Quatro mulheres entrevistadas pela coluna de Guilherme Amado afirmam ter sido vítimas de estupros, tortura física e psicológica cometidas pelo influenciador, astrólogo e empresário Tales de Carvalho, filho do escritor Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo, e proprietário da escola de cursos Instituto Cultural Lux et Sapientia (ICLS). Entre as denunciantes que se pronunciaram nesta quinta (27/6) estão Calinka Padilha de Moura, ex-mulher de Tales, e as filhas do casal, Julia Moura de Carvalho e Ana Clara Moura de Carvalho. Elas relatam episódios de sadismo e crueldade ao longo de mais de duas décadas.
Relatos perturbadores
Calinka Padilha de Moura, primeira esposa de Tales, e outras três mulheres descreveram práticas de violência extrema e manipulação psicológica. Segundo elas, Tales usava o ICLS para atrair “benfeitores” que contribuíam financeiramente e também para encontrar novas esposas. Calinka conta que foi submetida a torturas diárias, incluindo agressões com cinto e fio de telefone, além de ameaças com lâminas e martelos.
Histórico de abuso
Os relatos incluem detalhes perturbadores, como a marcação de mãos e pés com facas e a exibição de vídeos de estupros de crianças durante sessões de tortura. Calinka e a segunda esposa de Tales foram frequentemente agredidas simultaneamente. As filhas de Calinka e Tales também relataram encontrar vídeos de pornografia infantil no computador do pai, que começou a se relacionar com a segunda esposa quando ela menor.
Intervenção judicial
Tales já tinha virado notícia em março deste ano, quando a família de uma estudante de Goiás conseguiu na Justiça uma decisão que obrigava a moça, então com 18 anos, a retornar ao estado para declarar se havia viajado por vontade própria para morar com Tales. A estudante foi localizada no Paraguai, na casa de Luiz de Carvalho, irmão de Tales, e disse que tinha fugido de casa para se casar com o influenciador.
Resposta de Tales de Carvalho
Por meio de seu advogado, Tales de Carvalho negou as acusações e afirmou que as alegações de Calinka foram usadas para tentar privá-lo da guarda da filha menor. Ele também negou que a segunda esposa tivesse 12 anos quando iniciaram o relacionamento, afirmando que ela tinha 14 anos e que o casamento foi consumado quando ela tinha 18 anos.