Mais de 1300 artistas do Reino Unido assinaram uma carta aberta endereçada a Hollywood e outros setores artísticos e culturais, condenando a “repressão, silenciamento e estigma sobre vozes palestinas e suas perspectivas”.
Assinada por artistas como Olivia Colman (“The Crown”), Emma Seligman (“Bottoms”), Paapa Essiedu (“I May Destroy You”), Aimee Lou Wood (“Sex Education”), Siobhán McSweeney (“Derry Girls”) e Nicola Coughlan (“Bridgerton”), a carta critica a demissão da atriz Melissa Barrera do filme “Pânico 7” por defender o ponto de vista dos palestinos e caracteriza o fato como tentativa de censura.
A carta também listou diversos outros incidentes: “Isso inclui atacar e ameaçar os meios de subsistência de artistas e trabalhadores das artes que expressam solidariedade com os palestinos, bem como cancelar apresentações, exibições, palestras, exposições e lançamentos de livros”.
“Enquanto a catástrofe ocorre, observamos a ausência de solidariedade com o povo palestino vindo das organizações artísticas do Reino Unido”, acrescenta o documento. “Consideramos preocupante, e um indicativo de uma moral dúbia, que expressões de solidariedade oferecidas a outros povos diante de opressão brutal não sejam estendidas à Palestina.”
De forma significativa, o documento não foi repercutido pelas publicações mais proeminentes que cobrem o dia-a-dia de Hollywood, como Variety, Deadline e The Hollywood Reporter, que nas últimas horas destacaram uma acusação feita por Julianna Margulies (“The Good Wife”) contra minorias que apoiam a Palestina de serem antissemitas.
No final de novembro, Barrera foi demitida da produção de “Pânico 7” pelo estúdio Spyglass Media, que justificou o ato ao apontar o apoio da atriz aos palestinos em postagens nas redes sociais.
“A posição da Spyglass é inequivocamente clara: temos tolerância zero ao antissemitismo ou ao incitamento ao ódio de qualquer forma, incluindo falsas referências ao genocídio, limpeza étnica, distorção do Holocausto ou qualquer coisa que ultrapasse flagrantemente a linha do discurso de ódio”, disse um porta-voz da empresa.