Terror com Demi Moore gera aplausos de 10 minutos no Festival de Cannes

Terror com Demi Moore gera aplausos de 10 minutos no Festival de Cannes

"The Substance" mistura terror corporal e sátira de Hollywood em uma trama sobre juventude e beleza

Divulgação/Universal Pictures

O terror “The Substance”, dirigido por Coralie Fargeat (“Vingança”), teve sua estreia mundial na noite deste domingo (19/5) em competição no Festival de Cannes, recebendo uma ovação de cerca de 10 minutos do público no Grand Lumiere Theatre.

O segundo longa-metragem da cineasta francesa e seu primeiro em inglês reúne Demi Moore (“Feud: Capote vs. The Swans”), Dennis Quaid (“Juntos para Sempre”) e Margaret Qualley (“Pobres Criaturas”) no elenco. Os três atores estiveram presentes na exibição.

O filme mistura elementos de “Crepúsculo dos Deuses” (1950) e “Freaks” (1932), e se destaca como uma das produções mais ousadas da competição em Cannes desde “Titane”, que venceu a Palma de Ouro de 2021. Com a recepção calorosa, “The Substance” pode seguir o mesmo caminho de sucesso no festival.

Sinopse e temática

No início de “The Substance”, Elisabeth Sparkle (Demi Moore) é demitida de seu cargo como apresentadora de um programa de exercícios diurnos. Sua trajetória de ex-atriz vencedora do Oscar com estrela na Calçada da Fama de Hollywood não é suficiente para mantê-la no programa “Sparkle Your Life”. O produtor Harvey (Dennis Quaid) a substitui por uma estrela mais jovem e bonita, refletindo a crueldade da indústria televisiva.

A trama do filme se desenvolve quando Elisabeth recorre a um programa chamado “The Substance”, que permite às pessoas clonarem versões mais jovens de si mesmas. As regras são claras: os clones alternam entre um estado de coma e atividade a cada sete dias. Elisabeth e sua versão mais jovem, Sue (Margaret Qualley), inicialmente seguem as regras, mas logo entram em conflito. Sue prospera, ganhando a atenção de Harvey e seu próprio programa de exercícios, enquanto Elisabeth enfrenta a invisibilidade e o declínio.

O filme explora a descartabilidade das mulheres em uma sociedade sexista, tema que Fargeat já abordou em seu thriller de 2017, “Vingança”. Também aborda a maneira como convenções sociais transformam mulheres contra si mesmas, propondo uma reflexão sobre a toxicidade dos padrões impostos pela sociedade.

Demi Moore entrega uma performance visceral, destacando a angústia e o desespero de sua personagem, que serve sob medida para o estilo visual hiperativo da diretora, que utiliza ângulos ultra-wide, closes e uma paleta de cores vibrantes que contribuem para a linguagem visual surreal do filme, especialmente durante as cenas de mutilação corporal.