Mãe de Djidja acredita que filha morreu de depressão e não de overdose: “Mais perigoso”

Cleusimar Cardoso disse que a ex-Sinhazinha tomava "altas doses de clonazepam" junto com a ketamina

Instagram/Djidja Cardoso

Cleusimar Cardoso, a mãe de Djidja Cardoso (1992-2024), afirmou em depoimento concedido à Justiça que acredita que a filha morreu em decorrência da depressão, e não devido ao uso excessivo de ketamina (também conhecido como cetamina). A ex-Sinhazinha do Boi Garantido faleceu em maio, quando a família passou a ser investigada por tráfico de entorpecentes.

O promotor de justiça interrogou Cleusimar por mais de meia hora sobre o uso indiscriminado de ketamina, além de tentar descobrir seu conhecimento sobre a droga recreativa e se a matriarca injetava a substância nos próprios filhos. Ela negou as informações, segundo o g1.

“A ketamina não foi a solução para Djidja, mas ela lutou contra a depressão usando ketamina. Não que a ketamina tenha causado a morte dela; na verdade, ela tomava altas doses de clonazepam, o que eu considero mais arriscado e perigoso do que a ketamina”, respondeu Cleusimar, indicando que o quadro agravou com uma série de traições do ex-namorado e pela a morte da avó, em junho de 2023.

Cleusimar ainda relatou que começou a utilizar a substância, junto com a maconha, como tratamento de ansiedade. Ela diz que pedia ketamina por aplicativos e que não estimulou os filhos a se drogarem. “Eles usavam a droga sozinhos. Eu usava em casa e não participava de negociações ou vendas. Apenas usava na minha mesa, para quem quisesse usar. Antes de começar, estudei sobre a ketamina”, alegou a mãe da ex-Sinhazinha.

Relembre o caso

Djidja Cardoso foi encontrada morta com suspeita de overdose dentro de casa em Manaus no dia 28 de maio. A família Cardoso já era investigada por liderar um grupo religioso que usava ketamina em rituais. As investigações apontam que algumas vítimas passaram por violência sexual, cárcere privado e aborto.

A polícia começou a investigação quando o pai da companheira de Ademar Cardoso, irmão de Djidja, resgatou a filha dopada e a levou à delegacia, relatando os fatos há cerca de 40 dias. Os rituais da seita prometiam “transcender a outra dimensão e alcançar um plano superior e a salvação” com o uso de drogas.

A audiência de instrução sobre o caso, que sugere tráfico de drogas e associação criminosa, iniciou em setembro. A defesa dos réus solicitaram o relaxamento da prisão, mas a Justiça manteve a detenção.