TMZ publica fotos do corpo de Liam Payne e gera revolta nas redes sociais

A exibição do cadáver ex-One Direction levou a um debate sobre ética jornalística, com críticas intensas ao site americano conhecido por ultrapassar limites de privacidade

Instagram/Liam Payne

O site americano TMZ causou indignação ao divulgar fotos editadas do corpo de Liam Payne, morto nesta quarta (16/10) após uma queda do 3º andar de um hotel em Buenos Aires. Em uma das imagens, o corpo aparece em uma plataforma de madeira com cadeiras e mesas ao redor. Apesar de cortarem parte do conteúdo mais explícito, as fotos mostram tatuagens identificáveis no braço e no abdômen do cantor.

Reação nas redes e recuo parcial

A decisão de publicar as fotos foi rapidamente condenada por celebridades e fãs. Rylan Clark, apresentador da BBC, desabafou nas redes: “TMZ, que vergonha. Desgraçados”. A cantora Alessia Cara também criticou o site, escrevendo: “Vocês são nojentos, TMZ”. A pressão pública fez com que o TMZ removesse as fotos, mantendo apenas uma menção discreta de que “TMZ viu uma foto mostrando o corpo de Liam”.

Antecedentes polêmicos

O TMZ já havia enfrentado críticas em casos similares, como o acidente fatal de Kobe Bryant, em 2020, quando o site publicou a notícia antes de as autoridades informarem a família do jogador de basquete. Na época, o site recebeu críticas por parte das autoridades de Los Angeles e a viúva de Bryant ainda abriu um processo contra o departamento do xerife pelo vazamento de fotos da cena do acidente para a imprensa.

Entretanto, a divulgação de fotos de cadáveres era algo que o site ainda não tinha feito. Mas outros veículos já cruzaram esse limite. Um dos casos mais notórios foi o de Kurt Cobain, quando o jornal Seattle Times publicou uma foto parcial do corpo do cantor após seu suicídio em 1994, o que gerou forte reação pública.

Os Mamonas Assassinas

Dois anos depois, em 1996, o jornal Notícias Populares causou enorme controvérsia no Brasil ao publicar fotos dos corpos dos integrantes da banda Mamonas Assassinas, vitimados por um acidente aéreo. As imagens, mostrando os corpos mutilados, levaram o jornal a um recorde de vendas, mas geraram críticas severas, incluindo a reprovação da Folha de S.Paulo, empresa do mesmo grupo jornalístico, que considerou o conteúdo invasivo e insensível.

O caso da Princesa Diana

Em 1997, uma espécie de acordo informal foi estabelecido entre a imprensa e o público, impedindo a circulação de fotos do acidente que matou a Princesa Diana. No entanto, em 2004, o programa “48 Hours”, da CBS, rompeu o sigilo e exibiu fotos de Diana dentro do carro acidentado, o que gerou indignação por parte do público, do primeiro-ministro Tony Blair e membros da família real. O programa justificou a divulgação como parte de uma investigação sobre o atendimento médico que Diana teria recebido.