Rubens Antônio da Silva, mais conhecido como o Caçulinha do “Domingão do Faustão”, morreu aos 86 anos na madrugada desta segunda-feira (5/8). O músico e compositor estava internado há cerca de 10 dias no Hospital Santa Maggiore, em São Paulo, onde se recuperava de um infarto.
A despedida do artista foi anunciada pela própria família: “É com profunda tristeza que comunicamos que Caçulinha, o grande músico, o irmão inseparável e o titio mais amado, nos deixou hoje, aos 86 anos, durante a madrugada. Uma vida de dedicação à música popular brasileira. O maestro, com ouvido absoluto, que tocou com os grandes artistas, gravou mais de 30 discos e divertiu muita gente por 60 anos na televisão, deixa um legado imenso de amor à arte”, diz a nota de pesar.
O velório do Caçulinha será realizado a partir das 11h na capela do Cemitério São Paulo, em Pinheiros, na zona oeste da capital paulista. Já o sepultamento do maestro está agendado para às 16h no mesmo local. A cerimônia será aberta ao público.
Carreira de Caçulinha
Caçulinha nasceu em São Paulo em 1938, e era filho do compositor Mariano da Silva, que fez sucesso no interior paulista, principalmente na região de Piracicaba. Ele herdou o apelido e nome artístico do tio, Caçula, quando o substituiu na dupla sertaneja “Mariano & Caçula”.
Aos oito anos, o artista demonstrava ter uma habilidade de audição rara, sendo capaz de identificar ou recriar qualquer nota musical mesmo sem ter um tom de referência. Contudo, seu talento ultrapassou seu dom na fase adulta, quando já tocava piano, violão, acordeão e escaleta.
Nos anos dourados da música brasileira, Caçulinha chegou a acompanhar grandes nomes como Elis Regina (1945-1982), Jair Rodrigues (1939-2014), Luiz Gonzaga (1912-1989), Erasmo Carlos (1942-2022), João Gilberto (1931-2019), Wilson Simonal (1938-2000), Dominguinhos (1941-2013), Gonzaguinha (1945-1991), Gal Costa (1945-2022), além de Roberto Carlos, Chico Buarque, Caetano Veloso, Maria Bethânia e Milton Nascimento.
Fama na TV
O artista foi contratado com exclusividade pela TV Record em 1965, quando ficou responsável por tocar no programa “O Fino da Bossa”. Tempos depois, acabou emendando outros trabalhos televisivos, participando de especiais musicais e outras atrações, como “Esta Noite se Improvisa” (1967) e “Bossaudade” (1966).
O sucesso na TV aumentou por volta de 1989, quando ele assinou um importante contrato com a TV Globo, virando um dos principais integrantes da banda do “Domingão do Faustão”. Convocado por Fausto Silva a fazer interações ao vivo, Caçulinha deixou de ser conhecido apenas pelos bastidores do mundo da música para se tornar um rosto televisivo. O maestro ficou na emissora até 2014, mas ainda permaneceu alguns anos na TV, contratado pela TV Gazeta para participar do “Causos & Canções” dentro do programa “Todo Seu”, comandado por Ronnie Von.
Em sua longa trajetória musical, Caçulinha gravou 31 discos no total. Seu lançamento mais recente é de novembro de 2019, quando ele celebrou 60 anos de carreira na música e na televisão brasileira.