George Miller revela que “tem mais história” de Mad Max para filmar

O diretor australiano retorna à franquia com "Furiosa: Uma Saga Mad Max", lançado sob fortes aplausos no Festival de Cannes

Instagram/Warner Bros. France

George Miller desistiu da aposentadoria para filmar “Furiosa”, o quinto filme da saga “Mad Max”, que estreou mundialmente no Festival de Cannes e chega aos cinemas na próxima quinta-feira (23/5). Mas não pretende encerrar a carreira com o lançamento. Em entrevista coletiva no festival francês, o diretor australiano revelou à imprensa que ainda tem mais histórias para contar no universo de “Mad Max”. “Tem mais história aí com certeza. Talvez pelo fato de que, para contar a história de ‘Estrada da Fúria’, a gente precisou saber sobre a história de Furiosa e Max nos anos anteriores”, afirmou Miller.

História e ambientação

“Furiosa” traz Anya Taylor-Joy no papel da protagonista, cerca de 15 antes dos eventos de “Mad Max: Estrada da Fúria”. A trama mostra Furiosa sendo sequestrada por um clã de motoqueiros violentos comandados pelo implacável Dr. Dementus (Chris Hemsworth). A jovem vê seus sonhos desmoronarem e é forçada a sobreviver em um mundo árido e perigoso.

Se em “Mad Max: Estrada da Fúria” (2015), Furiosa, interpretada por Charlize Theron, possui um braço mecânico e liberta mulheres de um tirano, “Furiosa” explora como a personagem passou de uma infância protegida a uma vida de violência no deserto pós-apocalíptico. Miller aborda temas como revolução feminista, exaurimento do meio-ambiente e violência como meio de sobrevivência.

Desafios das filmagens

Anya Taylor-Joy destacou o trabalho dos dublês, especialmente de sua dublê Hayley Wright. “Ela hoje é uma das minhas melhores amigas no mundo todo. Ela me ensinou a fazer tudo que ela também podia fazer. Em vez de ser uma abordagem agressiva, sempre foi ‘Eu te amo, eu acredito em você'”, declarou a atriz. Uma das sequências do filme levou quase 80 dias para ser filmada, exemplificando a complexidade das cenas de ação.

Na entrevista, Miller defendeu o cinema de ação como uma forma de “música visual”. “Para mim, é puro cinema. Eu gosto de pensar nos filmes de duas formas: filmes mudos com som. Como Alfred Hitchcock costumava dizer, ‘Eu gosto de fazer filmes que não precisem de legenda no Japão.’ Eu acho que este é o cerne do cinema”, afirmou o diretor.

A saga “Mad Max” é conhecida por seu figurino, direção de arte e maquiagem icônicos, que contribuem para a criação de um universo verossímil. Anya Taylor-Joy comentou sobre a importância do trabalho artesanal na produção: “As pessoas sabiam exatamente porque usavam uma roupa, porque dirigiam aquele exato carro. Tudo era para fazer com que aquele universo se aprofundasse e fosse real.”

Exibido sob aplausos demorados, “Furiosa” recebeu críticas positivas no Festival de Cannes, variando de “obra-prima” a “bom filme, mas não chega à dimensão de ‘Estrada da Fúria'”. A expectativa é que o filme conquiste os fãs da franquia e mantenha o legado de Miller no cinema de ação.