A HBO divulgou um comunicado em resposta ao recente — e já deletado — post de George R.R. Martin, no qual o autor criticava decisões criativas da 2ª temporada de “A Casa do Dragão”. Martin expôs em seu blog diversas críticas à adaptação de seu livro “Fogo & Sangue” que, segundo ele, podem prejudicar o futuro da série. Decisões narrativas, especialmente envolvendo o showrunner Ryan Condal, foram alvo de insatisfação do autor, que chegou a dar spoilers da trama do terceiro ano da produção.
Em sua declaração, o canal pago reforça seu respeito pelo material original, mas destaca as dificuldades de adaptação.
Decisões criativas justificadas
O comunicado da HBO afirma: “Existem poucos fãs maiores de George R.R. Martin e de seu livro ‘Fogo & Sangue’ do que a equipe criativa de ‘A Casa do Dragão’, tanto na produção quanto na HBO. Comumente, ao adaptar um livro para a tela, com seu próprio formato e limitações, o showrunner precisa tomar decisões difíceis sobre quais personagens e histórias o público seguirá. Acreditamos que Ryan Condal e sua equipe fizeram um trabalho extraordinário, e os milhões de fãs que a série acumulou ao longo das duas primeiras temporadas continuarão a apreciá-la.”
Showrunner comenta o processo de adaptação
O showrunner Ryan Condal também abordou os desafios de adaptar “Fogo & Sangue” no mais recente episódio do podcast oficial de “Game of Thrones”. Ele descreveu a obra de Martin como um “volume de história” que não apresenta momentos ou personagens totalmente desenvolvidos. “Como dramaturgos, acho que temos que abordar essa história, embora fictícia, da mesma forma que alguém adaptaria um capítulo da história real”, disse Condal.
Ele explicou que a equipe de roteiristas precisa preencher lacunas na narrativa histórica: “Precisamos construir essa realidade tridimensional e essa história completa para que o mundo possa habitar, e dar aos personagens vidas internas, falhas e desejos que podem não ter sido registrados no relato histórico. Muitas vezes, ao ler ‘Fogo & Sangue’, encontramos oportunidades para dizer: ‘Bem, havia um defeito ou um desejo que não entrou nos registros’. Mas, geralmente, é um quadro incompleto. Então, muito do que fazemos como dramaturgos e adaptadores é colorir as linhas que nos são dadas… e muito dessa cor é, em última análise, nossa própria.”