O influenciador digital Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, foi denunciado nesta quinta (5/9) pelo Ministério Público com novas acusações de estelionato, lavagem de dinheiro e uso de documento falso. A denúncia está relacionada à promoção de rifas virtuais ilegais que movimentaram milhões entre 2022 e 2024. A esposa de Nego Di, Gabriela Sousa, também foi acusada por envolvimento no esquema.
Detalhes da denúncia
O humorista gaúcho foi denunciado pelo MP pela prática de estelionato por ter promovido, em dezembro de 2023, uma rifa para sortear um Porsche Macan, avaliado em torno de R$ 470 mil, e R$ 150 mil em dinheiro. No entanto, o veiculo de luxo nunca foi entregue para terceiros. Segundo o MP, Nego Di “adquiriu o próprio número sorteado e ainda, para garantir a impunidade, publicou um vídeo em que anunciou, de forma dissimulada, um vencedor fictício para a rifa”.
O MP também acusa Nego Di e a esposa por lavagem de dinheiro no valor de R$ 2,5 milhões. Entre novembro de 2022 e maio deste ano, o casal teria destinado o dinheiro obtido com as rifas para contas de terceiros e, depois, para a compra de veículos de luxo, imóveis na Capital, na Serra e no Litoral gaúcho.
Em julho, durante uma operação policial, dois veículos de luxo foram sequestrados e uma arma de uso restrito foi apreendida na residência do casal.
Além do esquema de rifaz ilegais, o MP também acusa o ex-BBB de usar documentos falsos para tentar comprovar doações de R$ 1 milhão durante as enchentes no estado, quando, na realidade, ele teria doado apenas R$ 100.
Defesa nega as acusações
As advogadas de Nego Di, Tatiana Borsa e Camila Kersch, declararam que a defesa “provará a inocência dos representados munida de provas que comprovam a licitude de seus bens e movimentações financeiras”. As defensoras também afirmaram que os bens apreendidos foram adquiridos legalmente.
“A defesa de Nego Di, Dilson Alves da Silva Neto e sua companheira afirma que provará a inocência dos representados munida de provas que comprovam a licitude de seus bens, a realização de parte da doação por troca de cachê de publicidade e movimentação financeira lícita. Seus bens apreendidos foram adquiridos de forma lícita, comprovando que sua renda é compatível com seu patrimônio. Ainda, em que pese o requerimento por parte do Ministério Público de alienação antecipada dos bens, tal decisão foi suspensa a pedido da Defesa”, disseram as advogadas Tatiana Borsa e Camila Kersch em nota à imprensa.
Prisão preventiva mantida
Nego Di segue preso preventivamente desde julho na Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan), na Região Metropolitana de Porto Alegre, em outro processo de estelionato relacionado a um suposto esquema de não entrega de produtos vendidos por uma loja virtual, onde teria lesado mais de 300 pessoas. A Justiça negou um novo pedido de liberdade feito pela defesa do influenciador, alegando risco de fuga e possibilidade de reincidência.