O canal pago FX e a plataforma americana Hulu confirmaram a renovação de “Xógum” (Shogun) para mais duas temporadas. Originalmente uma minissérie, a produção contou toda a trama original, baseada no romance homônimo de James Clavell, mas vai estender sua história após se tornar o programa mais assistido da história da FX, de acordo com horas globais transmitidas.
A decisão de renovar a série não surpreende, já que rumores sobre a continuidade de “Xógum” circulavam desde o início de maio. Antecipando a decisão, o FX submeteu a série nas categorias de drama e não de minissérie no Emmy, indicando a intenção de estender a narrativa.
A trama e equipe da minissérie
A adaptação do famoso romance de James Clavell, que já foi transformado numa minissérie premiada em 1980, é um épico autêntico, com cenas panorâmicas e imersivas de guerra, jogos de poder e um painel abrangente do Japão feudal. O lançamento é especialmente recomendado para quem estava com saudades de uma aventura adulta, cheia de sutilezas, mas também violência como em “Game of Thrones”.
Na trama, um marinheiro britânico chamado John Blackthorne sobrevive a um naufrágio na costa japonesa do século 17, é capturado, enfrenta provações, tenta se tornar um samurai e se envolve na complexa teia política do país, virando confidente de Lorde Toronaga, um poderoso aristocrata que pretende ascender ao xogunato (a liderança feudal). O status do marinheiro é abalado pela presença de Lady Mariko, que faz Blackthorne balançar e reconsiderar suas prioridades, tendo que escolher entre o coração, a ambição, a coragem e a honra – assim como a própria Mariko, uma espadachim exímia, cuja família caiu em desonra e a forçou a um casamento infeliz.
Apesar de toda a sua brutalidade, a série mantém o romance proibido da primeira versão sem cair no fetichismo cultural do seu antecessor. Mas desta vez a história não se resume à simplificação do homem estranho em uma terra estranha, que conquistou o público dos anos 1980 e o Emmy de Melhor Minissérie. A produção a cargo dos roteiristas Justin Marks (“Mogli – O Menino Lobo”) e a estreante Rachel Kondo conta uma trama muito mais abrangente, que não diminui a importância dos personagens japoneses, antigamente coadjuvantes em sua própria História, graças à abordagem colonialista da obra literária original.
Além de Hiroyuki Sanada num desempenho de dar orgulho ao icônico ator japonês Toshirô Mifune (“Os Sete Samurais”), intérprete do Xógum de 1980, o elenco destaca Cosmo Jarvis (“Peaky Blinders”) como Blacktorne, a cantora Anna Sawai (integrante do grupo de J-Pop feminino FAKY) no papel de Mariko.
Equipe retorna na continuação
Os criadores Justin Marks e Rachel Kondo, a produtora executiva Michaela Clavell e o ator e produtor Hiroyuki Sanada, que estrelou a 1ª temporada, estão todos envolvidos no desenvolvimento das novas temporadas. Uma sala de roteiristas será aberta nas próximas semanas para explorar a continuação do enredo além do romance original de Clavell.
Sanada, que interpretou o protagonista na 1ª temporada, assinou um contrato que garante seu retorno à série em novas temporadas.
“Trabalhar em ‘Xógum’ foi uma experiência extraordinária”, disse Sanada. “A razão pela qual esses filmes ressoam tão profundamente é porque, como eu, Chad, Basil e Erica se esforçam para criar ação, lutas e acrobacias que não são apenas emocionantes, inventivas e artísticas, mas também expressivas de caráter, história e emoção.”
Sucesso abre portas para outras produções do gênero
“Xógum” foi a produção mais cara da história da FX. A série teve um desenvolvimento longo e meticuloso, que acabou compensando quando sua estreia reuniu 9 milhões de visualizações globais nas plataformas Hulu, Disney+ e Star+, um recorde para uma série de entretenimento geral da Disney.
O CEO da FX, John Landgraf, afirmou que deve continuar investindo em produções de alto custo se “Xógum” continuar a atrair a audiência.
A produção das novas temporadas está programada para começar no próximo ano em Hong Kong.
No Brasil, a série está disponível na plataforma Star+.