As séries brasileiras estão em alta na programação, com o final de “Dom” e a volta de “Cilada”, enquanto o blockbuster “Duna: Parte 2” se impõe como o principal lançamento das plataformas para o cinema em casa. A relação também contempla desenhos animados e documentários de rock. Confira os 10 destaques da semana abaixo.
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SÉRIES
DOM 3 | PRIME VIDEO
Criada pelo diretor Breno Silveira (“2 Filhos de Francisco”, “Gonzaga de Pai para Filho”), que faleceu em maio de 2022, a série tem sido uma das principais produções nacionais do Prime Video, destacando-se pela sua narrativa envolvente e personagens complexos. A 3ª temporada promete concluir de maneira impactante a saga de Pedro Dom, que se vê em uma situação desesperadora, envolvido em uma perseguição policial e endividado com o chefe do tráfico da Rocinha, enquanto tenta proteger sua família, incluindo sua esposa Jasmin e a filha recém-nascida.
A história razoavelmente verídica é baseada no livro homônimo de Tony Bellotto (autor de ficções policiais e também guitarrista dos Titãs) sobre a trajetória do personagem-título, jovem bem-nascido e filho de policial que se tornou chefe de uma quadrilha especializada em assaltar prédios de luxo no Rio de Janeiro. A premissa explora a dinâmica entre o pai policial e o filho viciado, que se torna “criminoso fashion” para sustentar o vício, até um desfecho trágico, e destaca em seu elenco Gabriel Leone (o Roberto Carlos de “Minha Fama de Mau”) e Flávio Tolezani (“Boca a Boca”) como o protagonista e seu pai, além de Filipe Bragança (“Órfãos da Terra”), Raquel Villar (“Mato sem Cachorro”), Isabella Santoni (“Orgulho e Paixão”), Ramon Francisco (“1 Contra Todos”), Digão Ribeiro (“Dente por Dente”), Julia Konrad (“Cidade Invisível”), André Mattos (“Tropa de Elite 2”) e Fabio Lago (“Cidade Invisível”).
CILADA | GLOBOPLAY
A comédia criada e estrelada por Bruno Mazzeo retorna com episódios inéditos dez anos após o final de sua versão original. A trama se concentra nos personagens Bruno e Débora Lamm, que agora enfrentam os desafios de um casamento em crise e decidem fazer terapia de casal.
O revival é exclusivo do Globoplay, que está disponibilizando os capítulos como “1ª temporada”, após a exibição original de seis temporadas no Multishow entre 2005 e 2009. Entretanto, a trama dá continuidade à produção anterior.
Mantendo o humor característico e o formato que a consagrou, a narrativa mostra situações cotidianas transformadas em ciladas cômicas, com Bruno e Débora interpretando diferentes personagens para ilustrar esses momentos. Nesta nova fase, a atração aborda temas atuais e reflete as mudanças na sociedade brasileira, com participações de Thelmo Fernandes, como Gerson, e Pedroca Monteiro, que aparece em vários papéis ao longo dos episódios. A direção é de Felipe Joffily (“Nas Ondas da Fé”).
MONSTROS NO TRABALHO 2 | DISNEY+
A série baseada nos filmes da franquia “Monstros S.A.”, da Pixar, volta em novos episódios. Vale lembrar que, ao contrário do prólogo “Universidade Monstros”, lançado nos cinemas em 2013, a nova série se passa após os eventos do filme original de 2001. Mais especificamente, seis meses depois do final de “Monstros S.A.”, quando Mike e Sully descobrem que a risada das crianças gera mais energia que os gritos e passam a selecionar e treinar outros monstros para fazer as crianças rirem, em vez de assustá-las.
Um desses monstros é Tylor Tuskmon, que vê seu sonho de se tornar um piadista se tornar uma obsessão perigosa. Incapaz de inspirar sorrisos, ele tem um surto assustador. Ao mesmo tempo, novas oportunidades surgem em uma empresa rival, a FearCo, fazendo com que seus colegas na Monstros S.A. questionem sua lealdade.
Assim como nos filmes, a série animada volta a trazer John Goodman e Billy Crystal como os dubladores de Mike e Sully. Já Tylor é dublado em inglês por Ben Feldman (“Superstore”), e o elenco vocal ainda destaca Henry Winkler (“Barry”), Mindy Kaling (“Projeto Mindy”), Alanna Ubach (“Euphoria”) e Lucas Neff (“Raising Hope”).
A produção é de Bobs Gannaway, veterano da Disney que escreveu a série “Timão e Pumba”, criou “Jake e Os Piratas da Terra do Nunca” e “A Casa do Mickey Mouse” e também ajudou a escrever longas animados das franquias “Carros” e “Tinker Bell”.
LOLLA: THE STORY OF LOLLAPALOOZA | PARAMOUNT+
Realizada pela MTV, a produção explora os mais de 30 anos do festival Lollapalooza, desde sua criação por Perry Farrell, vocalista do Jane’s Addiction, até sua transformação em um fenômeno cultural global. Seus três episódios apresentam a evolução do festival, destacando momentos icônicos e entrevistas com figuras importantes que fizeram parte da sua história. O evento, que ajudou a popularizar bandas como Nine Inch Nails e Rage Against the Machine, foi inicialmente uma plataforma para bandas alternativas que ressoou com a geração X dos anos 1990.
O filme apresenta performances históricas, mas também aborda frustrações, como a recusa de Kurt Cobain em participar com o Nirvana no festival em 1994. O capítulo final mostra como o evento mudou radicalmente nos anos 2020, virando uma franquia internacional que destaca o pop e o rap, representados por Billie Eilish e Chance the Rapper no documentário. A direção é de Michael John Warren (“Shrek, o Musical”).
FILMES
DUNA: PARTE 2 | MAX
Maior bilheteria de 2024, a continuação da saga épica iniciada em 2021, que adapta a obra clássica de ficção científica de Frank Herbert, chega às locadoras digitais. Com 93% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes, a obra marcou o ano com uma ambição e maestria técnica que desafiam comparação. Após os eventos traumáticos do primeiro filme, que culminaram com o assassinato do duque Leto Atreides (Oscar Isaac), seu filho Paul (Timothée Chalamet) e a viúva (Rebecca Ferguson) encontram refúgio e propósito entre o povo do deserto, os Fremen. Enquanto Jessica Atreides almeja que Paul seja reconhecido como o salvador profetizado pela ordem religiosa Bene Gesserit, Paul reluta diante da responsabilidade e as consequências que tal destino impõe, temendo que sua jornada rumo à vingança desencadeie guerra e fome.
O roteiro, coescrito por Villeneuve e Jon Spaihts (“Prometheus”), avança a trama com um ritmo envolvente, imergindo os espectadores nos complexos dilemas políticos e espirituais do planeta Arrakis. O enredo se desdobra com riqueza de detalhes, explorando as intricadas relações de poder, traição e busca por redenção. A capacidade de manter o ímpeto, apesar de sua duração de quase três horas, é notável, especialmente quando contrastada com a necessidade da primeira parte de estabelecer seu vasto universo e personagens. Com o público já familiarizado com esses elementos, a sequência mergulhe diretamente na ação e nas complexidades emocionais e políticas que definem esta fase da história.
Visualmente, o filme expande o escopo da narrativa, introduzindo novos locais e aumentando a escala dos confrontos. A cinematografia capta tanto a grandiosidade quanto os momentos íntimos com igual destreza, enquanto a trilha sonora amplifica a tensão e o drama dos confrontos. Performances marcantes, especialmente de Chalamet, Ferguson e Austin Butler (o “Elvis”) como o vilão Feyd-Rautha, ajudam a aprofundar os personagens, tornando-os memoráveis. “Duna: Parte 2” aprofunda a exploração de temas como liderança, sacrifício e o custo do poder, configurando-se como uma obra de referência no gênero de ficção científica, além de estabelecer um patamar elevadíssimo para futuras adaptações.
O HOMEM DOS SONHOS | VOD*
A comédia de terror surreal traz Nicolas Cage (“O Peso do Talento”) como um professor comum de meia idade, sem nada especial, que acaba surgindo nos sonhos de milhares de pessoas. Da noite para o dia, ele vira uma celebridade. Entretanto, a fama logo mostra seus efeitos negativos, quando os sonhos se transformam em pesadelos.
Escrito e dirigido por Kristoffer Borgli (“Energético”), o filme arrancou muitos elogios da imprensa ao ser exibido no Festival de Toronto, atingindo 91% de aprovação no Rotten Tomatoes. Com isso, tornou-se mais um queridinho da crítica produzido pelo A24, estúdio independente responsável pelo vencedor do Oscar “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo” (2022), entre outros títulos marcantes. A produção, por sinal, é de Ari Aster, o diretor de “Midsommar” (2019) e “Hereditário” (2018) – outros lançamentos cultuados da A24.
Além de Cage, o elenco inclui Julianne Nicholson (“Mare of Easttown”), Michael Cera (“Scott Pilgrim contra o Mundo”), Tim Meadows (“Os Goldbergs”), Dylan Gelula (“Unbreakable Kimmy Schmidt”), Dylan Baker (“Homem-Aranha 3”), Kate Berlant (“Uma Equipe Muito Especial”), Lily Bird (“Beau Tem Medo”) e Jessica Clement (“Pure”).
ATLAS | NETFLIX
A sci-fi estrelada por Jennifer Lopez tem muitas explosões, mergulho no espaço e luta contra Inteligência Artificial, mas principalmente uma premissa live-action de seinen mecha – animes de robôs pilotados por humanos. Na trama, uma inteligência artificial (vivida por Simu Liu, de “Barbie”) decide que a única forma de acabar com as guerras no mundo é extinguir a humanidade. E para conseguir vencer a batalha contra esse inimigo, a personagem de Lopez terá que buscar aliança com algo que não confia: uma segunda inteligência artificial em seu traje mecha, supostamente com boas intenções.
A história do computador que decide eliminar a humanidade passa longe de ser nova, sendo utilizada como base de vários filmes de ficção científica desde “Colossus 1980”, lançado em 1970, quando os supercomputadores foram introduzidos durante a Guerra Fria. Mas a chegada da era das IAs domésticas reviveu o gênero com fôlego redobrado – em apenas um ano, a IA já foi vilã de “Missão Impossível”, “Agente Stone” e outras produções.
O longa tem roteiro de Aron Eli Coleite (criador de “Locke & Key”) e direção de Brad Peyton (“Rampage: Destruição Total”).
PEDÁGIO | GLOBOPLAY
Com apenas dois longas, a brasileira Carolina Markowicz já é uma diretora reconhecida no circuito internacional. Seu primeiro longa-metragem, “Carvão”, foi selecionado para festivais renomados como Toronto e San Sebastián, estabelecendo sua reputação como uma cineasta inovadora e corajosa, e “Pedágio” repetiu a dose, inclusive com direito a prêmio, o Tribute Award, no Festival de Toronto como talento emergente. A obra emerge como um poderoso drama repleto de angústia e embate familiar, centrado em Suellen, uma cobradora de pedágio na estrada de Cubatão, que busca fazer dinheiro para financiar a participação de seu filho, Tiquinho, em uma controversa terapia de cura gay.
O elenco, liderado por Maeve Jinkings (“Os Outros”), traz uma performance notável, capturando a essência de uma mãe dilacerada pelo conflito entre o amor pelo filho e as pressões sociais. O novato Kauan Alvarenga (que trabalhou no curta “O Órfão”, da diretora), por outro lado, dá vida a Tiquinho com uma mistura de vulnerabilidade e força, representando a juventude LGBTQIAP+ que luta por aceitação e amor em uma sociedade hostil, dominada por dogmas religiosos.
“Pedágio” se destaca também por sua abordagem técnica, com cenários que refletem a solidão dos personagens e uma trilha sonora que aprimora a experiência emocional do filme. O elenco ainda inclui Thomás Aquino (também de “Os Outros”), Aline Marta Maia (“Carvão”) e Isac Graça (da série portuguesa “Três Mulheres”).
MINHA QUERIDA ONI | NETFLIX
Com lançamento simultâneo em streaming e nos cinemas do Japão, o anime gira em torno de Hiiragi Yatsuse, um estudante do primeiro ano do ensino médio que tem dificuldades para fazer amigos por ser excessivamente prestativo e incapaz de dizer “não” às solicitações dos outros. Sua vida muda drasticamente quando ele conhece Tsumugi, uma oni (demônio) com duas guampas na cabeça, que surge em busca de sua mãe no mundo humano. Este encontro desencadeia uma série de aventuras que começam em um dia de verão incomum, marcado por uma misteriosa queda de neve.
A amizade entre os dois se fortalece enquanto Hiiragi ajuda Tsumugi em sua busca, aprendendo ao longo do caminho a importância de se impor e descobrir sua própria identidade. Em tom de fábula, a narrativa também explora a coexistência entre personagens de raças diferentes, mostrando como eles podem aprender uns com os outros e crescer juntos.
O anime é o quarto longa produzido pelo Studio Colorido, conhecido por suas animações de alta qualidade, após “Estrada do Pinguim” (2018), “Olhos de Gato” (2020) e “Drifting Home” (2022). A direção é de Tomotaka Shibayama (de “Olhos de Gato”), que também é responsável pelo roteiro ao lado de Yūko Kakihara (do fenômeno “Diários de uma Apotecária”). Para completar, o design dos personagens é de Masafumi Yokota, um dos principais artistas do gênero no Japão, com trabalhos em clássicos do Studio Ghibli, incluindo o vencedor do Oscar “A Viagem de Chihiro”, e sucessos mais recentes como “O Tempo com Você” e “Mirai”.
THE BEACH BOYS | DISNEY+
Visão abrangente sobre a icônica banda que revolucionou a música nos anos 1960, o documentário é uma celebração ao legado dos Beach Boys, destacando sua contribuição ao som harmônico que definiu o “sonho californiano”. O filme combina vasto material de arquivo, inclusive cenas inéditas, com novas entrevistas com os membros sobreviventes da banda, Brian Wilson, Mike Love, Al Jardine, David Marks e Bruce Johnston, além de áudios históricos de Carl e Dennis Wilson, e depoimentos de outras personalidades do mundo da música.
A direção é do veterano Frank Marshall (produtor do clássico “Os Caçadores da Arca Perdida”), que tem se especializado em documentários musicais. Este é o quarto, após abordar Bee Gees, Carole King e o Festival de Jazz de Nova Orleans. No projeto dos Beach Boys, ele trabalha com Thom Zimny, diretor de diversos clipes de Bruce Springsteen.
Brian Wilson expressou satisfação com o resultado, dizendo que ele capturou de forma fiel a essência e os momentos especiais vividos pela banda. A trilha sonora oficial do documentário, “The Beach Boys: Music From The Documentary”, foi lançada para streaming e download junto do filme.
* Os lançamentos em VOD (video on demand) podem ser alugados individualmente em plataformas como Apple TV, Claro TV+, Google Play, Loja Prime, Microsoft Store, Vivo Play e YouTube, entre outras, que funcionam como locadoras digitais sem a necessidade de assinatura mensal.