A repórter da EBC (Empresa Brasil de Comunicação) Verônica Dalcanal sofreu assédio durante uma transmissão ao vivo pela TV Brasil, enquanto cobria os Jogos Olímpicos de Paris. O incidente ocorreu no sábado (3/8), quando a jornalista relatava o dia dos atletas brasileiros.
O incidente
Durante a transmissão, três homens se aproximaram de Verônica. Um deles beijou o rosto da jornalista sem seu consentimento, seguido por outro que repetiu a ação. Verônica repudiou o comportamento dos homens e desabafou: “Eu estava dando as informações durante a transmissão da série B e aí um grupo de torcedores invadiu o vivo. A gente sabe que é normal a torcida interagir com os repórteres, mas eles foram muito desrespeitosos comigo e ultrapassaram limites”.
Visivelmente abalada, Verônica expressou seu desconforto: “Me tocaram, encostaram em mim, enfim. Eu não consigo nem descrever o que aconteceu direito e eu não pretendo ver as imagens”. Ela também ressaltou a importância do respeito e da igualdade de gênero nos Jogos Olímpicos. “Acho triste que isso aconteça, especialmente porque essa edição dos Jogos Olímpicos aqui em Paris, 124 anos depois, é a edição com as mulheres participando em igualdade. E é uma pena que a gente não possa ter liberdade para trabalhar como os homens podem”.
Repercussão e apoio
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República divulgou uma nota de apoio à jornalista. “É inaceitável que jornalistas mulheres continuem sendo vítimas dessa violência. A Secom dará o apoio que se faça necessário nesse momento. Saudamos toda a equipe da EBC – em Paris e no Brasil – que com seu profissionalismo e dedicação vem fazendo a cobertura da participação brasileira nos Jogos Olímpicos, levando informação de qualidade nos mais diversos meios para todo o país e fortalecendo a comunicação pública e governamental”.
A diretora de jornalismo da EBC, Cidinha Matos, também se pronunciou condenando o ocorrido. “É inaceitável o assédio à repórter da TV Brasil, emissora da EBC, Verônica Dalcanal, durante transmissão ao vivo nas Olimpíadas, em Paris. É uma agressão à jornalista, à mulher e ao espírito olímpico, especialmente nesta edição em que as mulheres, em particular as brasileiras, estão conquistando o merecido protagonismo”.