Agora é oficial. A Academia Brasileira de Cinema escolheu o filme “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, para representar o Brasil na disputa por uma vaga na categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar 2025.
O anúncio foi feito nesta segunda-feira (23/9) pela Academia e vem após a premiação de “Ainda Estou Aqui” no Festival de Veneza, na Itália, e grande repercussão na imprensa internacional de sua exibição no Festival de Toronto, no Canadá.
O filme é baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva e foi adaptado por Murilo Hauser e Heitor Lorega, premiados em Veneza. O enredo acompanha a trajetória real da família Paiva, centrando-se na matriarca interpretada por Fernanda Torres, que sofre com o desaparecimento de seu marido, o ex-congressista Rubens Paiva (Selton Mello), retirado de sua casa durante o regime militar para nunca mais ser visto.
Posicionamento para o Oscar
A obra de Salles tem sido comparada no exterior a outros filmes que abordam o desaparecimento de opositores do Estado, como “A História Oficial” (1985) e “Argentina, 1985” (2022). Ambos chegaram ao Oscar, e “Ainda Estou Aqui” segue um caminho semelhante, com a Sony Classics se posicionando para apoiar fortemente sua campanha na categoria de Melhor Filme Internacional. Isto significa que o filme contará com suporte financeiro para chamar atenção, algo que faltou aos últimos selecionados, que não conseguiram a cobiçada indicação na categoria.
Segundo aposta da imprensa americana, o filme deve realmente colocar o Brasil na disputa da estatueta, algo que não acontece desde “Central do Brasil” (1998), também dirigido por Salles. Naquela ocasião, Fernanda Montenegro, mãe de Fernanda Torres, foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz. Com o impacto de “Ainda Estou Aqui” em festivais internacionais, Fernanda Torres também tem chances de seguir os passos de sua mãe e conquistar sua própria indicação. Vale apontar que Fernanda Montenegro, hoje com 94 anos, faz uma breve participação no filme, interpretando uma versão mais velha de sua filha na tela.
O entusiasmo da crítica norte-americana com o filme brasileiro pode ser medido pela avaliação do site Rotten Tomatoes, que transforma em percentagem a opinião dos críticos. Com resenhas apenas de grandes veículos que acompanham os festivais internacionais, o longa de Walter Salles atingiu 94% de aprovação, um nível de avaliação digno de Oscar.