A Mostra Internacional de Cinema em São Paulo confirmou nesta quarta-feira (11/9) que “Ainda Estou Aqui”, novo filme de Walter Salles, terá première nacional em sua programação. O festival de cinema acontece de 17 a 30 de outubro, em São Paulo.
O filme é baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva e acompanha a trajetória da família Paiva, centrando-se na matriarca interpretada por Fernanda Torres, que sofre com o desaparecimento de seu marido, o ex-congressista Rubens Paiva (vivido por Selton Mello), retirado de sua casa durante o regime militar para nunca mais ser visto.
Para acompanhar a primeira exibição do filme no Brasil, o elenco principal participará da sessão, junto com o diretor e os roteiristas premiados da obra. O filme escrito por Murilo Hauser e Heitor Lourega recebeu o prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Veneza 2024, em cerimônia realizada no sábado passado (7/9).
Posicionamento para o Oscar
Depois da consagração em Veneza, o filme foi ovacionado em sua estreia norte-americana, que aconteceu na noite de segunda-feira (9/9) no Festival de Toronto. Na ocasião, os críticos dos Estados Unidos e Canadá apontaram que “Ainda Estou Aqui” deve colocar o Brasil na disputa do Oscar de Melhor Filme Internacional, algo que não acontece desde “Central do Brasil” (1998), também dirigido por Salles. Naquela ocasião, Fernanda Montenegro também foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz. Com o impacto e elogios conquistados pelo novo longa em festivais internacionais, a filha de Montenegro, Fernanda Torres, pode seguir os passos de sua mãe e conquistar sua própria indicação.
O entusiasmo da crítica norte-americana com o filme brasileiro pode ser medido pela avaliação do site Rotten Tomatoes, que transforma em percentagem a opinião dos críticos. Com resenhas apenas de grandes veículos que acompanham os festivais internacionais, o longa de Walter Salles atingiu 92% de aprovação, um nível de avaliação realmente de Oscar.
A obra de Salles tem sido comparada a outros filmes que abordam o desaparecimento de opositores do Estado, como “A História Oficial” (1985) e “Argentina, 1985” (2022). Ambos tiveram destaque nas premiações internacionais, e “Ainda Estou Aqui” segue um caminho semelhante, com a Sony Classics se posicionando para apoiar fortemente sua campanha para o Oscar de Melhor Filme Internacional.
Brasil ainda não definiu representante
Apesar de os americanos já cotarem o filme para o Oscar, o Brasil ainda não definiu seu representante para a premiação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos. “Não Estou Lá” faz parte da lista, que incluiu mais 11 títulos. O finalista só será anunciado pela comissão da Academia Brasileira de Cinema no dia 23 de setembro.