Cassia Kis defende PL do aborto e é chamada de “hipócrita”

Defesa do PL que iguala aborto à homicídio gerou críticas por conta do passado "abortista" da atriz

YouTube/Centro Dom Bosco

Cassia Kis, afastada da TV desde o fim de “Travessia” em maio do ano passado, voltou aos holofotes nesta semana ao defender o Projeto de Lei 1904, que iguala o aborto ao homicídio. Em um vídeo gravado e postado no YouTube do instituto católico Centro Dom Bosco, a atriz de 66 anos pediu a seus seguidores que compartilhem seu apoio ao projeto. A reação de internautas, porém, foi acusar a artista de hipocrisia, lembrando que ela interrompeu uma gravidez no passado.

Declaração de Cassia Kis

No vídeo, Cassia Kis aparece diante de um fundo preto, com expressão séria, e se dirige diretamente à câmera. “Eu preciso de sua atenção por um minuto, porque o assunto é grave”, inicia a atriz. Ela explica que o Projeto de Lei 1904 “tem como finalidade criminalizar médicos e, em alguns casos, mães, que venham a fazer o aborto em estado gestacional avançado”. A atriz pediu ao público para “meditar” sobre a situação e refletir sobre o impacto do aborto em estágios avançados da gestação.

Passado controverso

Internautas rapidamente reagiram, classificando o vídeo de Cassia Kis como hipócrita. Em 1997, antes de se converter ao catolicismo e adotar um comportamento mais conservador, a atriz apareceu na capa da revista Veja com mulheres que haviam abortado.

“Cassia Kis foi capa da Veja em 1997 como uma das mulheres que já fez aborto. Hoje em dia, é biruleibe 22 patriota, mas não deixa de ser uma ‘abortista’, como a direita gosta de chamar”, apontou um internauta nas redes sociais. “A culpa que a dodói da cabeça Cassia Kis carrega por ter abortado poderia ter sido resolvida com uma boa psicóloga, não precisava virar fanática religiosa e amargurada”, disse outro.

Reação de Lula ao PL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também comentou sobre o projeto durante uma coletiva na Itália, neste sábado (15/6). Lula classificou o Projeto de Lei 1904 como uma “insanidade” e afirmou que “é insanidade alguém querer punir uma mulher numa pena maior que o criminoso que fez o estupro”. O presidente destacou que, embora seja pessoalmente contra o aborto, considera que a questão deve ser tratada como um tema de saúde pública e não de polícia.