Marcelo D2, vocalista do Planet Hemp, criticou a “ostentação” presente no trap durante uma coletiva de imprensa no Rock in Rio 2024. O músico, que se apresentou com o Planet Hemp neste domingo (15/9) e volta no sábado (21/9) com projeto de rap, afirmou que a ênfase dada ao sucesso e luxo pelos cantores do gênero é uma “armadilha” para os jovens artistas.
“Acho tudo uma merda. Esse movimento de hoje em dia da rapaziada mais nova, acho que tem uma coisa que me incomoda um pouco nessa nova geração que é a ostentação, acho uma armadilha f*dida, muito braba esse papo de que a favela venceu”, declarou D2, referindo-se à realidade social ainda distante do que é exaltado nas letras do trap. “A favela não venceu, ainda está passando fome, sem saneamento básico, sem saúde”, continuou.
Contexto no Rock in Rio
O primeiro dia do Rock in Rio foi dominado pelo trap, com apresentações de artistas brasileiros como Orochi, Oruam e Chefin, além do norte-americano Travis Scott. O estilo, que tem conquistado espaço nas plataformas de streaming, frequentemente destaca o discurso de ostentação. Para D2, porém, enquanto a maioria das favelas continuar sofrendo com a falta de condições básicas, o verdadeiro sucesso ainda não foi alcançado.
Reflexão sobre a luta social
D2 também citou o rapper Emicida, destacando a importância de um pensamento coletivo: “A rua é nós, não sou eu”, reforçando que a verdadeira vitória da favela virá quando todos forem beneficiados, e não apenas um ou outro indivíduo.