Google homenageia Bibi Ferreira no dia em que atriz faria 102 anos

A Dama do Teatro Brasileiro deixou um legado inestimável nas artes cênicas, com uma carreira que também abrangeu cinema e televisão

Divulgação/Globo

A atriz e cantora Bibi Ferreira recebeu uma homenagem do Google neste sábado (1/6), dia em que ela completaria 102 anos caso estivesse viva. Para relembrar a importância da artista, conhecida como a Dama do Teatro Brasileiro, o Google a homenageou com um desenho especial, o Doodle, que é a ilustração que aparece na página inicial das pesquisas.

Início de Carreira

Nascida Abigail Izquierdo Ferreira em 1º de junho de 1922, no Rio de Janeiro, Bibi Ferreira era filha do famoso ator Procópio Ferreira e da bailarina espanhola Aida Izquierdo, e teve uma infância cercada pelo universo artístico, o que moldou sua trajetória desde cedo.

Ela estreou nos palcos aos 24 dias de vida, no colo de sua mãe, na peça “Manhãs de Sol”, escrita por Oduvaldo Vianna, e impulsionou sua carreira teatral de maneira significativa em 1944, quando, aos 22 anos, dirigiu e atuou na peça “Mirandolina”, de Carlo Goldoni. Nos anos seguintes, destacou-se em diversos espetáculos. Em 1962, protagonizou a montagem brasileira do musical “Minha Querida Dama” (My Fair Lady), que foi um sucesso estrondoso e ajudou a solidificar sua reputação no teatro musical. Outros marcos foram as peças “O Homem de La Mancha” (1972) e “Gota d’Água” (1975), com músicas de Chico Buarque.

Interpretação de Edith Piaf

Em 1983, Bibi Ferreira encarnou a cantora francesa Edith Piaf no espetáculo “Piaf – A Vida de Edith Piaf”. A peça foi um sucesso retumbante e se tornou uma das interpretações mais emblemáticas de sua carreira. Bibi foi aclamada por sua capacidade de capturar a essência de Piaf, tanto na atuação quanto no canto, o que lhe rendeu inúmeros prêmios e reconhecimento internacional.

Por sua atuação na peça, Bibi recebeu os prêmios Mambembe e Molière, em 1984 e, no ano seguinte, da Associação dos Produtores de Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo (APETESP) e Governador do Estado. O espetáculo, que fez muitas viagens, permaneceu seis anos em cartaz e, em quatro anos, atingiu um milhão de espectadores, incluindo uma temporada em Portugal, com atores portugueses no elenco.

Ela também dirigiu vários espetáculos, incluindo “Brasileiro, Profissão: Esperança”, de Paulo Pontes, em montagens com Maria Bethânia e Clara Nunes, “Deus Lhe Pague”, de Joracy Camargo, e “Calúnia”, de Lillian Hellman.

Televisão e Cinema

Bibi também teve passagens marcantes pelo cinema e televisão. Ela participou ainda criança de “Cidade-Mulher” (1936), do cineasta Humberto Mauro, e se destacou em papel duplo em “Almas Adversas” (1949), mostrando sua capacidade de interpretar personagens complexas. Nos anos 1950, brilhou no “Grande Teatro Tupi”, programa pioneiro de adaptações teatrais da TV brasileira, antes de virar apresentadora de programas de variedades, como “Brasil 60” (1960-1964), “Bibi Sempre aos Domingos” (1960-1964), “Bibi ao Vivo” (1968) e “Bibi Especial” (1968-1973).

Como atriz, seu principal papel nas telas foi como a imperatriz Carlota Joaquina na minissérie “Marquesa de Santos”, exibida pela TV Manchete em 1984.

Legado

Ao longo de sua carreira, Bibi Ferreira foi agraciada com inúmeros prêmios e homenagens, incluindo o Prêmio Molière, o Troféu Imprensa e a Ordem do Mérito Cultural, com uma contribuição para as artes cênicas brasileiras amplamente reconhecida e celebrada.

Aos 95 anos, a estrela fez sua turnê de despedida com “Bibi – Por Toda Minha Vida”, espetáculo só com músicas brasileira, e veio a falecer no ano seguinte, em 13 de fevereiro de 2019, aos 96 anos, de ataque cardíaco em seu apartamento.