Juiz revê decisão e filha de Samara Felippo depõe em caso de racismo

O magistrado recuou da decisão anterior e permitiu que a jovem de 15 anos testemunhasse sobre a violência que sofreu

Instagram/Samara Felippo

O juiz da 2ª Vara da Infância e Juventude permitiu o depoimento de Alicia, filha da atriz Samara Felippo, na audiência virtual de terça-feira (25/6) sobre um caso de racismo na Escola Vera Cruz, em São Paulo. A informação foi confirmada nesta quinta (27/6) pela equipe da atriz.

No início de junho, o magistrado determinou que a jovem de 15 anos estaria presente na audiência na condição de ouvinte, sem poder “testemunhar” no caso. A decisão foi contestada pela defesa de Samara Felippo sob argumento de poderia caracterizar abuso de autoridade e crime de prevaricação, quando há prática indevida do ato do ofício.

Desde então, a equipe jurídica da atriz ingressou medidas para pedir o afastamento do juiz e recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal de Justiça para que a família tivesse acesso ao processo, além de pedir que Alicia fosse ouvida e a confissão das agressoras fosse considerada pelo novo magistrado.

Relembre o caso

O episódio de racismo foi revelado por Samara Felippo, que contou ao “Fantástico” que estragaram um trabalho escolar da filha adolescente e escreveram uma frase de cunho racista no caderno. “A gente chegou em casa e eu vi a Alicia debruçada na mesa, tendo que refazer cada linha”, relatou a atriz.

“Ela chorava compulsivamente porque estragaram o trabalho dela. É impossível uma mãe não sentir raiva nesse momento. Eu não quero ver minha filha chorando. Nenhuma mãe quer. Arrancaram todas as páginas de um trabalho que ela fez com muito capricho e dentro do caderno tinha uma frase de cunho racista gravíssima”, completou ela.

Posicionamento da escola

O coordenador da escola, por sua vez, afirmou que a instituição reconheceu o ocorrido como racismo. “A Alicia nos trouxe a questão, e fomos imediatamente a todas as salas do nono ano, onde a fala sobre o ocorrido envolvia reconhecer aquilo como uma atitude racista grave. As agressoras ficaram suspensas por tempo indeterminado para que a escola pudesse amadurecer todos os processos de outras sanções eventualmente cabíveis àquela situação”, disse ele.

Em resposta à posição da escola, Samara afirmou que a suspensão das alunas é “insuficiente”. A atriz também criticou a falta de comunicação da escola sobre o caso e disse que se sentiu “abandonada”. Em sua queixa, a atriz disse que a filha já era “excluída” na escola, e que os atos hostis vinham aumentando. “Não é um caso isolado, que isso fique bem claro”.