As 10 melhores séries do mês de junho

A programação de junho reuniu algumas das séries mais populares do streaming, com a estreia de episódios inéditos do principal título da Max, do líder de audiência da Netflix, do carro-chefe da […]

Divulgação/Max

A programação de junho reuniu algumas das séries mais populares do streaming, com a estreia de episódios inéditos do principal título da Max, do líder de audiência da Netflix, do carro-chefe da Prime Video e da nova série “Star Wars” da Disney+. A lista de destaques do mês ainda incluiu o final de “Sweet Tooth”, uma premiada série de comédia, duas séries criminais brasileiras e duas novidades, que chegaram de surpresa na última semana do mês.

A elaboração do Top 10 mensal é uma forma de lembrar aos leitores o que se destacou em meio à avalanche de lançamentos recentes das plataformas – já que alguns títulos podem passar batidos diante da quantidade de opções. Confira abaixo os títulos mais recentes que valem a pena acompanhar nas plataformas digitais.

 

A CASA DO DRAGÃO 2 | MAX

 

Um dos retornos mais aguardados do ano, a série derivada de “Game of Thrones” chegou à 2ª temporada em clima de antecipação de uma guerra incendiária. Com a família Targaryen dividida, os adversários se reforçam para enfrentar uma grande batalha com dragões pelo trono dos Sete Reinos. Um dos aliados mais buscados pelos dois exércitos é o do senhor de Winterfell, Cregan Stark (Tom Taylor, de “A Torre Negra”), novo personagem que ainda precisará se decidir de qual lado ficará neste conflito.

“A Casa do Dragão” é baseada em “Fogo & Sangue”, livro que conta a história da família Targaryen – personagens da saga “As Crônicas de Gelo e Fogo”, que deu origem a “Game of Thrones” – e acompanha a luta pelo poder em Westeros, travada entre os exércitos de dois irmãos, o jovem Rei Aegon II (Tom Glynn-Carney) e a preterida Rhaenyra (Emma D’Arcy), herdeira legítima do trono de ferro, que tem a seu lado o marido ambicioso, o Príncipe Daemon Targaryen (Matt Smith).

Os novos episódios adaptam uma trama sangrenta do escritor George R.R. Martin, conhecida pelos leitores da saga como “Sangue e Queijo”. Na obra literária, os personagens apelidados de Sangue e Queijo são responsáveis ​​por armar um plano de vingança contra a Rainha Alicent (Olivia Cooke), o Príncipe Aemond (Ewan Mitchell), o Rei Aegon II e seus aliados, em nome de Daemon, após o assassinato de seu filho Lucerys, por Aemond. O assassinato brutal do filho de Aegon alimenta ainda mais o ódio entre os parentes.

A série foi criada pelo roteirista Ryan J. Condal (criador da sci-fi “Colony”) com consultoria de George RR Martin (autor dos livros), e se tornou o maior sucesso da HBO em 2022. Em sua 2ª temporada, ela será mais curta, com apenas oito episódios, dois a menos do que a temporada anterior. A redução foi concebida como parte de um plano de longo prazo, com o objetivo de garantir antecipadamente a renovação para o 3º ano de produção.

 

THE BOYS 4 | PRIME VIDEO

 

A série mais popular da plataforma da Amazon retorna ainda mais politizada e sangrenta, com esguichos encarnados jorrando de forma farta e gratuita. A violência é incentivada pelo Capitão Pátria (Homelander em inglês, vivido por Antony Starr), que decide mudar a imagem dos super-heróis, de guardiões benevolentes para deuses irados da humanidade. Ecoando o momento nos Estados Unidos, a trama se passa durante uma eleição presidencial, o que torna as metáforas pouco sutis ainda mais claras, além de escancarar a exploração de temas políticos controversos, com aborto, racismo, feminismo, fake news e manipulação da mídia. Para não deixar dúvidas, o criador Eric Kripke (que também criou “Supernatural”) admitiu que se trata de uma crítica ao trumpismo.

Diante da falta de limites dos super-heróis, o governo apela para os boys de Billy Bruto (Billy Butcher em inglês, vivido por Karl Urban). Com poucos meses de vida pelo uso indiscriminado de V sintético, uma droga que lhe dava poderes temporários, Billy precisa fazer o resto da equipe que traiu voltar a confiar nele, enquanto tenta se reaproximar do filho de Becca, que se aliou ao pai biológico, Capitão Pátria.

A temporada ainda marca a estreia das atrizes Susan Heyward (“Orange Is the New Black”) e Valorie Curry (“The Lost Symbol”) como as super-heroínas Mana Sábia (Sister Sage) e Espoleta (Firecracker), novas integrantes dos Sete (que agora voltam a ser seis) e aliadas do Capitão Pátria, além de Jeffrey Dean Morgan (o Negan de “The Walking Dead”) como um antigo parceiro de Billy Bruto, que quer jogar mais sujo com os poderosos.

 

BRIDGERTON 3 – PARTE 2 | NETFLIX

 

O final da 3ª temporada de “Bridgerton” se passa após Penelope Featherington (Nicola Coughlan) conquistar o coração de Colin Bridgerton (Luke Newton). Entretanto, seu segredo como Lady Whistledown, autora dos folhetos de fofocas que agitam a sociedade, ameaça colocar seu relacionamento em risco. O pior se desenha quando Eloise (Claudia Jessie), irmã de Colin, promete revelar sua identidade secreta, o que abalaria os círculos sociais e o romance entre o casal.

A história da temporada é uma adaptação de “Os Segredos de Colin Bridgerton”, o quarto livro de Julia Quinn. Depois de adaptar “O Duque e Eu”, o primeiro livro da saga literária, com foco em Daphne Bridgerton (Phoebe Dynevor), a filha mais velha da família Bridgerton, e “O Visconde que Me Amava”, em que o solteiro mais cobiçado da temporada de bailes é Anthony Bridgerton (Jonathan Bailey), a série pulou o terceiro livro para colocar seu foco em um novo par romântico.

A decisão de pular um livro faz sentido no contexto da série, já que a relação de Penelope e Colin teve mais desenvolvimento nas duas primeiras temporadas do que o arco de Benedict (Luke Thompson), foco do terceiro volume, “Um Perfeito Cavaleiro”. A trama agora se aprofunda no relacionamento de Penélope com seu melhor amigo e paixão de longa data.

As novas adições ao elenco incluem Daniel Francis (“Fique Comigo”), Sam Phillips (“The Crown”), James Phoon (“Wreck”), Hannah Dodd (“O Jardim dos Esquecidos: A Origem”), nova intérprete da personagem Francesca Bridgerton, e Hannah New (“Black Sails”). Mas a maior surpresa é Masali Baduza (“A Mulher Rei”), introduzida no final da temporada como uma personagem importante para o futuro da série – e que originalmente era um homem, abrindo caminho para um romance lésbico que não existe nos livros da franquia.

 

ABBOTT ELEMENTARY 3 | DISNEY+

 

Todas as temporadas da série premiada foram disponibilizadas na Disney+ com a chegada do conteúdo da Star+ na plataforma, incluindo os episódios inéditos do terceiro ano de produção. A produção que traz Tyler James Williams (o Cris de “Todo Mundo Odeia o Chris”) de volta ao mundo das sitcoms é uma comédia de local de trabalho que usa o recurso narrativo do falso documentário de “The Office”. Não por acaso, o piloto foi dirigido por Randall Einhorn, um veterano de “The Office”.

A diferença entre as duas séries é que, em vez de um escritório, o local de trabalho de “Abbott Elementary” é uma escola de Ensino Fundamental. Além disso, a conversa com a câmera também possibilita comentários sociais sobre as dificuldades enfrentadas pelos professores numa escola para crianças de baixa renda e com poucos recursos.

Na trama, Tyler James Williams interpreta Gregory, um professor recém-chegado na instituição, que descobre como o improviso marca o cotidiano da escola. Mas ele não é o astro principal. A honra cabe à criadora da trama, Quinta Brunson (“A Black Lady Sketch Show”), que vive Janine, uma professora do primário dedicada e entusiasmada, apesar dos inúmeros problemas que a escola enfrenta. Um dos pontos altos da 3ª temporada é justamente o desenvolvimento de um romance mais sério entre os dois.

O elenco também inclui Janelle James (“Black Monday”), Chris Perfetti (“The Night of”), Lisa Ann Walter (“A Última Noite”) e Sheryl Lee Ralph (“Ray Donovan”), e os novos episódios ainda contam com participações especiais do músico Questlove (da banda de rap The Roots), Kevin Hart (“Jumanji: Próxima Fase”), Taraji P. Henson (“Empire”) e ninguém menos que Bradley Cooper (“Nasce uma Estrela”).

Elogiadíssima pela crítica, a produção tem 99% de aprovação no Rotten Tomatoes e ganhou quatro Emmys, incluindo Melhor Atriz e Roteiro de Série de Comédia, ambos conquistados por Quinta Brunson.

 

THE ACOLYTE | DISNEY+

 

A nova atração do universo “Star Wars” explora a mitologia dos Sith, os grandes vilões de “Star Wars”, mostrando como eles operam nas sombras e manipulam eventos para desestabilizar a Ordem Jedi. A trama se passa durante a era da Alta República, um período de paz e prosperidade na galáxia distante, muitos séculos antes dos eventos de “A Ameaça Fantasma”, o Capítulo 1 da franquia. A história começa com um mistério sombrio, centrado em uma série de assassinatos de mestres Jedi e eventos perturbadores que indicam a presença de uma ameaça oculta. A narrativa segue uma jovem aprendiz da Força, que é perseguida após ser identificada por testemunhas dos assassinatos.

Os personagens centrais são a padawan vivida por Amandla Stenberg (“Morte Morte Morte”) e seu antigo mestre, interpretado por Lee Jung-jae (“Round 6”), que precisam confiar um no outro, contra todas as aparências e ordens, após serem colocados em lados opostos. O elenco ainda conta com Dafne Keen (“Logan”), Manny Jacinto (“The Good Place”), Jodie Turner-Smith (“Queen & Slim”), Rebecca Henderson (“Inventando Anna”), Charlie Barnett (“Boneca Russa”), Dean-Charles Chapman (“1917”) e Carrie-Anne Moss (“Matrix”). Cada personagem traz uma perspectiva única sobre a crescente ameaça e os desafios da história.

Criada por Leslye Headland (a criadora de “Boneca Russa” na Netflix), a série chama atenção por sua combinação de mistério noir com a ação característica de “Star Wars”, além de lutas longas e coreografadas, que lembram filmes clássicos de artes marciais. Entretanto, muitos nerds preferiram expressar sua avaliação em ataques racistas e misóginos, porque a série é estrelada por uma mulher negra – algo que, infelizmente, virou corriqueiro no fandom tóxico da franquia.

 

SWEET TOOTH 3 | NETFLIX

 

A saga do menino veado chegou ao fim preservando seu tom de fábula distópica. Baseada nos quadrinhos de mesmo nome da DC Comics, a série acompanha Gus (Christian Convery), um menino com chifres de veado, que faz parte de uma nova raça de crianças híbridas humano-animais nascidas após uma epidemia fatal, todas imunes à infecção. Perseguido por milícias, caçadores de recompensas e seitas apocalípticas, ele tenta chegar num refúgio distante com ajuda de Jeep (Nonso Anozie), um andarilho pouco amistoso que acaba se transformando em uma figura paterna.

Ao descobrir pistas do paradeiro da mãe de Gus no Alasca, no final da 2ª temporada, os protagonistas agora embarcam numa viagem rumo ao norte, acompanhados pela humana conhecida como Ursa (Stefania LaVie Owen) e sua irmã híbrida Wendy (Naledi Murray). Mas são acompanhados de perto pelo cientista obcecado Dr. Singh (Adeel Akhtar), a vilã Rosalind Chao (Helen Zhang) e sua filha sanguinária Rose (personagem nova vivida por Kelly Marie Tran, de “Star Wars: Os Últimos Jedi”). Mas nem todos querem matar Gus. As novidades incluem novas aliadas, vividas por Cara Gee (“The Expanse”) e a estreante Ayazhan Dalabayeva, que se unem àqueles que querem evitar o fim da humanidade.

Criada pelo cineasta Jim Mickle (“Somos o que Somos”), o desfecho faz justiça à trama, concluindo todas as histórias e ainda revelando o que acontece com as crianças protagonistas, muitos anos depois.

 

MINHA LADY JANE | PRIME VIDEO

 

A comédia de fantasia histórica reimagina a história de Lady Jane Grey, uma nobre Tudor que, na vida real, foi rainha da Inglaterra por apenas nove dias após a morte do frágil rei Eduardo VI, antes de ser deposta e executada. A série, no entanto, oferece uma versão alternativa e completamente reimaginada desses eventos, dando um final diferente para a nobre interpretada por Emily Bader (“Atividade Paranormal: Ente Próximo”).

Diferente dos eventos históricos, a série retrata um cenário onde o rei Eduardo VI não morre jovem e nem Lady Jane é executada. Em vez disso, a narrativa combina elementos de romance, aventura e fantasia, mostrando como as conspirações políticas atuam em seu favor e não contra a protagonista, e como ela decide tomar seu destino nas próprias mãos e lutar por conta própria, sem precisar ser salva por cavaleiros em armaduras reluzentes.

O elenco destaca Edward Bluemel (“Killing Eve”), Dominic Cooper (“Preacher”), Anna Chancellor (“Quatro Casamentos e um Funeral”) e Jordan Peters (“After: Depois da Promessa”), um ator negro, como o Rei Eduardo VI. A escolha exemplifica a tendência crescente de anacronismo racial em produções históricas, onde atores de diversas etnias são escalados para viver personagens que na literatura ou na vida real eram brancos. Essa abordagem busca promover a diversidade e a inclusão na indústria do entretenimento, mas sua proliferação também se presta a um revisionismo perigoso sobre o histórico de intolerância racial na época da escravatura.

 

SUPACELL | NETFLIX

 

A nova série de super-heróis negros segue cinco moradores do sul de Londres que inesperadamente ganham superpoderes. O personagem principal é Michael Lasaki (Tosin Cole, de “Doctor Who”), um motorista de entregas cuja vida vira de cabeça para baixo quando desenvolve sua habilidade de viajar no tempo e descobre que precisa reunir os outros quatro para salvar a vida de sua noiva (Adelayo Adedayo, “The Responder”). A trama acompanha também o traficante de drogas superveloz Rodney (Calvin Demba, “Mistério no Mar”), a enfermeira telecinética Sabrina (Nadine Mills, “The Weekend”), o pai superforte Andre (Eric Kofi-Abrefa, “Black Mafia Family”) e o líder de gangue elétrico Tazer (Josh Tedeku, “Moonhaven”). Juntos, eles devem aprender a controlar suas novas habilidades e enfrentar desafios que ameaçam suas vidas e a cidade.

A série foi criada por Rapman (roteirista de “Gangues de Londres”) e ainda destaca em seu elenco o veterano Eddie Marsan (“Ray Donovan”) como Ray, um personagem enigmático que acrescenta mistérios ao enredo. Embora lembre a premissa de outras produções, os aspectos sociais da trama surpreendem e a diferenciam de um “Heroes” genérica.

 

ACIMA DE QUALQUER SUSPEITA | APPLE TV+

 

A minissérie de suspense criminal “Acima de Qualquer Suspeita” é uma nova adaptação do romance homônimo de Scott Turow, um fenômeno editorial em seu lançamento em 1987, que já ganhou uma versão de cinema com o mesmo título em 1990, com direção de Alan J. Pakula e com Harrison Ford no papel principal. A nova versão é protagonizada e produzida por Jake Gyllenhaal, que foi coberto de elogios pela crítica por seu desempenho, ao estrelar a primeira série de sua carreira.

O thriller acompanha a história do promotor-chefe Rusty Sabich em sua jornada envolvendo um assassinato horrível. Uma colega foi encontrada estuprada e morta em seu apartamento. Ele assume a responsabilidade pela investigação, entretanto não consegue evitar que a polícia saiba de seu envolvimento pessoal com a vítima. O promotor casado tinha um affair com a colega. Mesmo colocando um policial amigo no comando da investigação, logo Sabich passa a ser tratado com um dos suspeitos do crime, e precisa lutar pela sua inocência e reputação, enquanto tenta manter a família e o casamento intactos.

Criada por David E. Kelley (“Little Big Lies”) e produzida por J.J. Abrams (“Star Wars: A Ascensão Skywalker”), a produção também destaca em seu elenco Ruth Negga (“Preacher”), Bill Camp (“O Gambito da Rainha”), Elizabeth Marvel (“A Cor Púrpura”), Peter Sarsgaard (“Batman”), O-T Fagbenle (“Viúva Negra”), Lily Rabe (“American Horror Story”) e Renate Reinsve (“A Pior Pessoa do Mundo”).

 

O JOGO QUE MUDOU A HISTÓRIA | GLOBOPLAY

 

O drama de ficção sobre o surgimento das facções no Rio de Janeiro se passa entre os anos de 1977 e 1989, e mostra como a mistura de presos políticos e criminosos condenados serviu de inspiração para a Falange Vermelha e toda a revolução criminal que se seguiu. Tudo começa no presídio de Ilha Grande, durante a ditadura militar e, durante vários episódios, a trama não tem relação alguma com o título. Após um início violento, com algumas das cenas mais fortes já produzidas numa série brasileira – estupro, decapitação – , a história assume ritmo de novela, ao acompanhar a vida dos ex-presidiários fora da cadeia. O título só é aludido na metade final dos episódios, quando comunidades vizinhas se enfrentam num campeonato da favela e a rivalidade corriqueira repercute as divisões instauradas nas cadeias.

Apesar do contexto realista, a narrativa desenvolvida pela equipe de “Arcanjo Renegado”, o roteirista José Júnior e o diretor Heitor Dhalia, também tem crossover com outras atrações do Globoplay, incluindo personagens de “A Divisão” e “Arcanjo Renegado”.

A produção é a mais cara já feita pela plataforma e conta com um elenco grandioso, que inclui, entre outros, Raphael Logam (“Impuros”), Alli Willow (atriz franco-americana de “Bacurau”), Jonathan Azevedo (“Verdades Secretas 2”), Marcelo Serrado (“Galeria Futuro”), Vanessa Giacomo (“Filhas de Eva”), Bukassa Kabengele (“Pacificado”), Ravel Andrade (“Betinho: No Fio da Navalha”), Otávio Müller (“Nas Ondas da Fé”), Natália Lage (“A Divisão”), Rômulo Braga (“DNA do Crime”), o ex-BBB Babu Santana (“Tim Maia”) e muitos outros, incluindo vários jogadores veteranos de futebol, como Cafu, Djalminha e Grafite.