Roteiros da série baseada em “Chinatown” já estão prontos

Produção de David Fincher para a Netflix servirá de prólogo para o filme, explorando início da carreira do detetive Jake Gittes

Divulgação/Paramount

Todos os roteiros da série baseada no filme clássico “Chinatown” (1974) foram concluídos por Robert Towne, roteirista vencedor do Oscar pelo filme original. A série da Netflix vai explorar o começo da carreira do detetive Jake Gittes, papel que rendeu indicação ao Oscar para Jack Nicholson. A produção é do cineasta David Fincher, que também é habitué da premiação da Academia, já tendo disputado três Oscars com “O Curioso Caso de Benjamin Button” (2008), “A Rede Social” (2010) e “Mank” (2020).

“Chinatown” foi lançado em 20 de junho de 1974 e tornou-se um marco no cinema noir, destacando-se pela direção de Roman Polanski e o roteiro premiado de Robert Towne. O filme é frequentemente citado como um dos melhores roteiros da história, especialmente por seu final impactante.

Detalhes da série

Em entrevista à Variety sobre o legado do filme, o escritor de 89 anos revelou o status da nova produção para o streaming. “Sim, todos os episódios foram escritos para a Netflix. Trabalhar com uma força da natureza como David Fincher é sempre esclarecedor, embora ocasionalmente intimide”. A Netflix não comentou sobre o projeto – nem quando a série foi inicialmente relatada em desenvolvimento em 2019. No entanto, Towne compartilhou sua abordagem, lançando luz sobre os eventos trágicos que moldaram Gittes como o detetive cínico e instintivo do filme de Polanski.

A trama vai explorar a relação entre o jovem Gittes e o policial Lou Escobar. Interpretado por Perry Lopez no filme de 1974, Escobar é mais um obstáculo do que um aliado para Gittes naquela história. Porém, a série vai mostrá-los como parceiros policiais patrulhando Chinatown, ao menos até a participação de Escobar na tragédia que abala Gittes – elementos aludidos no filme.

“Chinatown, com todas as suas implicações para uma Los Angeles em evolução, é central para entender o desenvolvimento de Jake Gittes, assim como sua amizade e dependência de seu parceiro Lou Escobar”, disse Towne. “Foi esclarecedor explorar o histórico deles, especialmente o de Escobar. Pequenos detalhes mencionados no filme ganharam vida e profundidade de uma forma que surpreendeu até a mim”.

Sobre o vilão da história, o roteirista adiantou: “Quando David e eu começamos a conversar, concordamos que não tentaríamos replicar Noah Cross [o vilão vivido por John Huston], mas queríamos manter em mente que os crimes que a história considera monstruosos não permanecem no passado, insistindo em visitar o futuro, e acho que conseguimos isso”.

Outros precedentes

Towne também escreveu a sequência “A Chave do Enigma” (1990), dirigida por Nicholson, e planejava um terceiro filme para fechar uma trilogia sobre a evolução da corrupção em Los Angeles no século 20. Esse objetivo deve ser resgatado na série.

Ele admite que a série terá dificuldades em escalar o protagonista, uma vez que o personagem de Gittes foi criado tendo em mente a personalidade de Nicholson. Towne destacou que escrever para atores específicos torna o trabalho mais fácil e prazeroso. E também tem orgulho de outra parceria, a que transformou Tom Cruise no astro de “Missão: Impossível”, em 1996.