Marcos Mion é advertido pelo Instagram por distorcer informação

Apresentador fez crítica ao governo pelas Olímpiadas com informações contestadas nas redes sociais

X/Globo

O apresentador do “Caldeirão”, Marcos Mion, foi advertido pelo Instagram por distorcer dados sobre os salários de atletas brasileiros nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Mion viralizou com um vídeo em que falou sobre a falta de incentivo financeiro aos atletas no Brasil, alegando que a média salarial era de R$ 2 mil, informação considerada enganosa.

O que aconteceu

Ao acessar a postagem no perfil de Mion, os usuários encontram uma mensagem do Instagram no rodapé da imagem, destacando que o conteúdo é “parcialmente falso”. A fala do apresentador foi verificada por agências de checagem, que constataram a reprodução de um conteúdo “parcialmente falso”. Segundo a definição usada pela agência, isso significa que Mion fez uso de informações verdadeiras em um contexto diferente do original, alterando seu significado.

Contexto original

No vídeo que causou a polêmica, Mion pediu que os atletas brasileiros parassem de pedir desculpas por não ganharem medalhas nas Olimpíadas de Paris, pois a culpa era do governo que não investia nos esportistas. “Tá me partindo o coração ver os nossos atletas olímpicos pedindo desculpas por não terem ganhado medalha, por terem perdido. Queridos atletas, parem, por favor, cabeça erguida, vocês só merecem aplausos. Vocês só merecem reconhecimento. Se alguém tem que pedir desculpas, é o nosso governo que não construiu um histórico, não construiu uma tradição de investimento no esporte. Não vocês.”

Depois de dar os números falsos do salário dos atletas, ele finalizou dizendo: “Imagina a vida de atleta olímpico da forma que o Brasil enxerga eles hoje em dia? Imagina! Atletas, quem tem que pedir desculpas é o governo, não vocês. Cabeça erguida, vocês são potências, heróis”.

A declaração gerou grande repercussão e desmentidos de agências de checagem. Diante das críticas, Mion chegou a fazer uma nova postagem pedindo desculpas. Ele explicou que sua intenção era levantar uma reflexão sobre o histórico do país em relação ao incentivo ao esporte. “Tiraram do contexto”, afirmou.

Nova retratação de Mion

Após a advertência, o apresentador atualizou sua publicação com mais um texto e admitiu ter repassado “informação incorreta”. “Peço desculpas e quero compartilhar o seguinte com vocês: é desafiador precisar quanto um atleta profissional no Brasil consegue de recursos para apoiar a sua carreira, já que enquanto muitos atletas sequer salário recebem, outros têm esse direito assegurado (geralmente no caso dos esportes coletivos, mas há outros exemplos), isso sem contar aqueles que conseguem obter recursos através de patrocínios”, escreveu.

Então, completou com uma informação que nega tudo o que tinha dito antes. “Além disso, existe uma rede de apoio financeiro oferecida pelo Governo Federal que é fundamental para permitir que os nossos atletas sigam seus sonhos e nos encham de alegria com suas conquistas. Este é justamente o caso das bolsas oferecidas pelo Governo Federal, as tais “Bolsas Atleta” que têm várias faixas de valores definidos de acordo com critérios específicos, que podem ser obtidas por atletas de base até atletas olímpicos que estão representando o Brasil em Paris 2024″, explicou.

O Ministério do Esporte oferece seis tipos de bolsa com valores variando de R$ 370 a R$ 15 mil. O maior valor se chama Bolsa Pódio e vai para os medalhistas olímpicos, como Rayssa Leal, Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa e Júlia Soares.