Denny Laine, que fundou a banda Wings com Paul McCartney, morre aos 79 anos

O músico Denny Laine, que fundou a banda Wings nos anos 1970 junto de Linda e Paul McCartney, morreu nesta terça-feira (5/12) aos 79 anos. O guitarrista sofria com uma doença de […]

Instagram/Paul McCartney

O músico Denny Laine, que fundou a banda Wings nos anos 1970 junto de Linda e Paul McCartney, morreu nesta terça-feira (5/12) aos 79 anos. O guitarrista sofria com uma doença de pulmão.

Nascido em Birmingham, na Inglaterra, Denny fez sucesso pela primeira vez em 1964 como integrante da banda Moody Blues, ao lado de Ray Thomas e Mike Ponder. Ele cantou o primeiro hit do grupo, “Go Now”, que alcançou o 1º lugar nas paradas do Reino Unido, mas deixou a banda em 1966, antes do lançamento de seus maiores sucessos – como “Nights of White Satin” (1967) e “Tuesday Afternoon” (1968). Mesmo assim, foi incluído no Hall da Fama do Rock and Roll em 2018 como membro do grupo.

Ele ficou menos tempo ainda em sua segunda banda, Electric String Band, um supergrupo que também contava com Trevor Burton (do Move) na guitarra, Viv Prince (do Pretty Things) na bateria e Binky McKenzie (da banda de Alexis Korner) no baixo. Mesmo dividindo o palco com Jimi Hendrix, a banda implodiu rapidamente pela falta de sucesso, deixando Denny como freelancer pelo resto dos anos 1960, juntando-se à banda Balls e tocando na Air Force, do baterista Ginger Baker (ex-Cream) e do tecladista Steve Winwood (ex-Spencer Davis Group).

 

Parceria com Paul McCartney

Em 1971, o guitarrista juntou forças com Paul McCartney e sua esposa Linda para formar os Wings, permanecendo no grupo por 10 anos, até que eles se separaram em 1981. Além das guitarras, ele também cantou, tocou teclados e sopros e foi parceiro de McCartney na composição de boa parte do repertório.

O álbum mais conhecido dos Wings, “Band on the Run”, teve seu 50º aniversário comemorado na segunda-feira por Paul McCartney, com uma postagem nas redes sociais. O disco não foi um grande sucesso inicial, mas assim que seus singles começaram a tocar no rádio, ele disparou e passou a liderar os rankings dos mais vendidos durante três vezes distintas em seu primeiro ano de lançamento. Ao final, vendeu 6 milhões de cópias em todo o mundo.

Celebradíssimo, o disco foi concebido como um trio, assim como “London Town”, outro clássico da banda lançada em 1978 (único álbum a trazer apenas os três integrantes originais na capa).

“Eu e Paul tínhamos as mesmas influências musicalmente e nos conhecíamos desde os anos 1960”, disse Denny à revista Billboard no início do ano sobre o cinquentenário de “Band on the Run”. “Foi muito fácil. Foi fácil conseguir um bom ritmo nas músicas um do outro, e acho que foi isso que tornou o álbum popular.

Denny gravou sete álbuns com os Wings. E entre estúdios de gravação e turnês mundiais, ele ainda deu início à sua carreira solo, lançando três discos de composições próprias, enquanto trabalhava com Paul McCartney. Ao fim dos Wings em 1981, ele passou a se dedicar mais à sério o trabalho individual. Foram ao todo 12 álbuns solo – o último em 2008. Mas nenhum deles rendeu hits.

Em seu Instagram, Paul McCartney comentou a morte do ex-parceiro.

“Havíamos nos distanciado, mas nos últimos anos conseguimos restabelecer nossa amizade e compartilhar lembranças de nossos tempos juntos. Denny era um grande talento, com um ótimo senso de humor e estava sempre pronto para ajudar outras pessoas. Ele deixará saudades para todos os seus fãs e será lembrado com muito carinho por seus amigos. Envio minhas condolências e votos de felicidades à sua esposa, Elizabeth e família”, escreveu McCartney, que listou feitos da parceira, destacando o hit “Mull of Kintyre”. “Paz e amor, Denny, foi um prazer te conhecer. Todos vamos sentir sua falta”.

O ex-Beatle deve homenagear Denny nos próximos shows no Brasil, uma vez que parte das músicas que formam seu repertório foram criadas com o guitarrista. McCartney se apresenta no Alliaz Parque em São Paulo na quinta (7/12), sábado (9/12) e domingo (10/12). Depois, segue para Curitiba, onde toca na outra quinta (13/12) no Estádio Couto Pereira, e encerra sua passagem pelo Brasil no sábado (16/12) no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.