Sérgio Mendes, símbolo internacional da música brasileira, morre aos 83 anos

Músico brasileiro morava em Los Angeles desde os anos 1960, quando ajudou a popularizar a bossa nova no mercado internacional

Instagram/Sérgio Mendes

Sérgio Mendes, um dos grandes intérpretes da música brasileira, morreu nesta sexta-feira (6/9) aos 83 anos em Los Angeles, nos Estados Unidos. O artista vinha enfrentando doenças decorrentes de problemas respiratórios desde o fim de 2023, decorrentes da covid longa, porém a causa da morte ainda não foi divulgada.

Nascido em Niterói, o músico iniciou sua carreira tocando piano em bares e pequenos clubes nos anos 1960, mas logo se mudou para os Estados Unidos. Ele saiu do Brasil por recear a ditadura instalada após o golpe militar de 1964, mas mesmo assim representou o país com poucos patriotas de verde e amarelo da época – e isso ao longo de toda a carreira. Mendes se consagrou mundialmente por sua contribuição à bossa nova, especialmente com a banda Brasil ’66, que obteve fama mundial com a mistura do samba com o jazz e ajudou a popularizar a música brasileira no exterior.

O artista ainda se destacou como o brasileiro com mais gravações emplacadas no Top 100 das paradas norte-americanas, incluindo o sucesso de “Mas Que Nada”, que conquistou o 47º lugar em 1966, e “Olympia”, que atingiu a 58º posição em 1984. Ele também ficou em 4º lugar nas rádios com a versão abrasileirada de “The Look of Love”, de Burt Bacharach e Hal David, além de ter gravado em ritmo de bossa nova várias canções dos Beatles.

Ao longo da trajetória, Mendes colecionou títulos e reconhecimentos importantes, incluindo um prêmio Grammy e outros dois Grammys Latinos, além de ter sido indicado ao Oscar pela canção “Real in Rio” em 2012, feita para o filme animado “Rio” (2011). Ele também colaborou com Frank Sinatra, Tom Jones, Herb Albert, Wes Montgomery, Erykah Badu, Black Eyed Peas, John Legend e vários artistas importantes da música popular americana. Ele também é compositor de “Lua Soberana”, cantada por Luedji Luna e Xênia França na abertura do remake da novela “Renascer”, que se encerra nesta sexta na rede Globo.

Sérgio Mendes vivia há seis décadas em Los Angeles ao lado da esposa, a cantora Gracinha Leporace, com quem estava casado há mais de 50 anos.