O Tribunal de Nova York anulou nesta quinta-feira (25/4) a condenação por crimes sexuais de 2020 do produtor Harvey Weinstein. As primeiras denúncias ajudaram na repercussão do movimento #MeToo, que expôs outros casos de má conduta sexual, e ainda renderam um filme, intitulado “Ela Disse” (2022).
A Corte de Apelações do Estado entendeu que o juiz cometeu um erro ao permitir que os promotores exibissem depoimentos de supostas vítimas de Weinstein, que não fizeram parte das acusações formais que ele enfrentava. A situação ainda foi agradava pela decisão do magistrado em permitir que o produtor fosse interrogado de forma “altamente prejudicial”.
“É um abuso da discrição judicial permitir alegações não testadas de nada mais do que mau comportamento que destrói o caráter de um réu, mas não lança nenhuma luz sobre sua credibilidade em relação às acusações criminais”, escreveu a juíza Renny Rivera, na decisão de 4 votos a 3. “A solução para esses erros flagrantes é um novo julgamento”, ela acrescentou.
Mais detalhes
Harvey Weinstein cumpre uma sentença de 23 anos de prisão no norte de Nova York, após ser condenado por agressão sexual em fevereiro de 2020. O produtor foi acusado de violentar uma ex-assistente de produção em 2006 e de estuprar outra aspirante a atriz em 2013.
Além disso, ele foi acusado em reportagens e nas redes sociais de ser um abusador em série, tendo assediado e/ou tentado estuprar inclusive atrizes premiadas com o Oscar. De Uma Thurman a Mira Sorvino, a lista de denunciantes soma mais de uma centena de mulheres, a maioria muito famosa. Weinstein foi um dos produtores mais poderosos de Hollywood e chegou a ser citado, em agradecimentos nas cerimônias do Oscar, mais vezes que Deus.
A decisão final será do promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg, depois do caso ser apresentado por seu antecessor, Cyrus Vance. Vale mencionar que esse gabinete está, separadamente, envolvido em um julgamento sobre suborno contra o ex-presidente Donald Trump.
“Faremos tudo ao nosso alcance para julgar novamente este caso e permaneceremos firmes em nosso compromisso com os sobreviventes de agressão sexual”, declarou Emily Tuttle, a porta-voz de Bragg.
O advogado de Weinstein ainda não se manifestou oficialmente.