Após o falecimento de Cid Moreira na última quinta-feira (3/10), a viúva Fátima Sampaio entrou com pedido de deserdação dos filhos do apresentador, Rodrigo e Roger Moreira, alegando “indignidade”. O advogado de Fátima, Davi de Souza Saldaño, explicou ao jornal Estadão que a ação se baseia no Código Civil, que exclui herdeiros considerados indignos por envolvimento em atos como tentativa de homicídio contra o autor da herança ou falsas acusações contra ele. “Os filhos foram acusados pelo Ministério Público pela prática de ‘denunciação caluniosa’”, afirmou Saldaño, referindo-se a processos anteriores movidos pelos filhos contra Cid.
Defesa dos filhos prevê impugnação do testamento
O advogado dos filhos, Ângelo Carbone, afirma que o pedido de deserdação “é evidente que será negado”. Segundo Carbone, Cid já teria tentado reverter a adoção de Roger sem sucesso. Além disso, ele questiona a legitimidade de um possível testamento, que “vai ter que ser registrado” e que, em sua visão, “será impugnado”. Carbone também sustenta que Fátima não teria direito à herança, uma vez que se casou com Cid sob regime de separação total de bens.
Filhos alegam abandono afetivo e vulnerabilidade financeira
O pedido de abertura do inventário descreve que Rodrigo e Roger vivem em situação de “pobreza extrema” e requerem R$ 100 mil como valor inicial da causa, até que o patrimônio total do apresentador seja apurado. Rodrigo, que mantém acompanhamento psicológico, afirmou sofrer com “resquícios psicológicos da falta do pai”, enquanto Roger declarou que Cid o deixou em “situação vulnerável, que persiste até hoje”.
Histórico de conflitos familiares
A relação de Cid com os filhos sempre foi tensa. Rodrigo se afastou do pai após a separação entre Cid e Olga Verônica Radenzev, mãe do jovem, e não retomou o contato. Roger, adotado aos 20 anos, revelou ter sido deserdado pelo pai após se assumir homossexual. Ambos processaram Cid por abandono afetivo e outros motivos.
Rodrigo entrou com uma ação por abandono afetivo em 2006, solicitando uma indenização de R$ 1 milhão, mas perdeu o processo. Roger revelou tentativa de ser deserdado após assumir sua homossexualidade. Em resposta, processou o pai por homofobia, abandono afetivo e alegou que Cid o incentivou a abandonar os estudos. Também perdeu o processo.
Em 2021, ambos os filhos abriram uma nova ação, desta vez pedindo a interdição de Cid e a prisão de Fátima Sampaio, alegando que ela teria transferido cerca de R$ 40 milhões do pai para contas próprias e vendido imóveis em nome dele. Os filhos afirmaram também que Fátima mantinha Cid em cárcere privado. A Justiça arquivou a ação após Cid e Fátima negarem as acusações, encerrando o caso.