A autora Julia Quinn confirmou que permitiu a troca de gênero de Michael Stirling na nova temporada de “Bridgerton”. Segundo a escritora da saga literária, a mudança na história de Francesca (Hannah Dodd) traz maior representatividade à adaptação da Netflix.
Nas últimas duas semanas, a inclusão de Michaela (Masali Baduza) causou revolta em parte dos fãs ferrenhos, principalmente por se tratar de um personagem que era considerado o “único homem que ficou anos apaixonado” na franquia original.
Mudança necessária
Mas Julia justificou a mudança: “Muitos fãs de ‘Bridgerton’ tem expressado surpresa e, para alguns, desapontamento com a mudança no final da 3ª temporada. Michael Stirling, por quem Francesca eventualmente se apaixona em ‘O Conde Enfeitiçado’, virou Michaela”, relatou a autora.
“Qualquer pessoa que tenha visto uma entrevista comigo nos últimos quatro anos sabe que estou profundamente comprometida em tornar o mundo ‘Bridgerton’ mais diverso e inclusivo à medida que as histórias passam do livro para a tela. Mas trocar o gênero de um personagem principal é uma grande mudança.”
Na sequência, a escritora afirmou que fez algumas pesquisas antes de aprovar a novidade, embora saiba que a inclusão seja necessária: “Quando [a showrunner] Jess Brownell me abordou pela primeira vez com a ideia de transformar Michael em Michaela para a série, eu precisei de mais informações antes de concordar”.
“Eu confio na visão da Shondaland de ‘Bridgerton’, mas eu queria ter certeza de que nos manteríamos fiéis ao espírito do livro e dos personagens. Jess e eu conversamos durante muito tempo sobre isso. Eu deixei claro que era extremamente importante para mim que o amor duradouro de Francesca por John fosse mostrado na tela”.
Bastidores dos livros
Julia ainda comentou que precisou adaptar sua própria obra para incluir a história de amor: “Quando escrevi ‘O Conde Enfeitiçado’, na verdade, tive que lutar para que os primeiros quatro capítulos, que estabelecem esse amor, fossem incluídos. Meu editor estava preocupado que escrever sobre o amor de Fran por John poderia tirar de Michael o papel de herói do romance”, revelou a escritora.
“Mas eu senti que, se não mostrasse o quão profundamente ela amou John, e o quão profundamente Michael também amava o primo, os sentimentos de culpa por eles se apaixonarem após a morte de John não faria sentido. Eu não queria apenas contar ao leitor que eles o amavam, eu queria que os leitores sentissem isso”.
“Agora estou confiante que, quando Francesca tiver sua temporada de ‘Bridgerton’, será a mais emotiva e comovente história da série, assim como ‘O Conde Enfeitiçado’ sempre foi o que mais provocou lágrimas nos livros. Sinceramente, pode ser ainda mais impactante, já que John está tendo muito mais tempo na tela do que teve nas páginas. Acho justo dizer que todos nos apaixonamos um pouco por ele”, acrescentou ela.
Visão da produtora
A showrunner Jess Brownell, por sua vez, explicou que pretendia alterar a história da irmã de Colin (Luke Newton) desde o início da trama. “Ao abordar uma história queer, é muito importante para mim que, neste mundo de felizes para sempre, possamos ver um feliz para sempre LGBTQIA+ e não deixar que seja um trauma”.
Apoio da torcida
Por fim, Julia Quinn também agradeceu o feedback dos fãs pelo incentivo recebido nos últimos anos. “Estou grata pela sua compreensão e tocada pelo seu profundo comprometimento com os personagens do mundo Bridgerton. Peço que vocês concedam a mim e à equipe Shondaland um pouco de fé enquanto avançamos. Penso que vamos acabar com duas histórias, uma nas páginas e outra nas telas, e ambas serão bonitas e comoventes”, completou.