MC Cabelinho estará em breve nas telas com “Confia – Sonho de Cria”, seu primeiro filme como protagonista. A comédia romântica narra a trajetória de Nando, um entregador de lanchonete da comunidade Cantagalo-Pavão-Pavãozinho, que foi criado pela avó e tem o sonho de ser cantor. Estes detalhes são quase biográficos. “Pensei: ‘Parece até a história da minha vida’. Isso me emocionou bastante”, contou o trapper para o jornal O Globo.
A história também acompanha a relação de Nando com Jaque (a também cantora Malía), uma amiga que o incentiva e organiza um show para ajudá-lo a alcançar seu objetivo.
Projeto da equipe de “Vai na Fé”
A ideia de colocar MC Cabelinho à frente de uma produção inspirada em sua realidade partiu dos roteiristas Fabrício Santiago, Pedro Alvarenga e Renata Sofia, colaboradores da novela “Vai na Fé” (2023), onde o artista interpretou o personagem Hugo. Segundo Renata, a popularidade do cantor e seu engajamento com o público jovem impulsionaram o projeto. “A gente escutava muito que ‘Vai na Fé’ era ‘a novela do Cabelinho’”, comentou a roteirista ao jornal carioca. Fabrício Santiago reforçou a aposta na autenticidade da história, afirmando que o projeto nasceu da colaboração e da admiração mútua entre os envolvidos.
Produção da Globo
Patrícia Pedrosa, diretora de humor dos Estúdios Globo, aprovou a produção como parte de uma estratégia de ampliação de conteúdos brasileiros na TV aberta e no Globoplay, com o objetivo de lançar um filme por mês em 2025. Segundo o diretor executivo dos Estúdios Globo, Amauri Soares, a criação de uma divisão de filmes busca consolidar a produção de narrativas que representem a diversidade social e cultural do Brasil. “Criamos essa divisão para ampliar a oferta de conteúdo brasileiro nas nossas plataformas”, comentou Soares.
Sem estereótipos sobre a favela
Renata Sofia ressaltou que o roteiro evita a “espetacularização da pobreza” ao construir um protagonista que, embora criado em uma favela, é cercado de afeto e com uma vida estável. “O Nando é um cara favelado, a avó dele é uma salgadeira, mas uma coisa que nunca houve, na vida dele, é precariedade”, afirmou Pedro Alvarenga. O filme visa retratar a realidade das classes trabalhadoras com um olhar autêntico, distante dos estereótipos de pobreza e sofrimento.