O curta-metragem “Amarela”, do diretor nipo-brasileiro André Hayato Saito, foi selecionado para a competição de curtas da 77ª edição do Festival de Cannes, concorrendo à Palma de Ouro na categoria. A produção, ambientada em São Paulo durante a final da Copa do Mundo de 1998, narra a história de Erika Oguihara (Melissa Uehara), uma adolescente nipo-brasileira que enfrenta dilemas identitários enquanto acompanha a partida.
Em meio à euforia do jogo, Erika se depara com situações de violência que a confrontam com sua própria identidade e com as tensões sociais da época. A obra explora temas como racismo, xenofobia e machismo, tecendo um retrato sensível da experiência de uma jovem em busca de seu lugar no mundo.
Parte de uma trilogia
“Amarela” é o segundo filme de uma trilogia de Saito com a produtora MyMama Entertainment. A trilogia, que investiga a ancestralidade do diretor com um olhar íntimo, teve início com “Kokoro to Kokoro” (2022), sobre o laço entre sua avó paterna e uma amiga do Japão. O terceiro filme, “Vento Dourado” (2023), é centrado em sua avó materna e explora a morte e a relação entre gerações. Saito também está trabalhando em seu primeiro longa-metragem, “Crisântemo Amarelo”, que será uma síntese da trilogia.
Seleção competitiva
O curta foi selecionado entre 4.420 obras inscritas na competição e disputa a Palma de Ouro de Curta-Metragem com outras dez produções. O prêmio será entregue pelo júri em 25 de maio, durante a cerimônia de encerramento do Festival de Cannes.
“Amarela” é a quarta produção brasileira confirmada na edição de 2024 do festival francês. Além do curta, o longa-metragem “Motel Destino”, de Karim Aïnouz, também concorre à Palma de Ouro de melhor filme. Outros dois títulos brasileiros serão exibidos em mostras paralelas do festival: o documentário “A Queda do Céu”, sobre o povo Yanomami, na Quinzena dos Realizadores, e o filme “Baby”, de Marcelo Caetano, na Semana da Crítica.