O ator Robert De Niro, atualmente em cartaz nos cinemas Em “Assassinos da Lua das Flores”, foi condenado a pagar US$ 1,26 milhão de indenização para Graham Chase Robinson, ex-funcionária que acusou o ator de discriminação de gênero e retaliação. A decisão foi anunciada na quinta-feira (9/11) pelo tribunal federal de Manhattan.
Robinson pedia US$ 12 milhões de indenização, mas levou 10% do valor. O júri descartou outras acusações, como abuso moral de De Niro. Em uma das audiências, o ator admitiu que repreendeu a ex-funcionária em algumas ocasiões, mas afirmou que nunca teve uma atitude abusiva.
Discriminação de gênero
O processo afirmava que Graham Chase Robinson, que trabalhou para De Niro entre 2008 e 2019, teria sido vítima de discriminação de gênero ao longo dos onze anos em que esteve ao lado do ator. Ela ocupava o cargo de vice-presidente de produção e finanças da Canal Produções, empresa do ator, com um salário anual de US$ 300 mil.
Apesar do título executivo, Robinson afirmou que De Niro a tratava como uma “esposa do escritório”, obrigando ela a lavar lençóis, coçar suas costas, decorar a árvore de Natal do ator e até acompanhar o ator ao hospital em situações emergenciais.
Retaliação
Já a alegação de retaliação teve como causa a atual namorada de De Niro, Tiffany Chen, enquanto trabalhavam juntas em 2018 e 2019 para preparar uma casa no Upper East Side para o casal se mudar.
O advogado de Robinson, Brent Hannafan, disse que Chen expressou preocupação a De Niro de que Robinson tinha interesses românticos por ele, gerando tensão enquanto trabalhavam juntas na casa da cidade.
Depois que Robinson levantou a questão para De Niro, Chen enviou um e-mail retirando-a de suas funções na casa. Robinson renunciou pouco depois.
“Não havia ninguém mais leal à produtora e ao Sr. De Niro do que Chase Robinson”, disse Hannafan, que reforçou que a cliente nunca teve nenhum interesse romântico pelo chefe.
Em seu depoimento, que durou cerca de 90 minutos, De Niro disse que quando apresentou a ex-funcionária e a namorada em 2018, “Eu queria que tudo funcionasse. Eu queria que todos fossem felizes e se dessem bem.”
Comemoração
De Niro não estava presente no tribunal quando o veredito foi lido, ao contrário da ex-funcionária, que sorriu e abraçou seus advogados quando ouviu a decisão.
“Estamos muito satisfeitos que o júri tenha visto o que vimos”, disse o advogado David Sanford em comunicado.