Rei do Gado” (1996).
Vida íntima
Agnaldo Rayol era casado há mais de 50 anos com Maria Gomes. O cantor era bastante discreto em relação ao matrimônio e não tinha o hábito de comentar o assunto em entrevistas. Sua assessoria diz que Maria sofre de Alzheimer e está debilitada. O casal vivia em uma casa na zona norte de São Paulo com uma cuidadora.
