Estreias | Vilões da Marvel e DC travam batalha pelo público do streaming

As séries "Agatha Desde Sempre" e "Pinguim" são os principais lançamentos da semana para ver em casa

Divulgação/Disney+

Marvel e DC travam um duelo de vilões na programação de streaming nesta semana. Os primeiros episódios das séries “Agatha Desde Sempre”, que continua a trama de “WandaVision”, e “Pinguim”, derivada do filme “Batman”, são os principais lançamentos para ver em casa. Na avaliação da crítica no Rotten Tomatoes, a produção da DC na Max venceu com 94% de aprovação, enquanto a atração da Marvel na Disney+ teve 83%. Muito diferentes, “Pinguim” manifesta a seriedade de um filme de gângster, enquanto “Agatha Desde Sempre” começa como uma paródia de remake de série criminal dinamarquesa, antes de mostrar seu verdadeiro ímpeto de comédia sombria no segundo episódio. Confira a seguir mais detalhes sobre os dois lançamentos e os demais destaques do Top 10 de novidades semanais.

 

SÉRIES

 

AGATHA DESDE SEMPRE | DISNEY+

 

A produção derivada de “WandaVision” resgata a personagem de Kathryn Hahn (“Perfeita é a Mãe!”), que foi introduzida originalmente como Agnes, a vizinha intrometida de Wanda e Visão na série de 2021, antes de se revelar uma bruxa poderosa, Agatha Harkness. Ela estava disfarçada para estudar a heroína antes de enfrentá-la, mas seu esforço acabou virando um grande revés, já que foi derrotada e forçada a assumir a personalidade fictícia de Agnes, sendo condenada por Wanda a viver o resto da vida nos subúrbios como punição.

A nova atração mostra Agatha se recordando de seu passado, mas antes que possa se vingar descobre que não tem mais seus poderes e é jurada de morte por bruxas poderosas. Decidida a recuperar a magia perdida, ela forma um novo coven de bruxas e embarca numa jornada perigosa, onde os corpos começam a se empilhar, com direito à aparição de um demônio encarnado. Os episódios exploram mais cenas de terror que “WandaVision”, mas sem perder o humor ácido que marcou a série original. Afinal, a roteirista é a mesma: Jac Schaeffer, que também assinou o filme “Viúva Negra”.

Além de contar com o retorno de Kathryn Hahn, a série traz novamente Debra Jo Rupp (a Kitty Forman de “That ’70s Show”) como a Sra. Hart, e introduz novos personagens vividos por Joe Locke (um dos protagonistas da série “Heartstopper”), Patti LuPone (“American Horror Story”), Ali Ahn (“A Diplomata”), Okwui Okpokwasili (“O Exorcista: O Devoto”) e Aubrey Plaza (de volta à Marvel após “Legion”).

 

PINGUIM | MAX

 

A série derivada do filme “Batman” (2022) traz Colin Farrell de volta à maquiagem no arqui-inimigo de Batman, liderando uma guerra entre mafiosos pelo controle do submundo do crime de Gotham City. A trama começa pouco tempo depois do final de “Batman” e tem como ponto de partida a morte do poderoso chefão Carmine Falcone. O vácuo de poder dá início a uma disputa violenta pelo espólio de Falcone e o controle de seu império criminoso. Mas enquanto o Pinguim avança, uma nova personagem entra em cena, Sofia Falcone, a filha de Carmine recém saída do hospício Asilo Arkham, querendo valer seu direito à herança criminal.

Além de Farrell, o elenco destaca Cristin Milioti (“Made for Love”) no papel de Sofia Falcone e ainda inclui Carmen Ejogo (“Alien: Covenant”), Shohreh Aghdashloo (“The Expanse”), Michael Kelly (“House of Cards”), Clancy Brown (“John Wick 4: Baba Yaga”) e Michael Zegen (“Maravilhosa Sra. Maisel”). A equipe destaca a roteirista Lauren LeFranc (“Agentes da SHIELD”), o diretor Craig Zobel (“A Caçada”) e o produtor Matt Reeves (“Batman”).

 

MONSTROS – IRMÃOS MENENDEZ: ASSASSINOS DOS PAIS | NETFLIX

 

A 2ª temporada da série antológica de true crime de Ryan Murphy, que começou com “Dahmer: Um Canibal Americano”, muda de foco, deixando de lado a investigação de um serial killer para retratar um assassinato midiático. A trama acompanha o notório caso dos irmãos Erik e Lyle, que foram condenados pelo brutal assassinato de seus pais, José e Kitty Menendez, em 1996. A narrativa examina tanto a acusação, que alegava que os irmãos mataram para herdar a fortuna da família, quanto a defesa, que afirmou que os crimes foram reação a anos de abuso físico, emocional e sexual. A série busca aprofundar-se no impacto desse caso na sociedade e no crescente fascínio moderno pelo gênero de crimes reais, questionando quem são os verdadeiros monstros nessa história.

O elenco traz dois novatos nos papéis principais, Nicholas Alexander Chavez e Cooper Koch, mas os coadjuvantes são nomes de peso: Javier Bardem (“Duna”) e Chloë Sevigny (“Feud: Capote vs. The Swans”) vivem os pais.

 

A CASA DE MODA | APPLE TV+

 

A primeira série original francesa da Apple é um melodrama ambientado no glamouroso e competitivo mundo da moda em Paris. A trama, dividida em dez episódios, gira em torno de duas famílias ilustres e disfuncionais que disputam o controle da Maison LEDU, uma renomada casa de alta-costura. O enredo se inicia com um escândalo que abala a grife LEDU, após um vídeo viral envolvendo o estilista Vincent Ledu (Lambert Wilson) colocar em risco o legado da família. Perle Foster (Amira Casar), ex-musa de Vincent, une forças com a jovem e visionária designer Paloma Castel (Zita Hanrot) para salvar e revitalizar a Maison LEDU. Enquanto isso, Diane Rovel (Carole Bouquet), a implacável CEO do poderoso grupo de luxo Rovel, planeja adquirir a LEDU, visando obter sua maior conquista comercial.

Criada por José Caltagirone (“O Bureau”) e Valentine Milville (“Les Revenants”), “A Cada da Moda” é baseada em uma ideia original de Alex Berger (“O Bureau”), que também atua como produtor executivo. A direção está a cargo de Fabrice Gobert (“Les Revenants”) e Daniel Grou (“Lupin”). E, além de Lambert Wilson (“Matrix Revolutions”), Amira Casar (“Me Chame pelo Seu Nome”), Carole Bouquet (“A Juventude”) e Zita Hanrot (“Divinas”), o elenco de ainda inclui Pierre Deladonchamps (“O Desconhecido do Lago”), Antoine Reinartz (“120 Batimentos por Minuto”), Anne Consigny (“O Escafandro e a Borboleta”), Florence Loiret Caille (“A Dama de Ferro”) e Ji-Min Park (“In Our Prime”).

 

CREPÚSCULO DOS DEUSES | NETFLIX

 

Adaptação da mitologia nórdica criada por Zack Snyder (“Rebel Moon”), a animação sombria inverte os papéis de personagens como Thor e Loki, que se comportam de forma oposta ao que os fãs das produções da Marvel se acostumaram. A história se passa em um mundo mítico de grandes batalhas e feitos heroicos. Leif, um rei mortal, é salvo no campo de batalha por Sigrid, uma guerreira determinada. Na noite de casamento, sua união desperta a ira de Thor, que extermina a família de Sigrid, lançando-a numa missão implacável de vingança contra deuses e demônios. Em sua busca por acerto de contas, Sigrid recebe ajuda de Loki contra a arrogância do irmão.

O elenco de vozes de “Twilight of the Gods” inclui Sylvia Hoeks (“Blade Runner 2049”) como Sigrid, Stuart Martin (Jamestown) como Leif, Rahul Kohli (“iZombi”) como Egill, Paterson Joseph (“The Leftovers”) como Loki, Pilou Asbæk (“Game of Thrones”) como Thor e John Noble (“Sleepy Hollow”) como Odin.

Snyder tem colaborado com a Netflix em diversos projetos através de sua produtora Stone Quarry, incluindo o lançamento das franquias “Rebel Moon” e “Army of the Dead”. Ele produz “Crepúsculo dos Deuses” em parceria com os co-criadores Jay Oliva (diretor de “Liga da Justiça Sombria”) e Eric Carrasco (roteirista de “Supergirl”).

 

PARA SEMPRE PAQUITAS | GLOBOPLAY

 

A série documental explora um pouco mais os bastidores dos “xous” da Xuxa, após o sucesso de “Xuxa: O Documentário”. A produção é comandada por Tatiana Maranhão e Ana Paula Guimarães, ex-assistentes de palco, que reuniram todas as gerações de Paquitas numa retrospectiva de viagens, shows e programas de TV no Brasil e no mundo, ao longo de cinco episódios. Não faltam novas denúncias de abusos cometidos por Marlene Mattos, incluindo inspeção das menores de idade sem roupas, mas também há diversas cenas nostálgicas, com detalhes dos bastidores dos programas de Xuxa sob o olhar das assistentes.

Apenas duas ex-Paquitas se recusaram a participar do documentário: Vanessa Melo e Diane Dantas. A dupla preferiu não realizar as gravações por ter vida reservada desde que saíram da atração juvenil. Em compensação, há depoimentos de Andréa Sorvetão, Bianca Rinaldi, Juliana Baroni, Letícia Spiller, Cátia Paganote (Miúxa), Monique Alfradique, da vencedora de “A Fazenda 14” Bárbara Borges e das duas diretoras, Tatiana Maranhão e Ana Paula Almeida (Pituxita). Participam, ao todo, 27 do total de 29 paquitas brasileiras, além de paquitas internacionais, de Argentina, Chile, Peru e Estados Unidos, e outros nomes que marcaram a história dos coadjuvantes de Xuxa, como os Paquitos e Adriana Bombom.

 

FILMES

 

TÚMULO DOS VAGALUMES | NETFLIX

 

Considerado o anime mais emocionante e trágico já produzido pelo renomado Studio Ghibli, o filme dirigido por Isao Takahata (“O Conto da Princesa Kaguya”), falecido em 2018, é uma adaptação do conto semiautobiográfico de Akiyuki Nosaka, publicado em 1967. Diferente de outras animações do famoso estúdio de animação, que frequentemente explora temas de fantasia e escapismo, esta produção clássica de 1988 é um relato cru e realista sobre a guerra e suas consequências. Ambientado nos últimos momentos da 2ª Guerra Mundial, conta a história de dois irmãos que lutam pela sobrevivência em meio à devastação do Japão.

O adolescente Seita e sua irmã mais nova, Setsuko, perdem os pais durante os bombardeios e são forçados a se refugiar com parentes que, com o tempo, tornam-se cada vez mais hostis. Eventualmente, os dois se veem sozinhos e tentam sobreviver em um abrigo improvisado, enquanto o país é destruído pela fome, pela escassez e pelo caos. A angústia e o desespero dos jovens são ampliados pela frieza das pessoas ao redor, o que reflete uma crítica à desumanização causada pela guerra. O título faz referência a uma cena emblemática em que Setsuko tenta capturar vagalumes, simbolizando a breve e frágil existência de sua vida e a efemeridade da infância diante da destruição.

Desde seu lançamento, “Túmulo dos Vagalumes” tem sido amplamente elogiado como um símbolo poderoso contra os horrores da guerra e permanece uma obra-prima da animação mundial, não apenas por sua beleza estética, mas por sua habilidade de provocar reflexões profundas sobre a natureza humana. Chegando ao streaming pela primeira vez, quase quatro décadas após seu lançamento, o filme tem tudo para impactar novas gerações.

 

GAROTAS EM FUGA | PRIME VIDEO

 

Conhecido pelo trabalho em dupla com o irmão Joel, Ethan Coen parte para a carreira solo com um filme no tom da estreia dos famosos irmãos no cinema, a comédia noir “Sabor de Sangue”, em 1984. A narrativa traz Margaret Qualley (“Criada”) e Geraldine Viswanathan (“A Galeria dos Corações Partidos”) como duas lésbicas que embarcam numa road trip e, após uma reviravolta de tom farsesco, tornam-se fugitivas da máfia.

Qualley interpreta Jamie, uma jovem de espírito livre que está superando mais um término de relacionamento, enquanto Viswanathan é sua amiga depressiva Marian. Em busca de novos ares, elas planejam uma viagem de carro para Tallahassee, na Flórida. Só que acabam recebendo o carro errado da locadora, contendo uma mala que deveria ser transportada para Tallahassee por um grupo criminoso. Por conta desse detalhe, passam a ser perseguidas por assassinos armados.

O roteiro foi escrito por Coen e sua esposa Tricia Cook, que estreia como roteirista de longa-metragem. O elenco também conta com Beanie Feldstein (“Fora de Série”), Colman Domingo (“Fear the Walking Dead”), Pedro Pascal (“The Last of Us”), Bill Camp (“O Gambito da Rainha”) e Matt Damon (“Air”).

 

AS TRÊS FILHAS | NETFLIX

 

O drama traz Carrie Coon (“Ghostbusters: Mais Além”), Natasha Lyonne (“Boneca Russa”) e Elizabeth Olsen (“WandaVision”) como irmãs que precisam se unir para enfrentar uma crise familiar. Carrie Coon interpreta Katie, uma mãe rigorosa de Brooklyn que precisa cooperar com suas duas irmãs quando seu pai idoso fica gravemente doente e próximo da morte. Elizabeth Olsen dá vida a Christina, uma jovem mãe de espírito livre, enquanto Natasha Lyonne interpreta Rachel, uma fumante de maconha com péssimas habilidades de vida. Essas três mulheres precisam superar suas diferenças enquanto se revezam nos cuidados e no conforto do pai durante seus últimos dias. No entanto, algumas delas se acham mais confiáveis que outras.

“As Três Filhas” é escrito e dirigido pelo cineasta Azazel Jacobs, das comédias sombrias “Saída à Francesa” (2020), estrelada por Michelle Pfeiffer e Lucas Hedges, e “The Lovers” (2017), com Debra Winger e Tracy Letts. Exibido no Festival de Toronto do ano passado, o filme recebeu críticas muito positivas: impressionantes 99% de aprovação.

 

PEQUENAS CARTAS OBSCENAS | VOD*

 

A comédia britânica de mistério é baseada em uma história real ocorrida na década de 1920 em Littlehampton, Inglaterra, quando os residentes da cidade começam a receber cartas anônimas cheias de profanidades. A trama se concentra em Edith Swan (interpretada por Olivia Colman), uma mulher conservadora que recebe várias dessas cartas, e Rose Gooding (interpretada por Jessie Buckley), uma imigrante irlandesa desbocada que é acusada de ser a autora das missivas. A história ganha contornos hilários quando a polícia e as mulheres da cidade começam a investigar a verdadeira origem das cartas.

A trama expõe preconceitos da época e revela segredos sombrios da comunidade, apresentando temas de discriminação e injustiça, mas com um tom leve e humorístico. O filme de Thea Sharrock (“O Grande Ivan”) foi lançado no Festival de Toronto passado, onde recebeu críticas positivas (80% no Rotten Tomatoes), especialmente pelas performances de Colman e Buckley, que trabalharam juntas antes em “A Filha Perdida” (2021), sem no entanto contracenarem, já que viviam a mesma personagem em épocas distintas.

 

 

* Os lançamentos em VOD (video on demand) podem ser alugados individualmente em plataformas como Apple TV, Claro TV+, Google Play, Loja Prime, Microsoft Store, Vivo Play e YouTube, entre outras, que funcionam como locadoras digitais sem a necessidade de assinatura mensal.