Francis Ford Coppola processa revista Variety por difamação

O cineasta diz que acusações de assédio em figurantes durante filmagens de "Megalopolis" são mentirosas

Divulgação/Francis Ford Coppola

O ator Francis Ford Coppola abriu um processo judicial contra a tradicional revista americana Variety por difamação, devido a um artigo publicado em julho, que chamou seu comportamento de “pouco profissional” no set de filmagens de “Megalopolis”. O cineasta pede uma indenização de US$ 15 milhões por danos morais ao Tribunal Superior de Los Angeles, na Califórnia.

Motivo do processo

Na reportagem sobre os bastidores de “Megalopolis”, os jornalistas Brent Lang e Tatiana Siegel denunciaram que as figurantes se queixaram de assédio durante a filmagem de uma sequência de festa, onde o cineasta teria as abraçado e beijado sem consentimento, além de ter apalpado suas nádegas.

Ação contra Coppola

O processo de Coppola foi aberto dois dias após a figurante Lauren Pagone processar o cineasta e outros envolvidos por agressão e negligencia na tentativa de evitar assédio sexual. Ela chegou a ser citada em outro artigo da Variety em agosto sobre as ações de Coppola em relação às demais atrizes de apoio.

“A autora [do processo] não recebeu nenhum adendo que explicasse os detalhes de conteúdo sexual e/ou diretrizes de nudez no set, nem havia nenhuma descrição sobre o que ela ou outros atores logo experimentariam no set”, alegou sua equipe jurídica, destacando a falta de coordenadores de intimidade nas cenas.

Reação do diretor

Já a ação judicial de Coppola não menciona as alegações de Lauren, focando apenas nos danos causados pelas “declarações falsas e difamatórias” que foram publicadas pela revista em julho. Apesar disso, os comentários da figurante parecem respaldar detalhes da reportagem original.

A defesa de Coppola ainda destaca sua genialidade criativa, algo que causaria inveja e ressentimento em outras pessoas que estariam “contando mentiras conscientes e imprudentes” sobre o cineasta. Além disso, menciona que os jornalistas se esconderam “atrás de fontes supostamente anônimas” para acusá-lo de comportamentos antiéticos nos bastidores do filme.

“Cada uma dessas acusações era falsa e conscientemente falsa. Elas foram feitas para prejudicar a reputação de Coppola e causar-lhe grave sofrimento emocional. Esse dano foi causado”, diz o processo judicial. “Todas as fontes estavam supostamente no set. […] Os réus sabiam que todos os membros do elenco e da equipe em ‘Megalopolis’ assinaram um acordo no qual prometiam manter em sigilo qualquer informação.”

Verdade ou mentira?

Dias depois da reportagem de julho da Variety, o site Deadline, que pertence ao mesmo grupo editorial, desmentiu as supostas alegações com declarações de outra figurante de “Megalópolis”, identificada como Rayna Menz. “Ele não fez nada para ninguém se sentir desconfortável no set”, garantiu a nova testemunha.

Em comunicado, Coppola afirmou que não possui nenhuma “intenção de litigar o assunto na mídia”, porém está pronto para “defender vigorosamente sua reputação” e disse que “confia nos tribunais para responsabilizar” as partes necessárias.