Tirullipa é condenado por danos morais a Halessia na “Farofa da Gkay”

O humorista foi condenado a indenizar a drag queen por uma "brincadeira" durante a reprodução da "Banheira do Gugu" que ocorria na festa

Divulgação/Tirullipa

Tirullipa foi condenado na terça-feira (21/5) ao pagamento de R$ 25 mil em indenização por danos morais à drag queen Halessia. A sentença faz parte de um processo da influenciadora, envolvendo um episódio ocorrido na “Farofa da Gkay”, em dezembro de 2022.

No evento, Halessia teve a sunga puxada e o órgão genital exposto por Tirullipa durante uma reprodução da “Banheira do Gugu” que ocorria na festa. A brincadeira consistia em colocar dois ou mais participantes em uma banheira de água turva para pegar um sabonete. Outras pessoas também acionaram a Justiça contra o humorista pela exposição indesejada.

Tirullipa já havia sido condenado em primeira instância à revelia pelo juiz Rodrigo Ramos, da 1ª Vara Cível do TJSP, por não se defender no processo dentro do prazo limite. Depois, ele pediu a nulidade do caso, mas teve o argumento rejeitado nos tribunais. Ainda cabe recurso da sentença.

“Ante à revelia, presume-se que o réu, de fato, abaixou a sunga do autor, sem o consentimento deste, durante a execução de uma brincadeira e enquanto o autor se encontrava imobilizado, fazendo exibir a genitália dele aos presentes no local e a um amplo público à distância, já que havia transmissão do evento por canais de televisão e plataformas de streaming”, escreveu o juiz.

A assessoria de imprensa de Tirullipa não se pronunciou sobre a condenação. O humorista ainda responde a outros dois processos por importunação sexual referentes ao mesmo episódio.

Defesa de Halessia

Halessia procurou sua advogada, Ágatha Nogueira, pouco depois do ocorrido enquanto ainda participava da “Farofa da Gkay”. A influenciadora buscava orientações sobre como proceder com o boletim de ocorrência. “Ele estava muito desestabilizado e nervoso”, contou a defesa em entrevista ao F5.

“Além disso, a ‘Farofa’, ainda que seja uma festa, é para ele um espaço de networking com outros influenciadores e personalidades da internet”, comentou Ágatha, acrescentando que a exposição da drag queen teve um agravante: “Ele estava o tempo todo no evento como Halessia, então para além do constrangimento de ter sua sunga baixada, isso o expôs de várias outras maneiras”.

A advogada também afirmou que a revelia de Tirullipa foi uma estratégia da defesa para prorrogar a ação e deixar que o caso “caísse no esquecimento”. Ela ainda diz que “na prática não teria resultado efetivo” entrar com uma ação penal por assédio.

“Eles pediram prorrogação do prazo várias vezes, dizendo que iam apresentar defesa e não apresentaram. Acredito que preferiram deixar a poeira baixar. No último ano nem teve ‘Farofa da GKay’, então não se falou mais nisso. Ele tem aparecido normalmente na TV para divulgar o circo dele. Ele ganhou esse tempo para mudar a imagem”.

A defesa de Halessia considera insatisfatório o valor da indenização de Tirullipa, pois o pedido inicial era de R$ 50 mil. “O objetivo da indenização por dano moral é que o réu entenda a gravidade do que fez, se conscientize e não volte a cometer os mesmos atos. Ele [Tirullipa] tem mais de seis empresas ativas, acabou de abrir um circo, R$ 25 mil para ele não é nada. Tem que ser um valor que repreenda o réu”, declarou.

Ágatha e seu sócio, o advogado André Furegate, tentaram ainda propor uma conversa com a defesa de Tirullipa para fechar um acordo, mas não houve nenhum interesse da parte contrária em conversar.