Diretor de “O Corvo” ridiculariza visual do remake

Alex Proyas desdenhou das primeiras fotos da produção, comentando o "cabelo ruim" do protagonista em sua conta no Facebook

Divulgação/Lionsgate

A Lionsgate divulgou as primeiras fotos do remake de “O Corvo” e Alex Proyas, diretor do filme original de 1994, não perdeu tempo para desdenhar do visual do protagonista.

“Eric Draven acordou com o cabelo ruim. Próximo reboot, obrigado”, ele escreveu no Facebook. Nos comentários, o cineasta acrescentou: “Eu acho que ele deveria ser um f*dão com todas essas tatuagens e lobisomens e caveiras na sua jaqueta”.

A postagem viralizou e atraiu inúmeros comentários. Com isso, Proyas voltou ao Facebook para acrescentar: “Para todos aqueles com raiva de mim por causa de uma piada sobre corte de cabelo – por que vocês se importam tanto com o que eu penso? Isso importa por quê? Se a sua experiência com um filme pode ser arruinada tão facilmente por uma pessoa que você nem conhece, isso não é um pouco triste? Vá ver o filme se você estiver empolgado para isso, eu não quero tirar a alegria de ninguém. Deus sabe que todos precisamos do máximo de diversão que pudermos ter na vida nesse momento”.

A franquia lida com negatividade desde a trágica morte do ator Brandon Lee durante as filmagens de 1994, e o projeto da refilmagem chegou a bater um possível recorde de desistências.

O remake de “O Corvo” traz o ator Bill Skarsgård (o Pennywise de “It – A Coisa”) no papel principal, tem roteiro de Zach Baylin, indicado ao Oscar por “King Richard”, e direção de Rupert Sanders, cineasta de “Branca de Neve e o Caçador” e “Ghost in the Shell”. Mas até chegar nisso, o projeto atravessou mais de uma década com diferentes equipes, que não conseguiram se firmar na produção.

Trajetória conturbada

A maldição é real, pelo menos para o estúdio Relativity, que faliu enquanto desenvolvia o projeto, sem recuperar os gastos. A empresa gastou mais de US$ 20 milhões com a pré-produção sem que nem uma cena sequer tenha sido filmada – gastos em desenvolvimento, roteiros não filmados, adiantamentos de contratos, reserva de estúdios, locações etc, tudo se perdeu. Para recuperar parte das despesas, os direitos de filmagem foram vendidos bem baratinho para os atuais produtores.

O remake seria originalmente dirigido por Stephen Norrington (“A Liga Extraordinária”) e estrelado por Mark Wahlberg (“Transformers: O Último Cavaleiro”), os primeiros a desistirem há 12 anos. Seus substitutos, o ator Bradley Cooper (“Maestro”) e o diretor Juan Carlos Fresnadillo (“Extermínio 2″), foram, respectivamente, substituídos por Luke Evans (“Drácula – A História Nunca Contada”) e F. Javier Gutierrez (“3 Dias”). Jack Houston (“Ben-Hur”) virou a opção seguinte, antes de Jason Momoa (“Aquaman”) se candidatar, sob direção de Corin Hardy – que na época tinha apenas um longa em seu currículo, o terror “A Maldição da Floresta”.

O roteiro que Hardy ia filmar tinha sido escrito por Jesse Wigutow (“Acontece Nas Melhores Famílias”), que também era responsável por escrever a sequência abortada de “Tron: O Legado” (2010). Mas aparentemente o estúdio encomendou outra nova versão para a história, já que o roqueiro Nick Cave (!!!) apareceu creditado no IMDb como responsável pela trama, ao lado de Cliff Dorfman (“Guerreiro”). Embora mais conhecido como cantor e compositor, Cave já escreveu mesmo alguns filmes, entre eles “A Proposta” (2005) e “Os Infratores” (2012), ambos dirigidos por John Hillcoat.

Só que Momoa e Hard desistiram da produção poucas semanas antes da data marcada para o início das filmagens.

O autor de quadrinhos James O’Barr criou “O Corvo” como terapia, após sua namorada morrer num acidente de carro, vítima de um motorista bêbado. Nos quadrinhos, o personagem central, Eric Draven, e sua namorada são mortos, mas ele volta à vida para se vingar dos assassinos.

Assim como o personagem, o filme de “O Corvo” insistiu muito para voltar à vida após ser dado como morto. A estreia está marcada para 26 de setembro no Brasil, mais de 70 dias após o lançamento nos Estados Unidos.