George R. R. Martin expôs em seu blog diversas críticas à 2ª temporada de “A Casa do Dragão”, apontando mudanças na adaptação de seu livro “Fogo & Sangue” que, segundo ele, podem prejudicar o futuro da série. A audiência se manteve estável, mas decisões narrativas, especialmente envolvendo o showrunner Ryan Condal, foram alvo de insatisfação de parte do público e do próprio autor.
Modificações na trama
As principais críticas de Martin foram sobre a adaptação da sequência de Queijo e Sangue. Na série, Daemon (Matt Smith) conta com a ajuda de Mysaria (Sonoya Mizuno) para encontrar contatos em Porto Real e se vingar da morte de Luke (Elliot Grihault), filho de Rhaenyra (Emma D’Arcy). Ele contrata um caçador de ratos e um Manto Dourado para se infiltrar na Fortaleza Vermelha e assassinar Aemond Targaryen (Ewan Mitchell). No entanto, ao encontrar o quarto de Aemond vazio, os assassinos deparam-se com Helaena (Phia Saban) e seus filhos e a forçam a identificar o príncipe herdeiro para morrer. Ela identifica Jaehaerys e o soldado mata a criança.
Diferenças em relação ao livro
No livro, Daemon envia um intermediário à Baixada das Pulgas, de Porto Real, para contratar um ex-Manto Dourado e um exterminador de ratos. A dupla sem nome entra na Fortaleza Vermelha pelos túneis e chega à Torre da Mão, onde amarra Alicent (Olivia Cooke) e mata sua criada, esperando a chegada de Helaena com seus filhos, que antes de dormir costumavam dar boa noite à avó. Diante de Alicent amarrada, eles matam os guardas e o matador de ratos, apelidado de Queijo, força Helaena a escolher qual filho morrerá – Maelor ou Jaehaerys. Ela escolhe o mais jovem, mas Queijo ordena a morte de Jaehaerys.
Eliminação de personagem gera controvérsia
A principal crítica de Martin se refere à exclusão do Príncipe Maelor da sequência exibida no início da 2ª temporada. No livro, o destino de Maelor tem grande relevância para o desdobramento dos eventos, mas a série optou por omitir o personagem. “Quando Ryan Condal me disse pela primeira vez o que pretendia fazer, há muito tempo (em 2022, talvez), argumentei contra, por todos esses motivos”, escreveu Martin. Segundo o autor, o showrunner justificou a decisão por questões práticas, como evitar a contratação de uma criança muito nova, o que poderia impactar o cronograma de produção.
Consequências para a trama
Martin também revelou que, apesar de inicialmente ter aceitado a mudança, as implicações da ausência de Maelor são significativas. “Perder Maelor enfraqueceu o final da sequência de Sangue e Queijo, mas também nos custou a cena de Bitterbridge [onde Maelor morre no livro] com todo seu horror e heroísmo”, comentou o autor, ressaltando ainda como a omissão afeta a motivação de personagens como Helaena e prejudica o desenvolvimento de acontecimentos futuros na trama.
Spoilers da 3ª temporada
Além das críticas à 2ª temporada, Martin antecipou spoilers sobre o futuro da série, revelando que a condução de Helaena Targaryen na 3ª temporada será alterada em relação ao livro. “Em sua abordagem para a 3ª temporada, Helaena comete suicídio… Por nenhuma razão específica. Não há o frescor do terror, não há um evento que engatilha esse acontecimento na vida da jovem rainha”, afirmou. O autor lamentou que a série enfraqueça a motivação para o suicídio da personagem.
Repercussão negativa
As declarações foram mal recebidas pelos fãs. No Reddit, muitos reclamaram que Martin foi antiprofissional ao expor os bastidores publicamente, além de prejudicar o trabalho de Ryan Condall com spoilers. Após a repercussão, o escritor apagou a postagem inteira.
A produção da 3ª temporada de “A Casa do Dragão” está prevista para começar no início de 2025, com lançamento esperado apenas em 2026. As duas primeiras temporadas estão disponíveis na Max.
