A programação de cinema desta quinta (11/7) é sacudida pelos ventos de “Twisters”, que retoma uma franquia popular de desastres naturais dos anos 1990 com a maior distribuição no circuito. Outros destaques incluem “MaXXXine”, conclusão de uma trilogia de terror estrelada pela neta da atriz brasileira Maria Gladys, e a comédia romântica “Como Vender a Lua”, que testa a química de Scarlett Johansson e Channing Tatum. São filmes para públicos completamente distintos, e a variedade se amplia com os títulos de alcance limitado, incluindo duas produções nacionais. Confira a lista completa de lançamentos.
TWISTERS
A atualização do clássico filme de catástrofe “Twister” (1996) marca a estreia de Lee Isaac Chung, conhecido por seu trabalho aclamado em “Minari” (2020), no gênero de ação. Grande sucesso dos anos 1990, o filme original trazia Helen Hunt e Bill Paxton como dois “caçadores de tempestades” (e também um ex-casal) que se juntavam para perseguir tornados — a intenção era implementar um sistema avançado de alerta climático, que só funcionava se colocado no caminho de tempestades devastadoras. O longa foi dirigido pelo holandês Jan de Bont logo depois do blockbuster “Velocidade Máxima” (1994) e seu roteiro foi assinado pelo autor de best-sellers Michael Crichton, que teve vários sucessos literários levados para as telas, entre eles “Jurassic Park” e “Westworld”.
A sequência volta a trazer um casal de protagonistas, uma pesquisadora e um “domador” de tempestades, que desta vez são “rivais”. Daisy Edgar-Jones (“Um Lugar Bem Longe Daqui”) vive uma ex-caçadora de tornados traumatizada, que estuda padrões de tempestades nas telas, em segurança e na cidade de Nova York. Ela é atraída de volta às planícies pelo amigo interpretado por Anthony Ramos (“Transformers: O Despertar das Feras”), para testar um novo sistema revolucionário de rastreamento, e acaba cruzando seu caminho com o personagem de Glen Powell (“Top Gun: Maverick”), um influenciador que se diverte postando suas aventuras de caça a tempestades nas redes sociais. À medida que a temporada de temporais se intensifica, fenômenos aterrorizantes nunca antes vistos são desencadeados e as equipes concorrentes se veem diretamente no caminho de múltiplos tornados, que convergem sobre o centro de Oklahoma, colocando-os em fuga e em luta por suas vidas.
Com bons efeitos que colocam os protagonistas em meio a tempestades brutais, a produção oferece uma experiência eletrizante e visualmente impactante, especialmente nas telas IMAX. O elenco ainda traz Kiernan Shipka (“O Mundo Sombrio de Sabrina”), David Corenswet (o novo Superman, visto recentemente em “Pearl”), Daryl McCormack (“Peaky Blinders”), Sasha Lane (“Utopia”), Maura Tierney (“The Affair”) e Katy O’Brian (“Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania”).
MAXXXINE
O diretor Ti West conclui a trilogia de horror iniciada por “X – A Marca da Morte” e “Pearl” (ambos de 2022) com uma homenagem às produções dos anos 1980, era do boom do VHS, que serviu de impulso para a indústria dos vídeos pornôs e dos filmes de terror slasher (dos psicopatas mascarados com facas). Na trama, Maxine (Mia Goth), a “final girl” de “X”, aproveita seu sucesso no mercado adulto de home vídeo para tentar iniciar uma carreira “séria” num horror de baixo orçamento – como aconteceu com Traci Lords, por exemplo. Mas seu passado vem atrás de faca em punho. A produção tem até a uma visita ao set de “Psicose” (1960), que é uma atração turística em Hollywood, com direito à aparição de uma velhinha sinistra na janela da casa da família Bates. A cena serve tanto como referência ao filme original de Alfred Hitchcock quanto ao enredo de “X”.
Acontece que Maxine não enterrou o passado direito. Um detetive particular foi contratado para encontrar seu paradeiro e, para complicar, pessoas continuam a morrer ao redor da jovem. O papel de detetive é vivido por ninguém menos que Kevin Bacon (“Um Tira da Pesada 4: Axel Foley”), que no começo da carreira foi um dos adolescentes mortos no primeiríssimo “Sexta-Feira 13” (1980).
Além de estrelar, Mia Goth também assinou o roteiro em parceria com Ti West, responsável pela direção de toda a trilogia, e o elenco ainda conta com Elizabeth Debicki (“The Crown”), Giancarlo Esposito (“Better Call Saul”), Michelle Monaghan (“True Detective”), Bobby Cannavale (“Mr. Robot”), Lily Collins (“Emily in Paris”), a cantora Halsey e o cantor Moses Sumney.
COMO VENDER A LUA
A comédia romântica segue a personagem de Scarlett Johansson, uma publicitária que se destaca no mercado machista dos anúncios dos anos 1960 e é chamada para salvar a imagem pública da NASA, que na época estava perdendo a corrida espacial para os russos e vivia apresentando notícias negativas. Ela coordena uma campanha para melhorar a percepção da instituição, mostrando os astronautas como heróis americanos. Mas seus esforços não agradam ao diretor responsável pelo lançamento dos foguetes, vivido por Channing Tatum (“Magic Mike”), que acredita que o marketing trivializa esforços legítimos. O atrito de opostos atrai pela química entre os atores.
O lado besteirol da produção vem à tona quando o Presidente pede para Johansson encenar um pouso falso na lua como plano B, para o caso de a missão da Apollo 11 falhar. Trata-se de referência a uma antiga teoria de conspiração, que afirma que o pouso na Lua nunca aconteceu de verdade. Tudo não teria passado de uma encenação filmada pelo diretor Stanley Kubrick, que um ano antes fez a clássica sci-fi espacial “2001 – Uma Odisseia no Espaço” (1968). O nome do cineasta é até citado no filme.
A direção é de Greg Berlanti (“Com Amor, Simon”) e o elenco ainda inclui Ray Romano (“O Irlandês”) e Woody Harrelson (“Venom: Tempo de Carnificina”).
CAMINHOS CRUZADOS
O drama “Caminhos Cruzados” marca o retorno do diretor sueco Levan Akin, cinco anos após o polêmico “E Então Nós Dançamos” (2019), que gerou protestos na Geórgia, país ultraconservador da família do cineasta, devido ao seu tema homossexual. Com “Caminhos Cruzados”, Akin volta a explorar o universo LGBTQ+, desta vez em uma narrativa centrada na busca por aceitação e identidade.
A trama gira em torno de Lia (Mzia Arabuli), uma ex-professora cansada do mundo e com dificuldades financeiras, que prometeu realizar o último desejo de sua irmã recém-falecida: encontrar Tekla, sua filha trans, há muito tempo perdida. Em Batumi, na Geórgia, Lia encontra Achi (Lucas Kankava), um jovem que também deseja escapar de sua vida infeliz em casa, dominada pelo irmão mais velho autoritário. Juntos, eles partem em uma jornada emocional para Istambul na esperança de encontrar Tekla. A cidade se torna um cenário vibrante onde eles conhecem uma variedade de personagens complexos, incluindo duas crianças de rua e a advogada transgênero Evrim (Deniz Dumanli).
Premiado com o troféu Teddy, de Melhor Filme LGBTQ+ do Festival de Berlim deste ano, o longa celebra a humanidade e as pequenas ações que constroem conexões, apresentando uma Istambul visualmente impactante, que complementa a narrativa emocional dos personagens.
NINGUÉM SAI VIVO DAQUI
O drama brasileiro dirigido por André Ristum (“O Outro Lado do Paraíso”) adapta a minissérie “Colônia”, exibida no Canal Brasil, para o formato de longa-metragem. Inspirada em eventos reais, a história se passa nos anos 1970 em um hospital psiquiátrico no interior do Brasil, para onde eram mandados jovens inconformistas, mulheres “histéricas” e outros que não se enquadravam nas normas sociais da época. A trama gira em torno de uma das jovens internadas à força, vivida por Fernanda Marques (“Um Lugar ao Sol”), que luta para manter sua sanidade em meio às condições desumanas do hospital.
O Hospital Colônia realmente existiu. Ficava localizado em Barbacena, Minas Gerais, Brasil, e foi um dos mais notórios hospitais psiquiátricos do país, com uma história marcada por abusos e condições desumanas. O longa filmado em preto e branco, busca transmitir a opressão e a desesperança do ambiente, realçando o contraste entre a dura realidade dentro do hospital e os momentos de resistência dos pacientes. A narrativa faz uma crítica contundente às práticas abusivas nos hospitais psiquiátricos da época, abordando temas como negligência, abuso de poder e a luta por dignidade. Andrea Horta (“Elis”), Naruna Costa (“De Repente, Miss!”), Bukassa Kabengele (“O Jogo que Mudou a História”), Anna Kutner (“Betinho, o Fio da Navalha”) e Augusto Madeira (“Bingo, o Rei das Manhãs”) integram o elenco.
LUCCAS E GI EM: DINOSSAUROS
A nova aventura infantil de Luccas Neto transporta o influenciador e sua parceira Gi Alparone para a trama de “Jurassic Park”, com o orçamento de “Beto Carreiro World”. Os dois vão conhecer um novo parque de diversões com famosas réplicas de dinossauros, onde acabam descobrindo os planos de uma cientista ambiciosa e sem escrúpulos que quer trazer os dinossauros de volta à vida – custe o que custar. Luccas precisará fazer de tudo para salvar a irmã das garras da vilã, que planeja usá-la como cobaia para suas terríveis experiências.
A direção é de Leandro Neri (“Socorro! Virei uma Garota”), que assina seu terceiro filme de Luccas Neto e Gi Alparone em 2024, após “Príncipe Lu e a Lenda do Dragão” e o lançamento de streaming “A Babá – Operação Game Over”.