Com seis filmes e quatro séries, os destaques do streaming desta semana incluem blockbusters, produções inéditas e relançamentos de filmes em novas versões. A lista é encabeçada pela sci-fi “Planeta dos Macacos: O Reinado” e contém nada menos que quatro títulos animados, incluindo uma nova série de Batman. Confira a seleção.
FILMES
PLANETA DOS MACACOS: O REINADO | DISNEY+
A saga sci-fi volta ao cinema após sete anos, mas se passa várias décadas depois da última trilogia, num futuro mais próximo da trama clássica do escritor Pierre Boulle (1912-1994), que foi levada aos cinemas em 1968. Na verdade, há muitos paralelos entre a nova produção e a história original do astronauta Taylor (Charlton Heston nas telas).
O admirável mundo da continuação acompanha macacos evoluídos que andam a cavalo, brigam entre si e reinam sobre as ruínas destruídas da antiga humanidade, enquanto humanos se escondem de seus predadores. Nesse mundo, os humanos perderam a capacidade da fala. Por isso, o novo líder símio tirânico (Kevin Durand, de “Locke & Key”) persegue de forma implacável uma mulher, vivida por Freya Allan (“The Witcher”), que usa roupas e é capaz de falar. Sua inteligência surpreende um jovem chipanzé (Owen Teague, de “It: A Coisa”), que se arrisca para salvá-la e passa a questionar tudo o que sabia sobre o planeta em que vivem, iniciando uma jornada com a humana e um velho orangotango (Peter Macon, de “The Orville”) em busca de respostas. Só que ela também não é confiável.
A trama é escrita por Josh Friedman (“Avatar: O Caminho da Água”) e Rick Jaffa (“Planeta dos Macacos: A Origem”) e a direção está a cargo de Wes Ball (“Maze Runner”). Estreia na sexta (2/7).
IMACULADA | VOD*
O horror estrelado por Sydney Sweeney (a Cassie de “Euphoria”) se insere na vertente do nunsploitation, terror católico com freiras que, graças ao sucesso de “A Freira” (2018) e a controvérsia de “Benedetta” (2021), voltou recentemente à moda. A produção traz cenas sobrenaturais, visões e milagres no interior de um convento, em meio a sangue, sustos e iconografia religiosa. Lançada antes de “A Primeira Profecia” nos EUA, com o qual compartilha pontos em comum, destacou-se com 70% de aprovação da crítica americana na média do agregador Rotten Tomatoes.
A história segue uma noviça (Sweeney) que recebe uma nova posição em um famoso convento italiano. Apesar da recepção calorosa e do ambiente agradável, cercado por uma bela paisagem, a jovem logo descobre que o lugar abriga segredos malignos. A situação se complica quando ela começa a passar mal e descobre que está grávida, sem ter tido relações sexuais. A concepção imaculada passa a ser tratada como milagre no convento, ao mesmo tempo em que freiras começam a se suicidar e forças violentas vêm atrás da protagonista.
A direção é de Michael Mohan, que já tinha dirigido a atriz no suspense “Observadores” (The Voyeurs), lançado na plataforma Prime Video no ano passado. O elenco coadjuvante é majoritariamente europeu, com Àlvaro Morte (“La Casa de Papel”), Dora Romano (“Mafia Mamma: De Repente Criminosa”), Giorgio Colangeli (“O Jantar”), Simona Tabasco (“The White Lotus”), Benedetta Porcaroli (“Amanda”) e Giampiero Judica (“Do Jeito que Elas Querem: O Próximo Capítulo”). Já disponível.
THE CARD COUNTER: O JOGADOR | NETFLIX
O novo filme de Paul Schrader (“Fé Corrompida”) traz Oscar Isaac (“Star Wars: A Ascensão Skywalker”) como um jogador de pôquer de passado complicado. Na trama, ele é um ex-interrogador militar que tenta esquecer seus traumas através da jogatina, mas eventualmente encontra a chance de se vingar de seu ex-comandante, interpretado por Willem Dafoe (“Aquaman”). O elenco também lista Tiffany Hadish (“Sócias em Guerra”) e Tye Sheridan (“X-Men: Fênix Negra”).
O principal detalhe da produção é que marca a retomada da parceria entre Schrader e Martin Scorsese, interrompida após “A Última Tentação de Cristo”, em 1988. O diretor de “The Card Counter” escreveu alguns dos filmes mais famosos de Scorsese, como “Taxi Driver”, “Touro Indomável” e o filme da crucificação. Agora, o renomado cineasta retribui como produtor do antigo colaborador.
A première mundial aconteceu no Festival de Veneza de 2020, quando sua exibição foi aclamada pela crítica (87% no Rotten Tomatoes). Mesmo assim, ele não entrou em cartaz no Brasil, chegando apenas nesta semana em streaming. Estreia na quinta (1/7).
GODZILLA MINUS ONE EM PRETO E BRANCO | NETFLIX
A Netflix disponibiliza uma versão alternativa do fenômeno japonês que venceu o Oscar 2024 de Melhores Efeitos Especiais, apresentando o longa inteiramente em preto e branco como o primeiro “Godzilla” de 1954. Antigamente, bastava usar um botão de controle remoto para obter o efeito, mas hoje os remotos – e as próprias TVs – não têm botões.
Espécie de filme de origem, a produção celebra o 70º aniversário do icônico kaiju, resgatando o Godzilla assustador e poderoso dos primeiros lançamentos. A obra se destaca pelas sequências de ação bem coreografadas e efeitos visuais impressionantes, apesar de seu orçamento relativamente modesto. Além disso, sua trama também revive os elementos que inspiraram o surgimento da franquia, como a obliteração de Hiroshima e Nagazaki por bombas atômicas no fim da 2ª Guerra Mundial. O caos criado por Godzilla era originalmente uma metáfora para a devastação da guerra e as armas nucleares. No filme, ele destrói cidades inteiras numa alusão direta às tragédias japonesas. Não por acaso, a trama é ambientada em 1946, em meio aos destroços da 2ª Guerra Mundial, e segue Koichi Shikishima (interpretado por Ryunosuke Kamiki), um piloto kamikaze desonrado. Após se negar a cumprir sua missão suicida, Koichi enfrenta o monstro icônico, que ameaça destruir Ginza e Tóquio, e precisa lidar com seu impulso de fugir para se tornar o herói capaz de salvar o Japão. O filme explora a culpa do sobrevivente e sua busca por redenção, enquanto ele tenta reunir um grupo para combater o monstro gigante.
A ação combina cenas emocionantes de ação com melodrama patriótico, capturando com eficácia o sofrimento e a resiliência dos personagens em meio à devastação do período pós-guerra. A história é intensificada por uma forte carga emocional, tornando cada confronto com o kaiju não apenas um espetáculo visual, mas também um momento de catarse coletiva. Mais que um simples filme de monstro, a obra oferece uma celebração da resistência humana e da capacidade de superar adversidades inimagináveis.
O cineasta Takashi Yamazaki é considerado um gênio dos efeitos visuais, tendo trabalho no game “Onimusha 3” (2003), na adaptação live-action do anime cult “Patrulha Estelar” (2010) e no filme anterior do monstro, “Shin Godzilla” (2016). Como diretor, ele é mais conhecido por assinar animações, como “Friends: Aventura na Ilha dos Monstros” (2011), “Lupin III: O Primeiro” (2019) e os dois “Stand by Me Doraemon” (2014 e 2020). Estreia na quinta (1/7).
REBEL MOON: CORTE DO DIRETOR | NETFLIX
A sci-fi derivativa de duas partes ganhou uma versão ainda mais longa e para “maiores”. Também dividido em duas partes, o lançamento conta a mesma história, que mistura “Star Wars” (1977) e “Os Sete Samurais” (1954), mas com mais violência – ou sangue preto digital – que a versão original mais juvenil, feita ao estilo de “Os Mercenários da Galáxia” (1980) – a primeira mistura de “Star Wars” e “Os Sete Samurais” nos cinemas.
A nova “Liga da Justiça de Zack Snyder” tem mais de seis horas de duração. Ou seja, quem achou os filmes originais chatos vai adorar saber que cada um deles ganhou uma hora a mais de cenas inéditas para assistir em streaming. Será que isso vai melhor sua péssima reputação – destruídos pela crítica internacional, os longas receberam apenas 22% e 17% de aprovação, respectivamente, no Rotten Tomatoes.
A trama gira em torno de um combate entre rebeldes e as forças do Império – isto é, Imperium. Originalmente concebido como um filme de “Star Wars”, “Rebel Moon” se passa numa lua habitada por agricultores, que são pressionados pelos vilões da história a ceder toda a sua colheita e morrer de fome, se não quiserem morrer de tiros e explosões. Para ajudá-los no confronto, uma ex-militar exilada decide procurar guerreiros capazes de fazer frente à ameaça. O elenco destaca o protagonismo de Sofia Boutella (de “A Múmia”) e o antagonismo de Ed Skrein (de “Deadpool”), além de Michiel Huisman (“A Maldição da Residência Hill”), Djimon Hounsou (“Guardiões da Galáxia”), Doona Bae (“Mar da Tranquilidade”), Ray Fisher (“Liga da Justiça”), Jena Malone (“Jogos Vorazes: Em Chamas”), Alfonso Herrera (“Ozark”), Corey Stoll (“Homem-Formiga”), Staz Nair (“Supergirl”), Charlotte Maggi (“MaveriX”), Sky Yang (“Tomb Raider: A Origem”), E. Duffy (“Lendas do Crime”), a voz de Anthony Hopkins (“Thor: Ragnarok”) e, na Parte 1, Charlie Hunnam (“Magnatas do Crime”). Estreia na sexta (2/7).
A MISSÃO DE SANDY BOCHECHAS | NETFLIX
O primeiro filme solo da esquilo que mora na Fenda do Biquíni repete a fórmula dos longas anteriores de Bob Esponja com uma aventura na superfície, além de seguir o visual de computação gráfica e as interações com atores de verdade, que interpretam os humanos da história. Na trama, a Fenda do Biquíni é arrancada do fundo do mar por uma escavadeira e Sandy lidera uma missão terrestre para resgatar seu lar das pesquisas de um laboratório. Como a missão se passa ao ar livre, ela aparece sem seu escafandro característico e revela seus verdadeiros poderes, como uma esquilo voadora. Para completar, o público é apresentado à sua família, que a ajuda a encontrar os culpados pelo sequestro de seus companheiros marinhos.
A direção é de Liza Johnson (“The Last of Us”) e o elenco de vozes é o mesmo dos desenhos animados, destacando Carolyn Lawrence e Tom Kenny em seus papéis como Sandy e Bob Esponja nos Estados Unidos. Já as novidades incluem Wanda Sykes (“Black-ish”), Craig Robinson (“The Office”) e Johnny Knoxville (“Jackass”). Estreia na sexta (2/7).
SÉRIES
MANUAL DE ASSASSINATO PARA BOAS GAROTAS | NETFLIX
A obra é adaptação do best-seller homônimo de Holly Jackson e traz Emma Myers, a Enid de “Wandinha”, como uma detetive mirim. Na trama, Andie Bell é a garota mais bonita e popular da escola, mas acaba assassinada por seu namorado, Sal Singh, que comete suicídio após o crime. Cinco anos depois, todos seguiram em frente, menos Pip Fitz-Amobi (Myers), que não acredita na explicação do crime. Com ajuda do irmão de Sal, ela decide investigar os detalhes que não encaixam nesse quebra-cabeças, disposta a provar que Sal foi uma vítima e não um assassino. Para isso, ela reúne uma coleção de suspeitos, mas sua curiosidade logo começa a atrair atenção e a investigação amadora toma um rumo perigoso.
Além de Emma Myers como protagonista, o elenco ainda conta com Anna Maxwell Martin (“Philomena”), Gary Beadle (“No Coração do Mar”), Mathew Baynton (“Wonka”), Carla Woodcock (“Conte Tudo para Mim”) e o estreante Zain Iqbal. O roteiro da adaptação é de Poppy Cogan, conhecida por outra série teen de mistério, “Red Rose”, e a direção é de Dolly Wells, que ganhou destaque na série “Drácula”. Estreia na quinta (1/7).
BATMAN: CRUZADO ENCAPUZADO | PRIME VIDEO
A nova série animada de Batman segue o clima dramático e sombrio da atração clássica “Batman: A Série Animada” dos anos 1990, incluindo as referências visuais retrô. A antiga produção se inspirava na era noir, enquanto a atual mistura anacronismos, juntando cincas em disparada, metralhadoras tommy gun e até o uniforme original do herói de 1939.
Produzida pelos cineastas JJ Abrams (“Star Wars: A Ascensão Skywalker”), Matt Reeves (“Batman”) e Bruce Timm (“Batman: A Série Animada”), a premissa apresenta os primeiros dias do personagem dos quadrinhos, com Gotham City dominada pelo crime e corrupção, o que impulsiona a transformação do magnata Bruce Wayne em Batman para “limpar” a cidade. Sua cruzada solitária atrai aliados inesperados dentro da polícia e da prefeitura, mas suas ações também levam a consequências imprevistas e mortais. Ele é perseguido pela polícia e vê crescer o número de vilões dispostos a enfrentá-lo.
O elenco de dubladores é encabeçado por Hamish Linklater (“Missa da Meia-Noite”) como Batman/Bruce Wayne, junto das vozes de Christina Ricci (“Yellowjackets”, “Wandinha”) como Mulher-Gato/Selina Kyle, Jamie Chung (“Gotham”) como Arlequina/Dr. Harleen Quinzel, Diedrich Bader (a voz de Batman na séria animada da Arlequina) como Duas Caras/Harvey Dent, além de Minnie Driver (“The Witcher: Origem do Sangue”) como uma versão feminina (!) do Pinguim, Mckenna Grace (“Ghostbusters: Apocalipse de Gelo”) e outros na versão legendada. Estreia na quinta (1/8).
TOWER OF GOD 2 | CRUNCHYROLL
O anime baseado no popular webtoon homônimo criado por SIU (pseudônimo do sul-coreano Lee Jong-hui) gira em torno de Twenty-Fifth Bam, um jovem que viveu a maior parte de sua vida preso em uma caverna escura. Sua única companheira era Rachel, uma garota que ansiava por ver as estrelas e por isso o abandona para subir a mítica Torre, construção mais alta de seu mundo, que tem o poder de conceder desejos a quem alcança seu topo. Quando Rachel entra na Torre, Bam decide segui-la. O problema é que, para subir na Torre, os candidatos precisam passar por vários testes para serem considerados dignos. Cada subida traz desafios novos e mais difíceis. Em sua jornada, Bam consegue transformar adversários em amigos, graças a seu carisma e paixão inocente, até sofrer a pior e mais inesperada traição no final da temporada inaugural.
Os fãs esperavam há quatro anos pela continuação, já que o desenho se tornou cultuadíssimo pelo desfecho chocante e pela beleza de sua arte, diferente dos animes tradicionais por não incluir o habitual tracejado preto no contorno dos personagens. Só que a atração voltou por outro estúdio, sem a arte diferenciada e sem os personagens da história original. Após um breve flashback no capítulo inicial, a história passa a acompanhar novos candidatos à escalada da Torre, já num andar mais elevado. Em vez de um jovem ingênuo com espírito de liderança e habilidades inexploradas, o protagonista é agora Jo Wanang, um jovem malandro antipático sem nenhuma habilidade, que avança nos testes por acaso e sorte. Assim como ocorreu com Bam nos capítulos anteriores, ele se integra a um grupo de competidores que logo se tornam amigos. Mas desta vez há um assassino antimonarquista a ser temido, Jyu Viole Grace, que entra na Torre determinado a subir até o rei Zahard e acabar com a dinastia. A reviravolta que todos aguardam está ligada aos segredos dos dois protagonistas, e dizem respeito ao anel da casa real usado por Jo Wanang e a origem de Jyu Viole Grace, que nos webtoons é disfarce de alguém que os espectadores já viram antes, bastante mudado pelo hiato de anos entre as histórias.
A estreia já está disponível, com novos episódios lançados semanalmente.
FUTURAMA 12 | DISNEY+
A sci-fi animada de Matt Groening, o criador de “Os Simpsons”, chega ao segundo ano de sua terceira encarnação, também conhecido como 12ª temporada, após ser resgatada pela Disney de um hiato de uma década longe da TV.
Desde seu lançamento original em 1999, o desenho passou por vários intervalos e trocas de canais, tendo sua última exibição inédita anterior em 2013. Inicialmente, a série foi levada à TV aberta pela rede Fox por quatro temporadas. Em seguida, passou para o canal pago Comedy Central, que a transmitiu até sua 10ª temporada. O resgate aconteceu no ano passado, quando o programa completou 10 anos fora do ar, com os novos episódios lançados, pela primeira vez, diretamente em streaming.
A premissa segue a fórmula do estranho deslocado no tempo. O jovem Philip J. Fry é congelado acidentalmente e acorda muitos séculos no futuro, precisando se adaptar a uma realidade onde alienígenas são colegas de espaçonave e robôs podem desenvolver alcoolismo. Por sinal, a nova temporada vai revelar as origens e segredos de Bender, o icônico robô, além de explorar Inteligências Artificiais mais avançadas e o romance complexo entre Fry e Leela, a alienígena ciclópica.
Os dubladores originais são os mesmos desde 1999, incluindo Billy West, Katey Sagal, Tress MacNeille, Maurice LaMarche, Lauren Tom, Phil LaMarr, David Herman e John DiMaggio, que continuam a dar aos personagens centrais. Estreia segunda (29/7)
* Os lançamentos em VOD (video on demand) podem ser alugados individualmente em plataformas como Apple TV, Claro TV+, Google Play, Loja Prime, Microsoft Store, Vivo Play e YouTube, entre outras, que funcionam como locadoras digitais sem a necessidade de assinatura mensal.