Lícia Manzo, escritora e roteirista consagrada com 32 anos de trabalho na Globo, não teve seu contrato fixo renovado com a emissora. A decisão ocorre após o cancelamento da novela “O País de Alice”, prevista para ocupar o horário das seis, mas descontinuada antes mesmo de entrar em fase de produção.
A coluna Play, do jornal O Globo, confirmou o encerramento do vínculo. A decisão ocorreu após o desempenho de “Um Lugar ao Sol” (2021), considerada a novela de pior audiência do horário nobre.
Trajetória na emissora
Lícia estreou na Globo em 1992 como redatora de “Os Trapalhões” e, ao longo dos anos, consolidou seu espaço com roteiros para humorísticos como “Sai de Baixo” e “A Diarista”. Colaborou em produções como “Malhação” e “Três Irmãs”, além de criar séries e novelas que se tornaram marcantes, como “Tudo Novo de Novo”, “A Vida da Gente” e “Sete Vidas”.
Apesar de seu trabalho ser elogiado por personagens complexos e diálogos refinados, nos bastidores a proposta de sua última novela foi considerada “elitista” e de difícil apelo ao grande público. O fracasso de “Um Lugar ao Sol” contribuiu para que a direção da Globo não aprovasse novos projetos com o mesmo estilo.
Nova política de contratos
Lícia Manzo não foi a única a ter o contrato fixo encerrado. A nova política da Globo de reduzir a folha de pagamento e priorizar contratos por obra também impactou autores como Maria Adelaide Amaral, Cao Hamburger e Vincent Villari. Entretanto, o encerramento do vínculo fixo não impede futuros trabalhos por regime de contrato temporário, como ocorreu com Aguinaldo Silva e Izabel de Oliveira.