A Justiça do Rio de Janeiro decretou nesta sexta-feira (23/8) a prisão da influenciadora Day McCarthy, condenada por xingamentos racistas contra Titi Ewbank Gagliasso, filha dos atores Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso. A empresária, que em 2017 chamou a menina de “macaca” em vídeos publicados nas redes sociais, foi condenada a 8 anos e 9 meses de prisão em regime fechado. Essa é a maior pena já deferida pela Justiça brasileira contra uma pessoa que cometeu injúria racial.
No entanto, a socialite, que mora no exterior, ainda pode entrar com recurso contra a condenação.
Processo e apelação
O caso se arrasta desde 2021, quando os pais de Titi conseguiram formalizar a denúncia quatro anos após o ocorrido. Apesar de Day McCarthy ter recorrido da decisão na esfera cível em fevereiro deste ano, ela foi condenada criminalmente por racismo pelo Ministério Público. “Essa é a primeira vez que, em resposta ao racismo, o Brasil condena uma pessoa a prisão em regime fechado”, declararam os atores em uma carta aberta publicada nas redes sociais.
Indenização e julgamento à revelia
Além da pena de prisão, a influenciadora foi condenada a pagar uma indenização de R$ 180 mil pelos insultos racistas. No entanto, com juros e correção monetária, o valor deverá ultrapassar meio milhão de reais, conforme informou o advogado da família Gagliasso. McCarthy foi julgada à revelia, ou seja, foi informada oficialmente sobre o processo, mas não se defendeu perante o juiz.
Pronunciamento dos pais
Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso expressaram sua emoção e gratidão pela decisão judicial, destacando a importância deste marco no combate ao racismo. “Sabemos que, infelizmente, esta vitória acontece por termos visibilidade e brancos, e, portanto, mais ouvidos que a população negra que, desde que foi sequestrada para este país, não para de gritar e sangrar”, afirmaram o casal na carta aberta.