“Xógum” faz história no Emmy 2024

Primeira série não falada em inglês a vencer como Melhor Drama, a produção ajudou a Disney a bater a Netflix

Instagram/Emmy 2024

O Emmy 2024 marcou uma guinada na hegemonia das séries mais premiadas, dando à Disney uma coroa que no passado recente era disputada pela HBO e a Netflix. Produções do estúdio lideraram a noite de gala da TV americana somando 9 troféus, divididos entre 4 de “Xógum”, também vencedora do Emmy de Melhor Série de Drama, mais 4 de “O Urso” em Comédia e 1 de “Fargo” em Minissérie.

As três atrações são produções da FX, que eram exibidas no Brasil pela antiga Star+ e hoje estão na Disney+. Ao todo, as séries da FX levaram 36 troféus. Os prêmios a mais foram entregues na semana anterior, nos Creative Arts Emmy, evento prévio dedicado às categorias técnicas. O número é bem superior ao da concorrência. A Netflix, que ficou em 2º lugar, teve três vezes menos vitórias. Mas essa diferença aumenta ainda mais quando se soma as produções de outras empresas do grupo Disney, como a rede ABC e os aplicativos Disney+ e Hulu. Cada uma delas teve sete vitórias, fazendo o total de conquistas do grupo Disney atingir 57 Emmys. Todas as produções do grupo chegam ao Brasil por uma única plataforma, a Disney+.

Feito histórico dramático

Maior vencedora da Disney/FX, “Xógum” fez história. A segunda série falada em idioma estrangeiro (o japonês) a concorrer como Melhor Drama, seguindo os passos da sul-coreana “Round 6”, venceu e se tornou a primeira produção exibida com legendas a conquistar o prêmio máximo da Academia da Televisão dos EUA.

A atração já tinha marcado um recorde, ao faturar 14 troféus do Creative Arts Emmy. Com os 4 troféus conquistados na noite de domingo (15/9), “Xógum” chegou a 18 prêmios, incluindo Melhor Ator e Atriz para Hiroyuki Sanada e Anna Sawai. Trata-se da maior quantidade de vitórias de uma série em todos os tempos no Emmy, superando “Game of Thrones”, que venceu 12 troféus em três oportunidades diferentes, nos anos de 2015, 2016 e 2019.

Divisão em Comédia

Aposta da maioria da crítica, “O Urso” dominou a categoria de Comédia, rendendo reconhecimento principalmente para seu elenco. O ator Jeremy Allen White e os coadjuvantes Ebon Moss-Bachrach e Liza Colón-Zayas levaram Emmys para casa. E contando o Creative Arts Emmy, a produção da Disney/FX quebrou seu próprio recorde de mais vitórias na categoria em um único ano, somando 11 estatuetas – uma a mais que na premiação de 2023 (realizada em janeiro passado).

Apesar disso, “O Urso” não levou a categoria de Melhor Comédia, que foi vencida por “Hacks”. A série da Max somou três Emmys na noite de domingo, inclusive para a atriz Jean Smart, e seu desempenho ajudou a plataforma (antiga HBO Max) a se destacar com 6 troféus no domingo e 14 no total. Uma dessas estatuetas representou o primeiro Emmy da carreira de Jodie Foster, por “True Detective”. Ganhadora de dois Oscars, a atriz não atuava em séries desde os anos 1970.

A minissérie do ano

Entre as minisséries, deu “Bebê Rena”, que conquistou quatro estatuetas do Primetime Emmy e permitiu à Netflix se manter relevante. A plataforma teve cinco vitórias no domingo, incluindo um prêmio de Direção para “Ripley”, somando 24 troféus com os Creative Arts Emmy.

Para completar, a Apple TV+ ganhou dois reconhecimentos no Primetime, com “The Morning Show” e “Slow Horses”, somando 10 ao todo – logo atrás da Max.

A cerimônia

A principal novidade da cerimônia de premiação foi uma apresentação divida por blocos temáticos, que juntou atores de séries de advogados, médicos, policiais, mães, pais, etc para anunciar os indicados em diferentes categorias. No reconhecimento aos talentos, porém, o evento não justificou os discursos de inclusão do ator John Leguizamo e do presidente da Academia, Maury McIntyre, bastante aplaudidos pela plateia de astros presentes. Fora os dois atores asiáticos de “Xógum”, uma atriz latina (Liza Colón-Zayas, de “O Urso”) e um ator negro (Lamorne Morris, de “Fargo”), os vencedores foram majoritariamente brancos. De todo modo, Jodie Foster marcou pontos a favor da representatividade ao dedicar seu Emmy à esposa.

MELHOR SÉRIE DE DRAMA
“Xógum”

MELHOR SÉRIE DE COMÉDIA
“Hacks”

MELHOR ANTOLOGIA OU MINISSÉRIE
“Bebê Rena”

MELHOR ATOR EM SÉRIE DE DRAMA
Hiroyuki Sanada, “Xógum”

MELHOR ATRIZ EM SÉRIE DE DRAMA
Anna Sawai, “Xógum”

MELHOR ATOR COADJUVANTE EM SÉRIE DE DRAMA
Billy Crudup, “The Morning Show”

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE EM SÉRIE DE DRAMA
Elizabeth Debicki, “The Crown”

MELHOR ATOR EM SÉRIE DE COMÉDIA
Jeremy Allen White, “O Urso”

MELHOR ATRIZ EM SÉRIE DE COMÉDIA
Jean Smart, “Hacks”

MELHOR ATOR COADJUVANTE EM SÉRIE DE COMÉDIA
Ebon Moss-Bachrach, “O Urso”

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE EM SÉRIE DE COMÉDIA
Liza Colón-Zayas, “O Urso”

MELHOR ATOR EM ANTOLOGIA OU MINISSÉRIE
Richard Gadd, “Bebê Rena”

MELHOR ATRIZ EM ANTOLOGIA OU MINISSÉRIE
Jodie Foster, “True Detective: Night Country”

MELHOR ATOR COADJUVANTE EM ANTOLOGIA OU MINISSÉRIE
Lamorne Morris, “Fargo”

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE EM ANTOLOGIA OU MINISSÉRIE
Jessica Gunning, “Bebê Rena”

MELHOR DIREÇÃO DE SÉRIE DE COMÉDIA
Christopher Storer, “O Urso”

MELHOR DIREÇÃO DE SÉRIE DE DRAMA
Frederick E.O. Toye, “Xógum”

MELHOR DIREÇÃO DE ANTOLOGIA OU MINISSÉRIE
Steven Zaillian, “Ripley”

MELHOR ROTEIRO DE SÉRIE DE COMÉDIA
Lucia Aniello, Paul W. Downs e Jen Statsky, “Hacks”

MELHOR ROTEIRO DE SÉRIE DE DRAMA
Will Smith, “Slow Horses”

MELHOR ROTEIRO DE ANTOLOGIA OU MINISSÉRIE
Richard Gadd, “Bebê Rena”

MELHOR ROTEIRO DE ESPECIAL DE VARIEDADES
Alex Edelman, “Alex Edelman: Just for Us”

MELHOR PROGRAMA DE VARIEDADES
“Last Week Tonight With John Oliver”

MELHOR TALK SHOW
“The Daily Show”

MELHOR REALITY SHOW
“Traidores”