“Oppenheimer” consagrou-se como o filme do ano no Oscar 2023. Não apenas por conquistar a estatueta de Melhor Filme, mas pela forma como se deu sua vitória, vencendo categorias importantes como Direção para Christopher Nolan e Ator para Cillian Murphy. Foi a primeira vez em mais de uma década que um longa levou as três categorias principais – a última foi em 2012, quando “O Artista” venceu cinco Oscars.
Foram, ao todo, sete vitórias de “Opppenheimer”, incluindo ainda Trilha Sonora, Edição, Fotografia e Ator Coadjuvante para Robert Downey Jr. Cillian Murphy também entrou para o Livro Guinness dos Recordes como primeiro irlandês premiado com o Oscar de Melhor Ator.
A conquista de Emma Stone
O segundo filme mais agraciado da noite foi “Pobres Criaturas” com quatro vitórias e destaque para o troféu de Melhor Atriz para Emma Stone. Ela impediu Lily Gladstone de se tornar a primeira indígena vencedora do Oscar por “Assassinos da Lua das Flores”, mas também comemorou uma marca importante, ao se igualar a Meryl Streep, Jodie Foster, Elizabeth Taylor, Bette Davis, Luise Rainer, Olivia de Havilland e Hilary Swank com dois Oscar na carreira — em 2017, ela faturou a estatueta por “La La Land”. Nenhum ator homem jamais conseguiu essa façanha.
Internacionalização do Oscar
O evento também ressaltou a internacionalização em curso na Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos, com prêmios para representantes de diversos países. O Japão conquistou dois troféus: Melhor Animação com “O Menino e a Garça”, do mestre Hayao Miyazaki, e Melhores Efeitos Visuais por “Godzilla Minus One” – primeira vitória da longeva franquia de monstros no Oscar.
Além disso, o troféu de Melhor Roteiro Original ficou com o casal francês Justine Triet & Arthur Harari, por “Anatomia de uma Queda”, e o vencedor de Melhor Documentário foi o ucraniano “20 Dias em Mariupol”. Em compensação, a estatueta de Melhor Filme internacional acabou com uma produção britânica, “Zona de Interesse” (falada em alemão).
Momentos marcantes
A cerimônia em si teve vários momentos chamativos, como a performance de “I’m Just Ken”, de Ryan Gosling, com grande coreografia e participação de Slash, guitarrista do Guns ‘N Roses – embora o Oscar de Canção Original tenha ido para outra faixa da trilha de “Barbie”, “What Was I Made For?”, de Billie Eilish, o único Oscar da comédia de Greta Gerwing. E, claro, a piada em que John Cena apresentou pelado uma categoria.
Também houve discursos políticos, como o de Mstyslav Chernov, primeiro ucraniano vencedor do Oscar por “20 Dias em Mariupol”, mas principalmente do apresentador Jimmy Kimmel, que parodiou um suposto post do ex-presidente Donald Trump para perguntar se já não tinha passado a hora de ele ir para a prisão.
Confira abaixo a lista completa dos premiados.
MELHOR FILME
“Oppenheimer”
MELHOR DIREÇÃO
Christopher Nolan, por “Oppenheimer”
MELHOR ATOR
Cillian Murphy, por “Oppenheimer”
MELHOR ATRIZ
Emma Stone, por “Pobres Criaturas”
MELHOR ATOR COADJUVANTE
Robert Downey Jr., por “Oppenheimer”
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Da’Vine Joy Randolph, por “Os Rejeitados”
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Justine Triet & Arthur Harari, por “Anatomia de uma Queda”
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Cord Jefferson, por “American Fiction”
MELHOR ANIMAÇÃO
“O Menino e a Garça” (Japão)
MELHOR FILME INTERNACIONAL
“Zona de Interesse” (Reino Unido)
MELHOR DOCUMENTÁRIO
“20 Dias em Mariupol” (Ucrânia)
MELHOR DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM
“The Last Repair Shop”
MELHOR CURTA-METRAGEM
“A Incrível História de Henry Sugar”
MELHOR CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO
“War is Over (inspired by the music of John & Yoko)”
MELHOR TRILHA SONORA
Ludwig Göransson, por “Oppenheimer”
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
“What Was I Made For?”, de Billie Eilish e Finneas, por “Barbie”
MELHOR FOTOGRAFIA
Hoyte van Hoytema, por “Oppenheimer”
MELHOR EDIÇÃO
Jennifer Lame, por “Oppenheimer”
MELHOR FIGURINO
Holly Waddington, por “Pobres Criaturas”
MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
“Pobres Criaturas”
MELHOR CABELO E MAQUIAGEM
“Pobres Criaturas”
MELHOR SOM
“Zona de Interesse”
MELHORES EFEITOS VISUAIS
“Godzilla Minus One” (Japão)