A Netflix admitiu que a pessoa retratada como “Martha” na série “Bebê Rena” não foi condenada por perseguição, ao contrário do que a trama sugere. A série, inspirada na vida do criador e intérprete do personagem principal, Richard Gadd, causou polêmica após Fiona Harvey, identificada como a “Martha” da vida real, entrar com um processo judicial contra a plataforma.
Revelações e controvérsias
Fiona Harvey, que se identificou como a “Martha” logo após o lançamento da série, foi sujeita apenas a ordens judiciais relacionadas às suas interações com Richard Gadd, mas não possui condenações por perseguição. Esta revelação veio à tona durante o processo judicial movido por Harvey contra a Netflix em junho, alegando difamação, violência emocional, violação de direitos e negligência. Ela exige da plataforma uma compensação de US$ 170 milhões (cerca de R$ 962 milhões).
Resposta da Netflix
Em maio, Benjamin King, diretor de relações públicas da Netflix no Reino Unido, justificou perante o comitê de Cultura, Mídia e Esporte do Parlamento Britânico que a série “Bebê Rena” narra “a história verdadeira dos terríveis abusos” sofridos por Gadd. No entanto, as provas apresentadas foram questionadas, levando a Netflix a esclarecer que Fiona Harvey esteve sujeita apenas a uma ordem judicial e não a uma condenação.
Declaração de Richard Gadd
Richard Gadd enviou uma carta ao comitê afirmando que “Harvey não é Martha”, ressaltando que “Martha é um personagem ficcional com uma personalidade ficcional que se diferencia muito da de Harvey”. Agora, os advogados da Netflix argumentaram que as acusações de Harvey não constituem uma base legal para difamação, defendendo que a série retrata eventos de forma ficcional.