Usuários brasileiros do X (antigo Twitter), rede social de Elon Musk, voltaram a ter acesso à plataforma nesta quarta-feira (6/9), apesar do bloqueio determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A rede foi suspensa no Brasil em 30 de agosto, após descumprir ordens judiciais, mas conseguiu contornar a restrição com uma mudança nos servidores.
Alterações técnicas dificultam bloqueio
De acordo com a Associação Brasileira dos Provedores de Internet e Telecomunicações (ABRINT), a rede social passou a usar servidores da empresa americana Cloudflare, que oferece proteção e redistribuição de tráfego. “O X passou a funcionar com um novo software, que não está mais usando os IPs da rede social, mas da Cloudflare. Não é uma coisa simples de bloquear”, explicou Basílio Rodríguez Perez, conselheiro da ABRINT, ao jornal O Globo. Segundo ele, a mudança técnica dificultou significativamente a aplicação da ordem judicial.
A Cloudflare é responsável por serviços de segurança e infraestrutura para grandes empresas, incluindo instituições bancárias, e opera com mais de 23 milhões de sites globalmente. A implementação desse sistema torna o bloqueio do X quase inviável, segundo Basílio: “É quase impossível bloquear a Cloudflare sem restringir uma série de serviços legítimos e necessários”.
Volume de postagens em português aumenta
A consultoria Arquimedes revelou que, com a mudança no acesso, o volume de publicações em português no X subiu para 3,5 milhões nesta quarta-feira. Foi um aumento de 1 milhão de postagens. Mas antes do bloqueio, a média diária de posts em português era de 12 milhões. Ela caiu para 2,5 milhões, que ainda é um número expressivo, mesmo com a suspensão da rede social.
O aumento atual aponta para um possível retorno dos usuários. Segundo a Anatel, a agência está investigando os relatos sobre o restabelecimento do acesso ao X e confirmou que não houve alteração na decisão que suspendeu a rede social no Brasil.