Lucas Koka Penteado comentou sobre como tem se sentido com o cancelamento de Davi Brito pelos integrantes do “BBB 24”. O ator paulista também passou pelo desprezo em rede nacional quando participou do “BBB 21”, e acabou desistindo cedo do reality show.
Na época, Lucas foi fortemente rejeitado pela cantora Karol Conká, que ficou marcada por uma rejeição histórica devido a tortura psicológica com o artista, onde ela chegou a pedir que os outros participantes o isolassem dentro do programa. A história parece se repetir com Davi, que foi classificado como “mentiroso” e “manipulador” por Wanessa Camargo e MC Bin Laden.
Em entrevista à Quem, Lucas abriu o coração sobre como se sente com a “experiência tão desumana” resultante no programa. “É difícil dizer o que estou sentindo [com Davi], porque ainda estou entendendo o que está sendo assistir ao ‘BBB’. Conversando com meu psicólogo, cheguei a comentar isso, que é muito difícil ser espectador de um show de horrores. Obviamente mais difícil ainda é ser o personagem que é perseguido pelo monstro”, disse o astro de “Nosso Sonho”.
Em seu conselho a Davi, o artista avaliou que não devemos nos pressionar para continuar em lugares onde não somos bem-vindos. “O que eu podia fazer na época? Ir embora. O que digo é sempre: ‘não temos que aceitar conviver e viver em lugares onde não somos respeitados'”, ele aconselhou.
“Só que nem todo mundo vai embora. Vai ter gente que vai ter força para ficar e lutar. Infelizmente essas pessoas serão as que mais vão apanhar. Tentei o quanto pude. E hoje, no ‘BBB 24’, chegou o Davi, um homem negro com potência suficiente e psicológico no lugar até agora para aguentar talvez até a final. Isso porque antes de mim teve o Babu, antes do Babu teve o Rodrigo França, nós fomos evoluindo dentro da oportunidade que nos deram.”
Apesar de tantas críticas e traumas, Lucas considera que saiu fortalecido do reality show, mas teme pela saúde mental do motorista de aplicativo: “Eu me sinto mais potente do que eu era lá dentro. Estou desesperadamente preocupado em como o Davi vai sair depois.”
“Quando saí do ‘Big Brother Brasil’ fui internado três vezes. Duas por questão psicológica e uma por adicção. Foi desesperador para mim, briguei com os meus pais… Eu não estou mais trabalhando com eles… Minha família brigou por causa de dinheiro, é muita coisa que acontece com a gente que ascende. Estou muito mais preocupado em como o Davi está psicologicamente e como ele vai ficar do que impotente em relação ao que estou vendo. Porque hoje eu posso ligar para um amigo e falar: ‘cara, vamos tentar ajudar o Davi? Vamos dar visibilidade a ele?’ Porque visibilidade é proteção, saca?”
É racismo!
Lucas Penteado também ressaltou que o “medo” sentido por Wanessa Camargo é, de fato, racismo. “Acredito que o que está explícito é inenarrável. E do que estou falando? De ‘Big Brother Brasil’? Não. Estou falando do Brasil. O Brasil, na minha opinião, é um dos países com o racismo velado mais perigoso de todos”, ele afirmou.
“O racismo está dentro de todas as pessoas brasileiras. Fomos educados a ser racistas, machistas, mas também, obviamente, estamos sendo velados quando o praticamos. Eu não quero que ninguém passe pano para mim se eu cometer um erro. Eu sei dos erros que eu cometi e todos eles eu vou lá e peço desculpa e reconheço. Por exemplo, o Davi virou e falou assim: ‘eu sou homem’. O que ele quis dizer foi: ‘sou humano, tenho caráter’. É isso que ele está tentando falar. Por quê? Porque nós não somos vistos como homem”, exemplificou o ator.
Lucas ainda trouxe a comparação de quando Davi diz se sentir como um bicho dentro do programa. “Desde quando o homem negro é tratado como homem? O homem negro é tratado como bicho, a mulher negra é tratada como bicho. Então, quando o Davi fala ‘sou homem’ é uma autoafirmação do seu caráter porque ele precisa falar isso para a sociedade confiar nele”, explicou.
“Eu preciso falar que eu sou artista e não sou bandido para eu não tomar um tiro em um enquadro, em um movimento em que um policial confundiu um guarda-chuva com um revólver. A gente está sempre se autoafirmando e se defendendo no lugar de proteção e não de autoafirmação que sou homem”, finalizou Penteado.