Elon Musk chama anunciantes de inimigos da liberdade de expressão após boicote no X

Após a plataforma X (antigo Twitter) virar alvo de boicote de grandes empresas devido a um comentário considerado antissemita por parte de seu dono, Elon Musk, o próprio resolveu provocar o mercado […]

Divulgação/Simon & Schuster

Após a plataforma X (antigo Twitter) virar alvo de boicote de grandes empresas devido a um comentário considerado antissemita por parte de seu dono, Elon Musk, o próprio resolveu provocar o mercado com um novo post polêmico.

Promovendo o serviço Premium do X, o proprietário da plataforma de mídia social escreveu: “Premium+ também não tem anúncios em sua linha do tempo”. E então completou: “Muitos dos maiores anunciantes são os maiores opressores do seu direito à liberdade de expressão”.

Entre os grupo empresariais que mandaram suspender seus anúncios no Xestão Warner Bros. Discovery, Disney, Lionsgate, Sony, Paramount, NBCUniversal e Apple. Com isso, propagandas dos lançamentos das companhias, como “Wish: O Poder dos Desejos”, “Jogos Vorazes – A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes” e “Assassinos da Lua das Flores” foram removidas da plataforma.

Em março deste ano, Musk citou a Disney e a Apple como dois dos maiores anunciantes do X.

Representantes das companhias confirmaram a suspensão, mas nenhuma declaração foi emitida para condenar os comentários de Musk. Quem se manifestou foi a Casa Branca, por meio de seu porta-voz, Andrew Bates, que criticou publicamente Musk por promover “ódio antissemita e racista” no X.

 

Motivo da polêmica

O boicote aconteceu após o CEO e proprietário da plataforma X publicar que concordava com a acusação de um post sobre as “comunidades judaicas” promoverem “ódio contra os brancos”.

“Comunidades judaicas têm promovido o tipo exato de ódio dialético contra os brancos que afirmam querer que as pessoas parem de usar contra eles”, dizia o post amplificado pela concordância de Musk, que tem a conta mais popular no X. “Você disse a verdade”, escreveu o empresário, fazendo a publicação preconceituosa viralizar.

A conta original do post tem menos de 5 mil seguidores, mas a interação de Musk fez o texto ser visto mais de 1 milhão de vezes.

A tese com a qual Musk disse concordar foi criada por grupos supremacistas brancos envolvidos em atividades radicais.

 

Crítica da Casa Branca

Diante do envolvimento de Musk na divulgação da mensagem, o porta-voz da Casa Branca disse que era “inaceitável repetir a mentira hedionda por trás do ato mais fatal de antissemitismo da história americana em qualquer momento”.

Bates se referiu ao assassinato em massa na Sinagoga Tree of Life em Pittsburgh em 2018, no qual 11 pessoas foram mortas a tiros por um homem armado, que expressou crença na mesma teoria da conspiração antissemita do “genocídio branco”.

“Condenamos esta promoção abominável do ódio antissemita e racista nos termos mais fortes, que vai contra os nossos valores fundamentais como americanos”, continou Bates.

“Todos temos a responsabilidade de unir as pessoas contra o ódio e a obrigação de nos manifestarmos contra qualquer pessoa que ataque a dignidade dos seus concidadãos americanos e comprometa a segurança das nossas comunidades”, concluiu.