Quatro décadas após a morte de Marvin Gaye, o Príncipe da Soul Music, uma coleção de 30 fitas cassete contendo 66 músicas inéditas do cantor foi descoberta na cidade de Ostend, no litoral da Bélgica.
O acervo pertencia ao músico Charles Dumolin, que hospedou Gaye em 1981 no local, enquanto o cantor se submetia a uma temporada de desintoxicação. Quando Dumolin morreu em 2019, as gravações foram passadas para sua família, juntamente com vários objetos que pertenceram a Gaye, incluindo figurinos de palco.
Questões de propriedade
Os herdeiros, porém, podem ter dificuldades em viabilizar o lançamento do material.
A questão é: quem têm os direitos sobre as fitas com canções do cantor de “What’s Going on”? A lei belga diz que, após 30 anos, qualquer material se torna propriedade da pessoa que o detém, independentemente de como foi adquirido. No entanto, isso não se aplica à propriedade intelectual, o que pode levar a uma situação em que a família Dumolin possui as fitas, mas não tem o direito de publicar as músicas nelas. Esse direito pertenceria aos herdeiros de Gaye, que residem nos Estados Unidos.
Ainda não se sabe muito sobre as músicas inéditas, mas há um grande entusiasmo em torno de uma faixa sem nome, gravada pouco antes de Gaye compor o hit “Sexual Healing”. Esta canção foi comparada por Dumolin a um “momento de alinhamento planetário”.
Gaye, que começou sua carreira nos anos 1960 e alcançou o estrelato na década seguinte, passou por uma fase difícil no final dos anos 1970 e início dos anos 1980, lutando contra o vício em cocaína. Ele se mudou para a Europa em busca de um novo começo, mas, infelizmente, sua vida foi tragicamente interrompida quando ele voltou aos Estados Unidos, sendo morto por seu próprio pai em 1984, aos 44 anos. Apesar de sua morte prematura, o legado de Gaye continua vivo – e gerando uma média de 20 milhões de reproduções mensais no Spotify.