Morre a carnavalesca Rosa Magalhães, vencedora do Emmy, aos 77 anos

A artista colecionou sete títulos ao longo de mais de 50 anos no Carnaval carioca e foi reconhecida internacionalmente pelos Jogos Olímpicos do Rio

Instagram/Salgueiro

Rosa Magalhães, a carnavalesca mais premiada do Rio de Janeiro, morreu em decorrência de um infarto na noite de quinta-feira (25/7) aos 77 anos. A artista colecionou sete títulos ao longo de mais de 50 anos de Carnaval.

A despedida da carnavalesca foi lamentada por diversos famosos, incluindo o jornalista Fábio Fabato, que avaliou que ela merece estar no mesmo altar de artistas brasileiros como Tarsila do Amaral (1886-1973) e Candido Portinari (1903-1962).

“Rosa foi a maior fazedora da maior das festas populares do planeta. Só isso já bastaria para ser considerada uma das grandes artistas brasileiras de todos os tempos. Uma capacidade única de descobrir histórias e contar para as pessoas a partir de uma linguagem inventada pelo Brasil: o desfile das escolas de samba”, afirmou Fabato.

Carreira de Rosa

Ao longo da trajetória, Rosa Magalhães foi artista plástica com três graduações (pintura, cenografia e indumentária) e ex-professora da Escola de Belas Artes da UFRJ. Sua carreira no mundo do samba iniciou como assistente no Salgueiro, em 1970.

“Seu estilo barroco único no Carnaval, inspirado e transformado pelos mestres Arlindo Rodrigues e Joãosinho Trinta, redefiniu a linguagem carnavalesca, combinando história e luxo em desfiles inesquecíveis”, declarou a agremiação no Instagram.

Mas a “Era de Ouro” da carnavalesca foi entre 1994 e 2001, quando conquistou cinco dos oito campeonatos da Imperatriz Leopoldinense. Ela ainda chegou a presenciar um período de tricampeonato (1999 a 2001) em quase duas décadas trabalhando na agremiação. Seu último título foi na Unidos de Vila Isabel, em 2013.

Além disso, Rosa marcou sua história artística de outras formas, como a sua conquista de um prêmio Emmy, o mais importante da televisão, pela criação dos figurinos da cerimônia de encerramento dos Jogos Panamericanos, em 2007.

Rosa também foi responsável pela cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. A festa carioca teve referência ao Carnaval brasileiro, e contou com a participação do Cordão da Bola Preta, junto com sua então madrinha Leandra Leal.