O ator Tuca Andrada (“Amor de Mãe”) gerou controvérsia ao comentar o caso da influenciadora de direita Cíntia Chagas, que recentemente acionou a Lei Maria da Penha para conseguir uma medida protetiva contra o ex-marido, o deputado Lucas Bove (PL-SP), denunciado por violência doméstica. Em uma postagem no X (antigo Twitter), o ator afirmou que “dá um gostinho especial ver tipos como Cintia Chagas, antifeminista e submissa, precisando da Lei Maria da Penha”.
Reações e críticas ao posicionamento do ator
A declaração de Tuca foi amplamente criticada nas redes sociais. A chef e influenciadora Paola Carosella demonstrou espanto com o comentário, chamando-o de “assustador”. Tuca reafirmou seu posicionamento, dizendo: “Comemoro ela ter sido vítima do discurso que ela apoia e propaga… Não sou hipócrita de negar que quando li a notícia pensei: bem feito”.
Ele ainda ressaltou que não tinha dó de “uma irresponsável que influencia milhares de mulheres a serem antifeministas e submissas a seus maridos, numa sociedade com altas taxas de feminicídios”. “Dane-se”, resumiu.
Denúncia e medida protetiva contra Lucas Bove
Cíntia Chagas registrou um boletim de ocorrência contra Lucas Bove em 4 de setembro, alegando violência psicológica e ameaças. A influenciadora relatou comportamento controlador e agressivo por parte do ex-marido, incluindo proibições e exigências de provas constantes de sua localização. Além de agressões verbais, o deputado teria jogado objetos, como uma garrafa e uma faca na direção dela, além de expulsá-la de casa e impedir que resgatasse itens pessoais.
A Justiça de São Paulo concedeu medida protetiva à influenciadora, estabelecendo que Lucas Bove deve manter uma distância mínima de 300 metros e está proibido de contatá-la por qualquer meio.
Pedido de desculpas de Cíntia Chagas
Após o caso, Cíntia agradeceu o apoio de grupos feministas, incluindo a Coalizão Feminista, que emitiu uma carta em sua defesa. “Confesso que estou surpresa e emocionada… Senti-me abraçada. Muito, muito, muito obrigada”, escreveu a influenciadora, reconhecendo as divergências em relação às suas posições anteriores sobre submissão feminina.
Na sequência, Cíntia fez questão de justificar seus posicionamentos conservadores anteriores no que se refere à submissão da mulher ao marido. “Àquela época, quando eu disse que a mulher deveria se submeter ao homem, eu fazia referência ao ato de esperar o marido para jantar, à necessidade de o casal passar mais tempo junto. Apesar da minha boa intenção, a minha fala foi infeliz e suscetível a interpretações que contrariam a minha própria vida, uma vez que comecei a trabalhar aos 12 anos de idade”, justificou, se desculpando em seguida.
“Tenho a minha independência financeira desde os 23 anos, sempre coloquei o trabalho em primeiro lugar e tento, diariamente, mostrar a importância do estudo, da profissão e da dedicação para a mulher. Peço desculpas e assumo o compromisso de usar – ainda mais – as minhas redes sociais tais quais molas propulsoras da autonomia financeira das mulheres”, concluiu.