A família do falecido cantor e compositor Isaac Hayes ameaçou processar a campanha de Donald Trump pelo uso não autorizado da música “Hold On, I’m Coming” em comícios. A canção, co-escrita por Hayes e David Porter e gravada originalmente por Sam & Dave em 1966, tem sido tocada em eventos da campanha.
Reivindicações da família
O advogado da família, James Walker, afirmou que a campanha de Trump e o Comitê Nacional Republicano “engajaram-se deliberadamente em violação de direitos autorais” ao usar a música “mais de cem vezes” sem licença ou autorização. A família exige uma compensação de pelo menos US$ 3 milhões, além da remoção de todos os vídeos que apresentam a música e uma declaração pública de que a família de Hayes nunca autorizou seu uso.
O filho de Isaac Hayes, Isaac Hayes III, usou as redes sociais para se manifestar sobre o caso. Em um texto duro, ele afirmou: “Donald Trump personifica uma falta de integridade e classe, não apenas por seu uso contínuo da música do meu pai sem permissão, mas também por seu histórico de abuso sexual contra mulheres e sua retórica racista. Esse comportamento não será mais tolerado, e tomaremos medidas rápidas para acabar com isso”.
Isaac Hayes III ainda acrescentou: “Somos solidários com todos os músicos cujo trabalho foi cooptado sem consentimento por campanhas políticas divisivas. A arte de um artista musical é um reflexo de sua alma, não uma ferramenta para promover ódio ou intolerância. É hora de todos os artistas se unirem e exigirem respeito por seus legados criativos”.
Resposta da campanha de Trump
Até o momento, a campanha de Trump não respondeu às declarações de Hayes ou de Dion. A música “Hold On, I’m Coming” foi tocada recentemente em um comício em Montana na sexta-feira (9/8).
Histórico de conflitos
Além deste caso, a equipe de Celine Dion também criticou o uso não autorizado da música “My Heart Will Go On” no mesmo evento pela campanha de Trump, afirmando que a cantora “não endossa esse ou qualquer outro uso semelhante”.
Há um histórico de campanhas políticas, principalmente republicanas, enfrentando críticas de artistas pelo uso não autorizado de suas músicas em eventos. Em alguns casos, as campanhas obtêm licenças gerais de grupos de direitos autorais como ASCAP (o ECAD americano), mas os artistas podem excluir determinadas obras dessas licenças. Além disso, os artistas podem se opor ao uso de suas músicas por outras razões, incluindo violações de direitos de publicidade e leis de marcas registradas.